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Limitação da decisão de pronúncia à exposição dos elementos probatórios para julgamento pelo Tribunal do Júri conforme CPP, art. 413, §1º, sem juízo de valor ou excesso de linguagem

Publicado em: 30/07/2024 Direito Penal Processo Penal
Este documento aborda a restrição da decisão de pronúncia no processo penal, enfatizando que deve conter apenas a exposição dos elementos de prova que justificam o encaminhamento do acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri, sem emitir juízo de certeza ou valor, evitando influenciar os jurados, em conformidade com o artigo 413, §1º do Código de Processo Penal. Esclarece ainda a inaplicabilidade do reconhecimento de excesso de linguagem quando a decisão relata materialidade e indícios de autoria.

TESE DOUTRINÁRIA EXTRAÍDA DO ACÓRDÃO:

A decisão de pronúncia deve limitar-se à exposição dos elementos de prova que justifiquem o encaminhamento do acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri, sem emitir juízo de certeza ou de valor, de modo a não influenciar o ânimo dos jurados, sendo incabível o reconhecimento de excesso de linguagem quando a decisão apenas relata a materialidade do fato e os indícios de autoria, em estrita observância ao CPP, art. 413, §1º.

COMENTÁRIO EXPLICATIVO

A tese enfatiza que o magistrado, ao proferir decisão de pronúncia, deve restringir-se à narração objetiva dos fatos e à indicação dos elementos probatórios que demonstrem a materialidade do delito e a existência de indícios suficientes de autoria ou participação. A decisão não pode antecipar juízo de mérito, tampouco valorar de forma conclusiva a prova, sob pena de comprometer a imparcialidade do Júri. No caso, o acórdão manteve a decisão por entender que a sentença de pronúncia limitou-se à apresentação dos elementos necessários, sem excesso de linguagem, em conformidade com a jurisprudência consolidada do STJ.

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

CF/88, art. 5º, XXXVIII – "é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida".

FUNDAMENTO LEGAL

CPP, art. 413, §1º – "Na sentença de pronúncia, o juiz deverá limitar-se à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, não podendo manifestar juízo de valor sobre a prova".

SÚMULAS APLICÁVEIS

Súmula 7/STJ – "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial."

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relevância da tese reside na proteção da imparcialidade do Tribunal do Júri, evitando que o juiz togado influencie os jurados por meio de juízo antecipado sobre a autoria ou materialidade. O acórdão reflete uma orientação consolidada, que preserva o direito de defesa e a regularidade do procedimento do Júri, e tende a impactar futuros julgamentos ao reforçar os limites da decisão de pronúncia. O fundamento jurídico é sólido, pautando-se em comandos constitucionais e legais, além de reiterar a jurisprudência do STJ. Consequentemente, a decisão inibe práticas que possam comprometer a soberania e a independência do julgamento popular, resguardando o devido processo legal no rito do Tribunal do Júri.


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