Modelo de Notificação Judicial do Condomínio Residencial para esclarecimento sobre ausência de responsabilidade por suposta perturbação do sossego e reafirmação da competência exclusiva dos condôminos envolvidos

Publicado em: 13/05/2025 CivelProcesso Civil
Notificação judicial protocolada pelo Condomínio Residencial [nome], por meio de sua síndica e advogado, visando esclarecer a inexistência de omissão ou responsabilidade do condomínio diante de alegação isolada de perturbação do sossego entre duas unidades, sem comprovação documental ou reclamações coletivas, fundamentada no Código Civil, princípios da razoabilidade, boa-fé objetiva e jurisprudência do TJSP, requerendo ciência formal ao notificado, produção de provas e dispensa de audiência de conciliação por ser medida informativa.

NOTIFICAÇÃO JUDICIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível do Foro Central da Comarca de [Cidade/UF],
Tribunal de Justiça do Estado de [UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL [NOME], pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], CEP [cep], endereço eletrônico [email], neste ato representado por sua síndica, Sra. M. F. de S. L., brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do CPF nº [número], residente e domiciliada na [endereço], endereço eletrônico [email], vem, por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional na [endereço do advogado], endereço eletrônico [email do advogado], propor a presente
NOTIFICAÇÃO JUDICIAL
em face de:
[NOME DO NOTIFICADO], brasileiro(a), [estado civil], [profissão], portador(a) do CPF nº [número], residente e domiciliado(a) na unidade [número], do Condomínio Residencial [nome], endereço [endereço completo], endereço eletrônico [email].

3. EXPOSIÇÃO DOS FATOS

O Condomínio Residencial [nome] vem, por intermédio de sua síndica, informar e esclarecer fatos decorrentes de reiteradas notificações extrajudiciais recebidas, nas quais se imputa ao condomínio suposta omissão diante de alegada perturbação do sossego, decorrente de barulhos provenientes de determinada unidade condominial.

Cumpre esclarecer que as reclamações relativas a barulho e perturbação do sossego têm origem exclusivamente em conflito pontual entre duas unidades autônomas, não havendo registro de manifestações ou reclamações similares por parte de outros condôminos. O condomínio, por sua administração, buscou mediar o impasse, promovendo diálogo entre os envolvidos, sem, contudo, lograr êxito na solução definitiva da controvérsia.

Ressalta-se que não há, nos arquivos do condomínio, qualquer prova material ou documental que comprove a alegada perturbação do sossego, tampouco foram apresentadas evidências por parte dos reclamantes. Ademais, inexiste previsão na convenção condominial ou no regimento interno que atribua ao condomínio o dever de intervir em disputas de vizinhança que não extrapolem o interesse coletivo.

Diante desse cenário, o condomínio entende que a questão em debate reveste-se de natureza estritamente privada, devendo ser tratada diretamente entre os condôminos envolvidos, por meio de seus advogados particulares, não se configurando hipótese de atuação institucional do condomínio ou de sua síndica.

Assim, a presente notificação judicial visa formalizar a posição do condomínio, resguardando seus direitos e prevenindo futuras alegações de omissão ou responsabilidade indevida.

4. DO DIREITO

O Condomínio é regido, em sua atuação, pelo princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), de modo que somente pode agir nos limites estabelecidos pela legislação, pela convenção condominial e pelo regimento interno. Não há, no caso em tela, previsão legal ou convencional que imponha ao condomínio o dever de intervir em conflitos de vizinhança restritos a duas unidades, especialmente quando ausentes provas e reclamações de outros condôminos.

O Código Civil (CCB/2002, art. 1.336, IV) prevê o dever de não prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos demais condôminos, mas a atuação do condomínio pressupõe a existência de prova mínima do descumprimento desse dever e de repercussão coletiva, o que não se verifica no presente caso.

O procedimento adotado pela administração condominial, de buscar o diálogo e a mediação, encontra respaldo nos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), não havendo qualquer omissão ou ilicitude a ser imputada ao condomínio.

Ademais, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tem reiteradamente reconhecido que a ausência de provas e de reclamações de outros condôminos impede a responsabilização do condomínio por suposta omissão diante de conflitos de vizinhança, devendo tais questões ser resolvidas entre os particulares diretamente envolvidos.

Por fim, o CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o que se cumpre na presente notificação, visando resguardar o condomínio de eventuais alegações infundadas e delimitar sua esfera de atuação.

Em síntese, não há fundamento legal, convencional ou jurisprudencial que autorize a responsabilização do condomínio nas circunstâncias narradas, devendo eventuais medidas ser buscadas diretamente entre os condôminos interessados, no âmbito do direito de vizinhança.

5. JURISPRUDÊNCIAS

1. TJSP (36ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1007412-78.2022.8.26.0006 - São Paulo - Re"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de notificação judicial proposta pelo Condomínio Residencial [nome], na qual busca, essencialmente, o reconhecimento de sua ausência de responsabilidade e de omissão frente a alegações de perturbação do sossego advindas de conflito entre condôminos, bem como a formalização de sua atuação administrativa diante do caso.

I. RELATÓRIO

O Condomínio Notificante relata que foi destinatário de reiteradas notificações extrajudiciais imputando-lhe suposta omissão no trato de perturbação do sossego causada por barulho proveniente de uma unidade condominial específica. Narra que tais reclamações partem exclusivamente de conflito pontual entre dois condôminos, não havendo registro de manifestações semelhantes de outros moradores. Informa que, mesmo assim, buscou promover diálogo e mediar o conflito, sem êxito, não havendo, contudo, previsão normativa que o obrigue a intervir em litígios privados de tal natureza.

O pedido consiste na formalização da posição do condomínio, com a declaração de inexistência de omissão e responsabilidade, bem como a regular notificação do destinatário.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Fundamentação Constitucional (CF/88, art. 93, IX)

Conforme determina a CF/88, art. 93, IX, da Constituição Federal, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise do mérito do pedido, promovendo a necessária vinculação entre os fatos narrados e as normas constitucionais e legais aplicáveis.

2. Dos Fatos e do Direito

Da análise dos autos, verifica-se que as reclamações relativas à perturbação do sossego têm origem em conflito restrito a duas unidades autônomas, sem que haja comprovação de envolvimento ou prejuízo à coletividade condominial. O condomínio, por sua administração, atuou de modo razoável e diligente ao buscar mediar e promover o diálogo entre os envolvidos, não restando caracterizada qualquer conduta omissiva ou ilícita.

O princípio da legalidade, consagrado na CF/88, art. 5º, II, da Constituição Federal, impõe que o condomínio atue nos limites estabelecidos pela legislação, pela convenção condominial e pelo regimento interno. Não há nos autos, tampouco na convenção ou no regimento, previsão que atribua ao condomínio o dever de intervir em conflitos de vizinhança restritos a interesses particulares, especialmente diante da ausência de provas e de manifestações de outros condôminos.

O Código Civil (CCB/2002, art. 1.336, IV) determina o dever de não prejudicar o sossego, a saúde e a segurança dos demais condôminos, mas a atuação institucional do condomínio depende da existência de provas mínimas e de repercussão coletiva, o que não se constata no caso concreto.

Destaco, ainda, que o procedimento de mediação e busca do diálogo encontra respaldo nos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422 do Código Civil), não havendo omissão a ser imputada ao condomínio.

A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, como demonstram os precedentes trazidos, tem reiteradamente reconhecido a inexistência de responsabilidade do condomínio em situações análogas, na ausência de provas e de repercussão coletiva (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, entre outros).

Ressalto, por fim, que compete aos condôminos diretamente envolvidos buscar eventual solução judicial para o conflito de vizinhança, não sendo atribuição do condomínio atuar em litígios de caráter estritamente privado.

3. Do Procedimento

A presente notificação judicial, de natureza meramente informativa, preenche os requisitos do art. 319 do CPC/2015 e não evidencia pretensão resistida, razão pela qual não se mostra necessária a designação de audiência de conciliação ou mediação.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido do Condomínio Notificante para:

  • Reconhecer a inexistência de omissão ou responsabilidade do condomínio quanto aos fatos narrados na inicial;
  • Determinar a notificação do destinatário para ciência formal da posição do condomínio, nos termos requeridos;
  • Ressalvar o direito das partes de produzirem provas, caso surjam elementos supervenientes que alterem a natureza do litígio;
  • Dispensar a audiência de conciliação/mediação, diante do caráter informativo da presente notificação judicial.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade], [data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

IV. OBSERVAÇÕES FINAIS

A fundamentação do presente voto atende ao comando do CF/88, art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, evidenciando a análise criteriosa dos fatos e do direito, bem como a vinculação à jurisprudência dominante e aos princípios aplicáveis à espécie.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Petição Inicial de Ação de Obrigação de Fazer para Cumprimento de Cláusula de Exclusividade em Loja de Conveniência em Condomínio, com Pedido de Tutela de Urgência em Face do Condomínio e Condôminos Infratores

Modelo de Petição Inicial de Ação de Obrigação de Fazer para Cumprimento de Cláusula de Exclusividade em Loja de Conveniência em Condomínio, com Pedido de Tutela de Urgência em Face do Condomínio e Condôminos Infratores

Publicado em: 30/10/2024 CivelProcesso Civil

Modelo completo de petição inicial para propositura de ação de obrigação de fazer, por parte de empresa locatária de box comercial em condomínio edilício, visando compelir o condomínio e condôminos a cumprirem cláusula de exclusividade prevista em contrato de locação, convenção condominial e regulamento interno, impedindo a comercialização, por terceiros, de produtos idênticos ou similares aos ofertados pela loja de conveniência da autora. O documento abrange pedido de tutela de urgência, fundamentação jurídica com base no Código Civil, CPC, princípios da boa-fé objetiva e função social do contrato, além de jurisprudência atualizada, detalhamento probatório e rol de documentos necessários.

Acessar

Modelo de Procuração para Retirada de Animal por Perturbação ao Sossego com Fundamentação Jurídica e Jurisprudências

Modelo de Procuração para Retirada de Animal por Perturbação ao Sossego com Fundamentação Jurídica e Jurisprudências

Publicado em: 19/02/2025 CivelProcesso Civil

Instrumento particular de procuração conferindo poderes ao procurador para adotar medidas administrativas e judiciais visando a retirada de um animal (cachorro) que tem causado perturbação ao sossego da vizinhança. Baseado no Código Civil Brasileiro (CCB/2002, art. 11, §1º, III), Constituição Federal (CF/88, art. 10, §1º) e jurisprudências, o documento detalha os direitos de vizinhança, o direito ao sossego e a utilização da propriedade de maneira não nociva. Inclui poderes amplos para representação do outorgante em ações administrativas e judiciais relacionadas ao caso.

Acessar

Modelo de Ação de Obrigação de Não Fazer com Pedido de Tutela de Urgência para Cessação de Perturbação ao Sossego e Indenização por Danos Morais

Modelo de Ação de Obrigação de Não Fazer com Pedido de Tutela de Urgência para Cessação de Perturbação ao Sossego e Indenização por Danos Morais

Publicado em: 03/05/2024 CivelProcesso Civil

Trata-se de ação judicial proposta por idosa aposentada contra vizinha, visando à cessação de condutas perturbadoras que comprometem o sossego e a saúde da requerente. O pedido fundamenta-se no direito de vizinhança (art. 1.277 e 187 do Código Civil), na função social da propriedade (art. 5º, XXIII da Constituição Federal) e na urgência da medida para evitar danos irreparáveis à saúde da requerente. A ação inclui pedido liminar para proibição imediata de festas e ruídos excessivos, com aplicação de multa em caso de descumprimento, bem como pleito de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00. Jurisprudências relevantes são citadas para reforçar a fundamentação.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.