Modelo de Ação de consignação em pagamento com pedido de dação em pagamento para quitação de parcelas remanescentes de contrato de compra e venda de imóvel, diante da recusa injustificada do credor

Publicado em: 24/04/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição inicial de ação de consignação em pagamento com pedido de dação em pagamento, onde o autor busca a quitação de parcelas remanescentes de contrato de compra e venda de imóvel mediante depósito judicial de veículo, após recusa injustificada do credor. Fundamentado no CCB/2002, art. 335 e CCB/2002, art. 356, CPC/2015, art. 539 e princípios da boa-fé objetiva e função social do contrato. Inclui qualificação das partes, exposição dos fatos, direito, jurisprudência, pedidos, valor da causa e produção de provas.
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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO COM PEDIDO DE DAÇÃO EM PAGAMENTO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, comerciante, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO COM PEDIDO DE DAÇÃO EM PAGAMENTO

em face de B. F. de S. L., brasileira, casada, empresária, portadora do CPF nº 987.654.321-00, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliada à Avenida das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, Cidade/UF.

3. DOS FATOS

O Autor celebrou com a Ré, em 10 de janeiro de 2023, contrato de compra e venda de bem imóvel, obrigando-se ao pagamento do valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), em 10 (dez) parcelas mensais e sucessivas de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) cada, vencendo-se a última em 10 de outubro de 2023.

Por motivos alheios à sua vontade, o Autor enfrentou dificuldades financeiras e, ao tentar quitar as últimas duas parcelas, propôs à Ré a entrega de um veículo automotor de sua propriedade, avaliado em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), como forma de pagamento das parcelas remanescentes, caracterizando a dação em pagamento prevista no CCB/2002, art. 356.

Contudo, a Ré recusou-se a receber tanto o valor em espécie quanto o bem oferecido em dação, sem apresentar justificativa plausível, colocando o Autor em situação de inadimplência involuntária.

Diante da recusa injustificada, não restou alternativa ao Autor senão propor a presente ação de consignação em pagamento, com pedido expresso de dação em pagamento do referido veículo, a fim de extinguir a obrigação e afastar os efeitos da mora.

Ressalta-se que o Autor notificou extrajudicialmente a Ré acerca da intenção de quitar a dívida por meio da dação em pagamento, conforme documento anexo, não obtendo resposta positiva.

Assim, busca-se a tutela jurisdicional para que seja reconhecida a quitação da obrigação, mediante o depósito judicial do bem ofertado, nos termos do contrato e da legislação vigente.

4. DO DIREITO

4.1 DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

A ação de consignação em pagamento é o instrumento processual adequado para liberar o devedor quando o credor se recusa, sem justa causa, a receber o pagamento ou dar quitação, conforme previsão do CCB/2002, art. 335, I e CPC/2015, art. 539.

O Código Civil dispõe:
“CCB/2002, art. 335. Considera-se em mora o credor, quando: I – não quiser receber o pagamento no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer; (...).”

No presente caso, restou demonstrada a recusa injustificada da Ré em receber o pagamento, seja em espécie, seja por meio da dação em pagamento, motivo pelo qual se faz cabível a presente demanda.

4.2 DA DAÇÃO EM PAGAMENTO

A dação em pagamento é modalidade de extinção das obrigações, prevista no CCB/2002, art. 356, que autoriza o devedor a entregar ao credor coisa diversa da pactuada, desde que haja consentimento deste:
“CCB/2002, art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.”

No caso concreto, o Autor propôs a entrega de veículo automotor, avaliado em valor equivalente ao saldo devedor, como forma de quitação das parcelas remanescentes. A recusa injustificada da Ré caracteriza abuso de direito, afrontando o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), uma vez que não há prejuízo à credora e o bem ofertado é idôneo e suficiente para satisfazer a obrigação.

4.3 DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da boa-fé objetiva, consagrado no CCB/2002, art. 422, impõe às partes o dever de lealdade e cooperação na execução dos contratos. A recusa injustificada da Ré em receber o pagamento, inclusive na modalidade de dação, viola tal princípio, além de afrontar o princípio da função social do contrato (CCB/2002, art. 421).

Ademais, o acesso à tutela jurisdicional efetiva está assegurado pelo CF/88, art. 5º, XXXV, gar"'>...

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VOTO

Trata-se de ação de consignação em pagamento com pedido de dação em pagamento proposta por A. J. dos S. em face de B. F. de S. L., na qual o Autor busca a extinção de obrigação decorrente de contrato de compra e venda de imóvel, mediante o depósito judicial de veículo avaliado em valor correspondente ao saldo devedor, em razão da recusa injustificada da Ré em receber tanto o valor em espécie quanto o bem ofertado.

1. Dos Fatos e do Cabimento da Ação

Restou incontroverso nos autos que as partes firmaram contrato de compra e venda de imóvel, cujo valor remanescente de R$ 40.000,00, referente a duas parcelas finais, não foi adimplido pelo Autor por dificuldades financeiras. Este, contudo, propôs à Ré a entrega de veículo automotor de sua propriedade, avaliado em quantia equivalente à dívida, como forma de quitação, bem como ofereceu o pagamento em espécie, tendo ambos sido recusados pela credora, sem justificativa plausível.

A ação de consignação em pagamento é o instrumento processual adequado para liberar o devedor quando o credor se recusa, sem justa causa, a receber o pagamento ou a dar quitação, nos termos do CCB/2002, art. 335, I e CPC/2015, art. 539.

Ademais, a dação em pagamento encontra respaldo no CCB/2002, art. 356, segundo o qual o credor pode consentir em receber prestação diversa da pactuada. No caso, embora a concordância do credor seja, em regra, condição para a dação — e não se desconhece a posição jurisprudencial majoritária neste sentido —, a recusa injustificada, sobretudo diante da equivalência de valores e ausência de prejuízo à credora, afronta o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da função social do contrato (CCB/2002, art. 421).

2. Da Análise Hermenêutica: Fatos, Princípios e Fundamentos Legais e Constitucionais

A análise do caso demanda a conjugação dos fatos com os fundamentos constitucionais e legais aplicáveis. A CF/88, art. 5º, XXXV, garante o acesso à jurisdição, assegurando ao Autor o direito de buscar a declaração de extinção da obrigação.

A CF/88, art. 93, IX, impõe ao magistrado o dever de fundamentar as decisões judiciais de modo claro, preciso e congruente, o que se observa no presente julgamento.

O comportamento da Ré, ao recusar, sem justificativa, tanto o valor em espécie quanto o veículo oferecido — este, plenamente idôneo e suficiente para satisfazer a obrigação —, revela-se incompatível com os deveres de lealdade e cooperação contratual, vulnerando a boa-fé objetiva. Não há nos autos qualquer demonstração de prejuízo à credora ou de inadequação do bem ofertado.

A jurisprudência colacionada pelas partes, notadamente dos Tribunais Estaduais, reforça a necessidade de o devedor demonstrar a recusa injustificada do credor para o cabimento da consignação. No caso dos autos, tal requisito está evidenciado.

3. Do Mérito

Diante de todo o exposto, restou comprovado que:

  • O Autor tentou quitar a obrigação mediante pagamento em espécie e por dação em pagamento de veículo de valor equivalente ao débito;
  • A Ré recusou-se injustificadamente a receber ambos, sem demonstrar prejuízo ou motivação plausível para a recusa;
  • O bem ofertado é idôneo e suficiente para a quitação da dívida, inexistindo controvérsia objetiva a respeito de sua avaliação.

 

Assim, é de rigor o reconhecimento da procedência do pedido consignatório.

4. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na presente ação de consignação em pagamento, para:

  1. Reconhecer a extinção da obrigação do Autor, declarando quitada a dívida remanescente do contrato firmado entre as partes, mediante o depósito judicial e aceitação do veículo automotor descrito nos autos, avaliado em R$ 40.000,00;
  2. Autorizar a entrega do bem à Ré, ou, em caso de recusa injustificada, considerar a obrigação extinta nos termos do CCB/2002, art. 335;
  3. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  4. Determinar a expedição de mandado para levantamento do bem em favor da Ré, oportunizando-lhe manifestação no prazo de 15 (quinze) dias sobre eventual impugnação ao valor do veículo, facultando a produção de prova pericial, se necessário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

5. Fundamentação Constitucional (CF/88, art. 93, IX)

Fundamenta-se a presente decisão nos princípios constitucionais da garantia do contraditório, ampla defesa, acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV), da função social do contrato, boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422), e no dever de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX).

6. Do Conhecimento dos Recursos

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço dos recursos eventualmente interpostos, devendo ser processados nos termos da legislação vigente.

Assim decido.

[Cidade], [Data].

___________________________________
Juiz de Direito


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