Modelo de Ação Direta de Inconstitucionalidade contra Lei Estadual nº 1.234/2023 por Violação dos Princípios da Legalidade e Moralidade na Destinação de Receitas Públicas a Entidades Privadas

Publicado em: 28/07/2025 AdvogadoConstitucional
Modelo de petição inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta perante o Supremo Tribunal Federal contra a Lei Estadual 1.234/2023 do Estado Alfa, que destina 30% das receitas de custas judiciais a entidades privadas sem fins lucrativos, alegando afronta aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade e impessoalidade previstos na CF/88, art. 37, bem como ausência de critérios objetivos e mecanismos de fiscalização, requerendo medida cautelar para suspensão da eficácia da lei e sua declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex tunc.
← deslize para o lado para ver mais opções

MODELO DE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI)

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal

2. QUALIFICAÇÃO DO REQUERENTE

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/UF sob o nº 12345, portador do CPF nº 123.456.789-00, com endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua Exemplo, nº 100, Bairro Centro, CEP 70000-000, Brasília/DF, vem, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), com fundamento no CF/88, art. 102, I, 'a', propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE em face da Lei Estadual nº 1.234/2023, do Estado Alfa, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A Assembleia Legislativa do Estado Alfa aprovou, e o Governador sancionou, a Lei Estadual 1.234/2023, que dispõe sobre a destinação de 30% das receitas arrecadadas com custas judiciais e emolumentos cartorários a entidades privadas sem fins lucrativos, com atuação na área social. Tal norma entrou em vigor em 01 de janeiro de 2024.

Desde sua promulgação, a referida lei tem causado debates quanto à sua compatibilidade com o texto constitucional, em especial no que tange à destinação de receitas públicas a entidades privadas, sem previsão constitucional específica e sem observância dos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade (CF/88, art. 37, caput).

Destaca-se que a norma impugnada não especifica critérios objetivos para a escolha das entidades beneficiadas, tampouco estabelece mecanismos de controle e fiscalização dos recursos públicos transferidos, o que potencializa riscos de desvio de finalidade e afronta aos princípios constitucionais.

Assim, diante da flagrante inconstitucionalidade da Lei Estadual nº 1.234/2023, faz-se necessária a atuação do Supremo Tribunal Federal para declarar sua nulidade, em sede de controle concentrado de constitucionalidade.

4. DA LEGITIMIDADE ATIVA

Nos termos da CF/88, art. 103, são legitimados para propor a ação direta de inconstitucionalidade, dentre outros, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, partidos políticos com representação no Congresso Nacional, confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional.

No presente caso, o requerente atua como representante legal de entidade de classe de âmbito nacional, conforme estatuto social anexo, estando, portanto, legitimado para a propositura da presente ADI, em conformidade com o referido dispositivo constitucional.

Ressalte-se que a legitimidade ativa é condição essencial para o conhecimento da ação, sendo pacífico o entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca da necessidade de observância dos requisitos previstos na CF/88, art. 103.

5. DO CABIMENTO

A presente ação direta de inconstitucionalidade é cabível para impugnar lei ou ato normativo estadual ou federal que contrarie preceitos da Constituição Federal, nos termos da CF/88, art. 102, I, 'a'.

O objeto da presente demanda, qual seja, a Lei Estadual 1.234/2023, enquadra-se perfeitamente no conceito de ato normativo primário, de caráter geral e abstrato, passível de controle concentrado de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.

Ademais, a jurisprudência do STF é firme no sentido de que a ADI é o instrumento adequado para a defesa da ordem constitucional, desde que haja confronto direto entre o ato normativo impugnado e o texto constitucional, sem intermediações normativas.

6. DO DIREITO

6.1. Da Violação ao Princípio da Legalidade e da Moralidade Administrativa

A CF/88, art. 37, caput, consagra os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, que devem nortear toda a Administração Pública. A destinação de receitas públicas a entidades privadas, sem critérios objetivos e sem mecanismos de controle, viola frontalmente tais princípios, especialmente a legalidade e a moralidade administrativa.

A ausência de parâmetros claros para a escolha das entidades beneficiadas e a falta de transparência e fiscalização na aplicação dos recursos públicos transferidos afrontam o interesse público e abrem margem para práticas lesivas à Administração.

6.2. Da Inconstitucionalidade da Destinação de Receitas Públicas a Entidades Privadas

O Supremo Tribunal Federal já assentou a inconstitucionalidade de normas que destinam receitas oriundas do recolhimento de custas ou emolumentos a pessoas de direito privado, em razão da natureza pública desses valores e da necessidade de sua vinculação a finalidades públicas, conforme precedentes destacados na seção de jurisprudências.

A Lei Estadual 1.234/2023, ao destinar parte das receitas de custas judiciais e emolumentos a entidades privadas, sem previsão constitucional e sem atender ao interesse público primário, incorre em flagrante inconstitucionalidade.

6.3. Da Competência do Supremo Tribunal Federal

Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade de lei estadual em face da Constituição Federal, nos termos da CF/88, art. 102, I, 'a'.

O controle concentrado de constitucionalidade visa assegurar a supremacia da Constituição e a harmonia do sistema normativo, sendo instrumento fundamental para a defesa da ordem constitucional.

7. JURISPRUDÊNCIAS

Constitucional. Ação Direta de Inconstitucionalidade. ADI. Efeito repristinatório e impugnação da cadeia normativa posterior à CF/88. Destinação de receitas decorrentes de custas e emolumentos a entes privados. Inconstitucionalidade. Precedentes.
«1. O efeito repristinatório da declaração de inconstitucionalidade não revigora a vigência de normas pré-constitucionais, não havendo óbice ao conhecimento de ação direta que se limita a impugnar parte de cadeia normativa editada após a CF/88, conforme precedente firmado na ADI 3.660/STF (Rel. Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, DJe de 8/5/2008).
2. A Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal assentou a inconstitucionalidade de normas que destinam receitas oriundas do recolhimento de custas ou emolumentos a pessoas de direito privado. Precedentes: ADI 2.892/STF, Rel. Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, DJ de 12/11/2004; ADI 1.145/STF, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, DJ de 8/11/2002; AD"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por entidade de classe de âmbito nacional, com fulcro na CF/88, art. 102, I, \'a\', em face da Lei Estadual 1.234/2023, do Estado Alfa. A referida lei destina 30% das receitas arrecadadas com custas judiciais e emolumentos cartorários a entidades privadas sem fins lucrativos, com atuação na área social, sem especificação de critérios objetivos para seleção das entidades beneficiadas nem mecanismos de controle dos recursos públicos transferidos.

O requerente sustenta a inconstitucionalidade da norma, alegando afronta aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade (CF/88, art. 37, caput), bem como ausência de previsão constitucional para destinação de receitas públicas a entidades privadas nestes moldes.

2. Fundamentação

2.1. Conhecimento da Ação

Inicialmente, verifica-se a legitimidade ativa do requerente, conforme dispõe a CF/88, art. 103, uma vez que se trata de entidade de classe de âmbito nacional, devidamente representada.

O objeto impugnado — Lei Estadual 1.234/2023 — configura ato normativo primário, de caráter geral e abstrato, apto a ser submetido ao controle concentrado de constitucionalidade perante este Supremo Tribunal Federal, nos termos da CF/88, art. 102, I, \'a\'.

A petição inicial preenche os requisitos legais, indicando os dispositivos constitucionais tidos por violados e estabelecendo relação direta de antagonismo entre a norma impugnada e a Constituição, como exige a jurisprudência deste Tribunal (vide: STF, MC ADI Acórdão/STF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 10/06/2005).

Assim, presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, conheço da presente ADI.

2.2. Da Violação aos Princípios Constitucionais

A CF/88, art. 37, caput impõe à Administração Pública a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A destinação de receitas públicas provenientes de custas judiciais e emolumentos a entidades privadas, sem critérios objetivos de seleção e sem mecanismos de controle, afronta os princípios constitucionais da legalidade e moralidade administrativa.

A ausência de parâmetros transparentes para a escolha das entidades beneficiárias, aliada à falta de fiscalização quanto à aplicação dos recursos, potencializa riscos de desvio de finalidade e favorecimento pessoal, em desacordo com os valores constitucionais.

2.3. Da Destinação Indevida de Receitas Públicas

Em consonância com a reiterada jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal (v.g., ADI Acórdão/STF, Rel. Min. Alexandre de Moraes), é inconstitucional a destinação de receitas oriundas de custas e emolumentos a pessoas de direito privado, porquanto tais valores possuem natureza pública e devem atender ao interesse público primário, salvo previsão constitucional expressa.

A Lei Estadual 1.234/2023 não apresenta fundamento constitucional para autorizar a transferência de receitas públicas a entidades privadas, tampouco assegura que a destinação dos recursos observe os princípios e finalidades públicas exigidas pela Constituição.

2.4. Competência e Natureza do Controle Concentrado

Compete a esta Corte, nos termos da CF/88, art. 102, I, \'a\', processar e julgar, originariamente, as ações diretas de inconstitucionalidade de lei estadual em face da Constituição Federal.

Ressalte-se que o controle concentrado de constitucionalidade é de natureza objetiva, visando à defesa da ordem constitucional, não cabendo tutela de situações individuais concretas (CF/88, art. 102, I, \'a\'; Ag. Reg. na ADI Acórdão/STF).

2.5. Da Obrigatoriedade de Fundamentação

Em observância ao princípio da motivação das decisões judiciais, previsto na CF/88, art. 93, IX, esta decisão encontra-se devidamente fundamentada nos fatos, no direito e na jurisprudência consolidada deste Supremo Tribunal Federal.

3. Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o pedido para declarar a inconstitucionalidade da Lei Estadual 1.234/2023, do Estado Alfa, por violação a CF/88, art. 37, caput, determinando a cessação imediata de seus efeitos, com eficácia ex tunc.

É como voto.

4. Observação sobre Recursos

Nos termos da Constituição e do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, não conheço de eventuais recursos de embargos infringentes, em razão do caráter objetivo da presente ação e da competência exclusiva desta Corte para o controle concentrado de constitucionalidade (CF/88, art. 102, I, \'a\').

5. Referências Legislativas

Brasília, 10 de junho de 2024.

Ministro(a) Relator(a)


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.