Modelo de Ação de Usucapião Extraordinária para Reconhecimento Judicial de Propriedade de Imóvel com Posse Contínua e Mansa há Mais de 10 Anos, em Face de Herdeiros Desconhecidos, Fundamentada no CCB/2002, art. 1.238
Publicado em: 19/05/2025 CivelProcesso Civil Direito ImobiliárioAÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __ – Tribunal de Justiça do Estado de __.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, casado, comerciante, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Jardim das Flores, Cidade/UF, CEP 00000-000, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA em face dos herdeiros desconhecidos de J. M. de S. (antigo proprietário, falecido), e eventuais interessados, todos em lugar incerto e não sabido, a serem citados por edital, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor adquiriu, em __/__/____, mediante contrato particular de compra e venda, o imóvel situado à Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Jardim das Flores, Cidade/UF, matriculado sob o nº 12345 no Cartório de Registro de Imóveis local. O pagamento se deu por meio de notas promissórias, estando a quitação plenamente comprovada.
Ocorre que, antes da lavratura da escritura definitiva, o vendedor, J. M. de S., veio a falecer, impossibilitando a formalização do título translativo. Desde então, o Autor permaneceu na posse do imóvel, de forma mansa, pacífica, contínua e ininterrupta, exercendo todos os poderes inerentes à propriedade, inclusive realizando benfeitorias, pagando tributos (IPTU) e contas de consumo em seu nome.
Ressalte-se que o Autor reside no imóvel há mais de 10 (dez) anos, sem qualquer oposição de terceiros, consolidando-se, assim, a posse ad usucapionem, conforme exige a legislação vigente.
Diante do falecimento do antigo proprietário e da impossibilidade de obtenção da escritura definitiva, não restou alternativa ao Autor senão buscar a regularização do domínio pela via judicial, mediante o reconhecimento da usucapião extraordinária.
Cumpre esclarecer que a via extrajudicial, prevista na Lei 13.105/2015 (CPC/2015, art. 1.071), não se mostra viável no presente caso, pois exige a anuência expressa dos confrontantes, titulares de direitos reais e do antigo proprietário, o que é inviável ante o falecimento deste e a ausência de inventário regularizado.
Assim, diante da impossibilidade de abdicação extrajudicial e da consolidação da posse pelo Autor, faz-se necessária a presente demanda judicial.
Resumo: O Autor exerce a posse qualificada sobre o imóvel há mais de 10 anos, sem oposição, com animus domini, impossibilitado de obter a escritura definitiva em razão do falecimento do vendedor, sendo a via judicial a única apta à regularização da propriedade.
4. DO DIREITO
4.1. DA USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
A usucapião extraordinária encontra previsão no CCB/2002, art. 1.238, que dispõe:
“Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo esse prazo ser reduzido para dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.”
No caso em tela, o Autor reside no imóvel, utilizando-o como moradia habitual há mais de dez anos, o que autoriza a redução do prazo, nos termos do parágrafo único do dispositivo citado.
4.2. DA POSSE MANSA, PACÍFICA E COM ANIMUS DOMINI
A posse exercida pelo Autor é contínua, mansa, pacífica e revestida de animus domini, conforme exigido pela legislação e pela jurisprudência dominante. Não houve oposição de terceiros, tampouco interrupção da posse, sendo o imóvel utilizado como residência familiar.
4.3. DA IMPOSSIBILIDADE DE REGULARIZAÇÃO EXTRAJUDICIAL
A via extrajudicial da usucapião, prevista no CPC/2015, art. 1.071, exige a anuência de todos os interessados, o que não é possível diante do falecimento do antigo proprietário e da ausência de inventário. Assim, resta ao Autor a via judicial para ver reconhecido o domínio.
4.4. DOS REQUISITOS PROCESSUAIS
A petição inicial preenche todos os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando instruída com documentos indispensáveis (CPC/2015, art. 320), tais como: memorial descritivo, matrícula do imóvel, comprovantes de pagamento de tributos, contas de consumo, contrato de compra e venda e certidões negativas.
4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
O princípio da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII) e o princípio da segurança jurídica fundamentam o reconhecimento da usucapião, permitindo ao possuidor regularizar o domínio e acessar todos os direitos inerentes à propriedade.
Fechamento: Presentes todos os requisitos legais e constitucionais, impõe-se o reconhecimento da usucapião extraordinária em favor do Autor.
5. JURISPRUDÊNCIAS
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA - PRELIMINAR - DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS - PRESENÇA - REQUISITOS LEGAIS - PRESENÇA.
“A usucapião é modo originário de aquisição de propriedade, ou de outros direitos reais, que decorre da posse prolongada no tempo. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a pr"'>...
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