Modelo de Ação Declaratória de Nulidade de Decisão Administrativa c/c Restituição de Valores: Pedido Baseado em Enriquecimento Ilícito e Violação aos Princípios da Moralidade e Legalidade

Publicado em: 26/05/2024 Civel Direito Previdenciário
Pedido judicial apresentado por meio de Ação Declaratória de Nulidade de Decisão Administrativa c/c Restituição de Valores, em que o Requerido busca anulação de decisão administrativa que manteve pagamento irregular de pensão à Requerente, fundamentando-se em afronta aos princípios constitucionais da moralidade e legalidade (art. 37, CF/88), e em enriquecimento ilícito (art. 884, CCB/2002). Solicita-se ainda a devolução dos valores indevidamente recebidos nos últimos cinco anos, custas processuais e honorários advocatícios, bem como a designação de audiência de conciliação, com base nos artigos 319 e seguintes do CPC/2015.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

Processo nº: [inserir número do processo]

Requerente: [inserir nome do requerente]

Requerido: [inserir nome do requerido]

PREÂMBULO

[Nome completo do Requerente], brasileira, estado civil [inserir], profissão [inserir], portadora do CPF nº [inserir] e RG nº [inserir], residente e domiciliada à [endereço completo], por intermédio de seu advogado, conforme instrumento de mandato anexo, com endereço eletrônico [inserir] para fins de intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 319 e seguintes do CPC/2015, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE DECISÃO ADMINISTRATIVA C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES

Em face de [Nome completo do Requerido], brasileiro, estado civil [inserir], profissão [inserir], portador do CPF nº [inserir] e RG nº [inserir], residente e domiciliado à [endereço completo], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

A Requerente, Sra. M. F. F. de O., atualmente com 53 anos, vive em união estável não declarada com o Sr. A. R., relação esta que perdura há mais de 20 anos. Dessa união nasceu o filho Miguel Franco Radiewcz, atualmente com 10 anos de idade.

Apesar de viver em união estável, a Requerente recebe, de forma irregular, pensão do Governo Federal no valor de R$ 4.331,00 (quatro mil trezentos e trinta e um reais) mensais, benefício este que não é de origem militar. Tal situação configura evidente irregularidade, uma vez que a convivência marital de longa duração descaracteriza o direito à percepção da referida pensão.

A decisão administrativa que mantém o pagamento da pensão à Requerente deve ser anulada, com a consequente devolução dos valores recebidos indevidamente nos últimos cinco anos, além da condenação ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

DO DIREITO

A situação narrada configura evidente afronta aos princípios da moralidade e da legalidade, previstos no artigo 37, caput, da CF/88. A manutenção do pagamento da pensão à Requerente, mesmo diante da configuração de união estável, viola o ordenamento jurídico e enseja a restituição dos valores recebidos indevidamente.

Nos termos do CCB/2002, art. 884, "aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação declaratória de nulidade de decisão administrativa cumulada com restituição de valores, proposta pela Sra. M. F. F. de O. em face do Governo Federal, questionando a manutenção de benefício previdenciário recebido de forma irregular, conforme narrado nos autos.

O pedido principal refere-se à declaração de nulidade da decisão administrativa que manteve o pagamento da pensão à Requerente, bem como a condenação à devolução dos valores recebidos indevidamente nos últimos cinco anos.

Voto

Passo à análise do mérito da presente demanda.

Dos Fatos e Fundamentação Jurídica

Conforme consta nos autos, a Requerente recebe pensão no valor de R$ 4.331,00 (quatro mil trezentos e trinta e um reais) mensais, benefício este concedido pelo Governo Federal. Contudo, restou comprovado que a Requerente vive em união estável há mais de 20 anos com o Sr. A. R., fato que descaracteriza o direito ao recebimento do benefício previdenciário.

A manutenção do pagamento da pensão, mesmo diante do reconhecimento da união estável, afronta os princípios constitucionais da moralidade e da legalidade previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988 (CF/88).

Ademais, o artigo 884 do Código Civil de 2002 (CCB/2002) dispõe que "aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários". Dessa forma, a percepção do benefício, sem fundamento legal, configura enriquecimento ilícito e impõe o dever de devolução dos valores indevidamente recebidos.

No âmbito processual, o artigo 489, § 1º, IV, do Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015), exige que as decisões judiciais considerem a boa-fé objetiva e a função social dos benefícios previdenciários, reforçando a necessidade de anulação da decisão administrativa que manteve o pagamento da pensão à Requerente.

Das Jurisprudências

A jurisprudência majoritária confirma o entendimento da restituição de valores indevidamente recebidos e da nulidade de atos administrativos que afrontem os princípios constitucionais e legais:

  • TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Ajuizamento de demandas massificadas com a utilização de procuração genérica [...] consubstanciando medida imprescindível para prevenir fraudes na propositura de ações judiciais."
  • TJSP (10ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Inexistência da relação jurídica reconhecida - Ré condenada a restituir, em dobro, os valores indevidamente descontados, bem como ao pagamento de indenização por danos morais."
  • TJSP (12ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Embora cautelosa a determinação judicial, a petição inicial apresenta-se satisfatoriamente instruída e atende o disposto nos arts. 319 e 320, da Lei Adjetiva Civil."

Conclusão

Diante do exposto, considerando os princípios constitucionais aplicáveis, a legislação infraconstitucional e a jurisprudência consolidada, voto pela procedência dos pedidos formulados na inicial, para:

  1. Declarar nula a decisão administrativa que manteve o pagamento da pensão à Requerente;
  2. Determinar a devolução dos valores recebidos indevidamente pela Requerente nos últimos cinco anos, devidamente corrigidos;
  3. Condenar a Requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa.

É como voto.

Dispositivo

Ante o exposto, em consonância com o artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente o pedido para declarar a nulidade da decisão administrativa e determinar a restituição dos valores indevidamente recebidos pela Requerente, acrescidos de correção monetária e juros legais, nos termos do artigo 884 do Código Civil de 2002.

Condeno a Requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, devidamente atualizado.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data.

__________________________________________

Magistrado


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