Modelo de Embargos à Penhora de Bem de Família em Execução de Dívida Condominial com Alegação de Excesso de Execução, Juros Abusivos e Vulnerabilidade da Executada

Publicado em: 21/11/2024 CivelConsumidor Direito Imobiliário
Modelo completo de petição de embargos à penhora, elaborado para casos em que a execução recai sobre o único imóvel residencial da executada, configurando bem de família, no contexto de cobrança judicial de cotas condominiais. O documento fundamenta a impenhorabilidade do bem de família, ressalva a exceção condominial, discute princípios constitucionais como razoabilidade e dignidade da pessoa humana, além de alegar excesso de execução por cobrança de valores já pagos e aplicação de juros e multas acima do permitido pela legislação. Contém pedidos de revisão dos valores, exclusão de cobranças indevidas, adequação dos índices de juros e multa, concessão de gratuidade de justiça, produção de provas e designação de audiência de conciliação. Indicado para advogados que atuam em Direito Civil, Processual Civil e Direito Imobiliário.
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EMBARGOS À PENHORA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [indicar cidade/UF] do Tribunal de Justiça do Estado

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

T. R. P. M., brasileira, divorciada, desempregada, portadora do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico: [informar], residente e domiciliada à Rua [informar], nº [informar], Bairro [informar], CEP [informar], Cidade/UF, por intermédio de seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional à [endereço completo, telefone e e-mail profissional], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, opor EMBARGOS À PENHORA nos autos da execução movida por Condomínio Residencial [nome completo], inscrito no CNPJ sob nº [informar], endereço eletrônico: [informar], com sede à [endereço completo], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A embargante é proprietária e única moradora do apartamento nº [informar], localizado no Condomínio Residencial [nome], onde reside há mais de 40 anos, sendo este seu único imóvel e, portanto, caracterizado como bem de família.
Em virtude de alegada inadimplência de cotas condominiais, foi determinada a penhora do referido imóvel para garantia da dívida. Contudo, a embargante já quitou parte significativa das cotas cobradas, havendo cobrança de valores já pagos, além de aplicação de índices de juros superiores aos legalmente permitidos.
Ressalte-se que a embargante encontra-se atualmente desempregada, não possuindo condições de arcar com valores excessivos ou desproporcionais, o que agrava ainda mais sua situação de vulnerabilidade.

4. DOS FUNDAMENTOS FÁTICOS

A penhora recaiu sobre o único imóvel da embargante, local de sua residência há mais de quatro décadas, sendo este, portanto, bem de família, protegido pela legislação vigente.
A embargante, pessoa idosa e desempregada, depende exclusivamente deste imóvel para sua moradia digna, não possuindo outros bens ou rendimentos.
Além disso, a cobrança executada pelo condomínio inclui cotas já quitadas, conforme comprovantes anexos, e aplica índices de juros superiores ao permitido, o que caracteriza excesso de execução e afronta aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
A situação fática demonstra a necessidade de revisão dos valores cobrados, bem como a observância da proteção legal conferida ao bem de família, especialmente diante da hipossuficiência da embargante.

5. DO DIREITO

5.1. DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA

O imóvel penhorado é o único bem da embargante e serve de moradia própria, sendo, portanto, bem de família, protegido pela Lei 8.009/1990, art. 1º, que dispõe sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial do casal ou da entidade familiar.
A exceção prevista na Lei 8.009/1990, art. 3º, IV, permite a penhora do bem de família para pagamento de despesas condominiais, porém, tal medida deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, especialmente diante da hipossuficiência da executada e do risco de violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

5.2. DO EXCESSO DE EXECUÇÃO E COBRANÇA DE VALORES JÁ PAGOS

Nos termos do CPC/2015, art. 917, §2º, configura-se excesso de execução quando se exige quantia superior à devida ou obrigação diversa da prevista no título executivo.
A embargante apresenta comprovantes de pagamento de parte das cotas cobradas, razão pela qual requer a exclusão dos valores já quitados do montante exequendo, sob pena de enriquecimento ilícito do exequente (CCB/2002, art. 884).

5.3. DA ILEGALIDADE DOS ÍNDICES DE JUROS APLICADOS

O Código Civil (CCB/2002, art. 1.336, §1º) e a legislação condominial estabelecem limites para a aplicação de juros e multas moratórias. O índice de juros não pode exceder 1% ao mês, e a multa moratória deve ser limitada a 2% sobre o valor do débito, conforme entendimento consolidado nos tribunais.
A cobrança de juros superiores ao permitido afronta o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e deve ser corrigida, adequando-se os valores ao que dete"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos, etc.

Trata-se de embargos à penhora opostos por T. R. P. M. em face de Condomínio Residencial [nome completo], nos autos da execução de cotas condominiais, na qual houve constrição do único imóvel da embargante, bem de família, de acordo com os fatos e fundamentos jurídicos expostos.

I. Síntese Fática e Processual

Conforme relatado, a embargante é proprietária e única moradora do apartamento objeto da penhora, imóvel em que reside há mais de 40 anos e que constitui seu único patrimônio, caracterizando-se, assim, como bem de família. Argumenta-se, ainda, que parte das cotas condominiais já foi devidamente quitada, havendo cobrança de valores já pagos e aplicação de juros superiores aos legalmente permitidos, o que configuraria excesso de execução. Destaca-se, por fim, a condição de desemprego e vulnerabilidade social da embargante.

II. Fundamentação

1. Do Dever de Fundamentação – CF/88, art. 93, IX

Cumpre salientar, inicialmente, que a decisão judicial deve ser devidamente fundamentada, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, de modo a permitir o controle das razões pelas quais o Juízo acolhe ou rejeita as pretensões deduzidas em juízo.

2. Da Impenhorabilidade do Bem de Família

Nos termos do art. 1º da Lei 8.009/1990, o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, salvo as exceções previstas em lei.
Dentre tais exceções, encontra-se a hipótese de cobrança de despesas condominiais (art. 3º, IV, da Lei 8.009/90), que admite a constrição do bem de família para satisfação de créditos dessa natureza.

3. Do Excesso de Execução e Cobrança Indevida

O art. 917, §2º, do CPC/2015, dispõe que haverá excesso de execução quando se exigir quantia superior à do título ou obrigação diversa. A embargante apresenta comprovantes de pagamento de parte das cotas, de modo que a inclusão de valores já quitados no cálculo da dívida configura enriquecimento ilícito, vedado pelo art. 884 do Código Civil.

4. Dos Juros e Multa

O art. 1.336, §1º, do Código Civil, limita a multa moratória em 2% e os juros em 1% ao mês sobre o débito condominial. A cobrança em desacordo com tais parâmetros afronta o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), devendo ser adequada ao limite legalmente previsto.

5. Do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e Razoabilidade

A situação de vulnerabilidade da embargante, pessoa idosa, desempregada e hipossuficiente, impõe ao Judiciário a observância dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e razoabilidade, especialmente diante do risco de perda do único imóvel utilizado como moradia há décadas.

6. Da Jurisprudência

Os tribunais pátrios reconhecem a possibilidade de penhora do bem de família para satisfação de despesas condominiais, desde que respeitados os limites legais, vedando-se o excesso de execução e determinando a observância dos princípios constitucionais (TJSP, Apelação Cível 1098394-84.2021.8.26.0100; TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; TJRJ, Súmulas 107 e 43).

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os presentes embargos à penhora, para:

  • Determinar a revisão dos valores executados, com a exclusão das cotas condominiais devidamente comprovadas como já pagas;
  • Determinar a adequação dos juros e multa moratória aos limites legais (juros de 1% ao mês e multa de 2%);
  • Manter a penhora do imóvel, nos termos do art. 3º, IV, da Lei 8.009/90, ressalvada a possibilidade de conciliação e, em sendo constatada a subsistência da dívida, observadas as garantias constitucionais do contraditório e devido processo legal;
  • Conceder à embargante os benefícios da justiça gratuita, diante da comprovação de sua hipossuficiência (CPC/2015, art. 98);
  • Condenar o exequente ao pagamento proporcional das custas processuais e honorários advocatícios, apenas quanto à parcela do excesso de execução reconhecida, fixando-os em 10% sobre o valor excluído, na forma do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Fica assegurada à embargante a permanência no imóvel até o trânsito em julgado, e autorizada a produção de provas necessárias à completa apuração do valor devido, caso requerido pelas partes.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

Assim, conheço dos embargos à penhora e, no mérito, julgo-os parcialmente procedentes nos termos acima.
Cumpra-se.


[Cidade], [data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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