Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito, Restituição em Dobro e Indenização por Danos Morais de Idoso Contra Banco por Descontos Indevidos Relacionados ao Cartão do Idoso

Publicado em: 18/11/2024 CivelConsumidor
Modelo completo de petição inicial destinada à defesa do consumidor idoso contra práticas bancárias abusivas envolvendo o chamado “cartão do idoso”. O documento fundamenta pedido de declaração de inexistência de débito, restituição em dobro dos valores descontados indevidamente do benefício previdenciário e indenização por danos morais, com base no Código de Defesa do Consumidor, Estatuto do Idoso, Constituição Federal e Código Civil. Aborda as obrigações do banco, a proteção especial ao idoso, princípios contratuais, melhores práticas para prevenir litígios e requer tutela de urgência para cessação imediata dos descontos, além de outras providências.
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MODELO DE PETIÇÃO INICIAL
DEFESA DO CONSUMIDOR – CARTÃO DO IDOSO


Esta petição tem por objetivo salvaguardar os direitos do consumidor idoso diante de práticas bancárias abusivas envolvendo o “cartão do idoso”, em conformidade com a CF/88, art. 5º, XXXII, e o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990, art. 6º, III).

Preâmbulo

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [CIDADE/UF]

Autor: A. B. da S., brasileiro(a), idoso(a), portador(a) do CPF nº [XXX.XXX.XXX-XX] e RG nº [X.XXX.XXX-XX], residente e domiciliado(a) à [endereço completo], por intermédio de seu advogado infra-assinado;
Réu: [BANCO], inscrito no CNPJ sob nº [XX.XXX.XXX/XXXX-XX], com sede na [endereço completo];
Demais partes: [Caso haja terceiros, abreviados conforme instruções].

Vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, CUMULADA COM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

1. Narrativa Introdutória e Escopo

O(a) Autor(a) aderiu, na qualidade de consumidor(a) e idoso(a), a um “cartão do idoso”, mediante promessas de benefícios em estabelecimentos comerciais. Contudo, após a contratação, verificou que tais vantagens não se concretizaram, sendo surpreendido(a) por depósitos em sua conta bancária sem a devida transparência e, posteriormente, por descontos mensais em seu benefício previdenciário, sem que tais valores fossem abatidos do suposto débito referente ao cartão. Tal conduta caracteriza evidente abuso de direito e afronta à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), além de submeter o(a) Autor(a) a uma dívida interminável, em total descumprimento aos princípios da boa-fé objetiva e função social do contrato (CCB/2002, arts. 421 e 422).

2. Fundamentação Legal e Constitucional

  • Princípio da Liberdade Contratual (CCB/2002, art. 421): As partes podem estipular livremente as condições contratuais, desde que não contrariem a lei, a ordem pública e os bons costumes.
  • Função Social do Contrato (CCB/2002, art. 421): O contrato deve atender sua função social, não se limitando ao interesse das partes, mas também ao impacto social.
  • Boa-fé Objetiva (CCB/2002, art. 422): As partes devem agir com lealdade e cooperação durante toda a relação contratual.
  • Proteção ao Idoso (CF/88, art. 230; Lei 10.741/2003, art. 4º): Garante prioridade e proteção integral ao idoso.
  • Princípios do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990, arts. 6º, III e 39, V): Proíbem práticas abusivas, exigindo clareza, transparência e respeito ao consumidor, especialmente vulnerável.

3. Objeto da Petição

Esta petição visa:

  1. Declarar a inexistência de débito referente ao “cartão do idoso”;
  2. Determinar a cessação imediata dos descontos mensais no benefício previdenciário do(a) Autor(a);
  3. Restituir, em dobro, os valores descontados, conforme Lei 8.078/1990, art. 42, parágrafo único;
  4. Indenizar o(a) Autor(a) por danos morais em razão da prática abusiva e constrangimento sofrido;
  5. Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

4. Direitos e Obrigações das Partes

Autor(a):

  • Direito à informação clara, adequada e suficiente sobre o contrato (Lei 8.078/1990, art. 6º, III);
  • Direito à proteção contra práticas abusivas e à restituição dos valores descontados indevidamente;
  • Obrigação de comunicar imediatamente à instituição financeira e ao Judiciário qualquer descumprimento ou nova irregularidade.
Réu (Banco):
  • Obrigação de cessar imediatamente os descontos indevidos;
  • Obrigação de restituir em dobro os valores descontados ilicitamente;
  • Obrigação de indenizar o(a) Autor(a) pelos danos morais causados;
  • Obrigação de prestar informações claras e não induzir o consumidor ao erro.

5. Cláusulas Gerais

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito, cumulada com pedido de restituição de valores e indenização por danos morais, ajuizada por A. B. da S., idoso(a), em face do [BANCO], em razão de descontos mensais indevidos em benefício previdenciário, decorrentes de contrato de “cartão do idoso”, cujas condições não foram claramente informadas e cujos benefícios prometidos não foram concretizados.

O(a) autor(a) afirma que não foi devidamente esclarecido acerca das condições contratuais e foi surpreendido(a) por depósitos e posteriores descontos, sem transparência, resultando em dívida interminável. Pleiteia a declaração de inexistência do débito, a cessação dos descontos, restituição em dobro dos valores descontados e indenização por danos morais.

Fundamentação

Inicialmente, conheço do pedido, pois presentes os requisitos legais de admissibilidade. A controvérsia versa sobre relação de consumo, aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8.078/1990), em especial por tratar-se de consumidor idoso, pessoa em condição de vulnerabilidade acrescida (CF/88, art. 230; Lei 10.741/2003).

I. Dos Fatos

Restou comprovado nos autos que o(a) autor(a) aderiu ao “cartão do idoso” mediante promessa de facilidades e vantagens não materializadas. Não houve transparência quanto à natureza dos depósitos e dos descontos subsequentes, tampouco clareza sobre valores e encargos, infringindo o direito à informação adequada (CDC, art. 6º, III).

II. Do Direito

  • Violação à Boa-fé e à Função Social do Contrato: O contrato deve atender à sua função social e ser pautado pela boa-fé objetiva (CCB/2002, arts. 421 e 422). A conduta do réu revela prática abusiva, vedada pelo art. 39, V, do CDC.
  • Proteção do Consumidor Idoso: A Constituição assegura proteção integral ao idoso, com prioridade absoluta (CF/88, art. 230), reforçada pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003, art. 4º).
  • Restituição em Dobro: Diante da ausência de demonstração de erro justificável, os valores descontados ilicitamente devem ser restituídos em dobro (CDC, art. 42, parágrafo único).
  • Danos Morais: A indevida restrição ao benefício previdenciário, renda de subsistência do(a) idoso(a), e a angústia decorrente da prática abusiva ensejam indenização por dano moral.

Ressalto, ainda, que a ausência de informações claras e o descumprimento das promessas contratuais afrontam a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o princípio da vulnerabilidade do consumidor.

Em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, apresento de forma clara e fundamentada as razões desta decisão.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, para:

  1. Declarar a inexistência de débito referente ao “cartão do idoso” em nome do(a) autor(a);
  2. Determinar ao réu a cessação imediata dos descontos no benefício previdenciário do(a) autor(a);
  3. Condenar o réu à restituição em dobro dos valores descontados indevidamente, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC;
  4. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais, que arbitro em valor razoável, considerando a extensão do dano, a ser liquidado na fase de cumprimento de sentença;
  5. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Assim, julgo procedentes os pedidos do(a) autor(a), nos termos acima, com fulcro nos dispositivos constitucionais e legais citados.

Sentença proferida em conformidade com o art. 93, IX, da CF/88 e princípios do contraditório, ampla defesa e fundamentação das decisões judiciais.

[Cidade], [Data].

___________________________________________
Magistrado(a)


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