Modelo de Réplica do réu F. B. de Q. à manifestação da Empresa de Transportes X. Ltda. em ação indenizatória por danos materiais e lucros cessantes, com impugnação da prova e pedido de improcedência baseada no CPC/2015 ...

Publicado em: 20/06/2025 CivelProcesso Civil
Documento de réplica apresentado pelo réu em ação cível de indenização por danos materiais e lucros cessantes, contestando a responsabilidade civil, impugnando valores apresentados pela autora e requerendo a improcedência dos pedidos, com fundamentação jurídica nos artigos 186 e 927 do Código Civil, artigo 373 do CPC/2015 e princípios da boa-fé, legalidade e vedação ao enriquecimento sem causa. Requer ainda o reconhecimento da tempestividade da contestação e, se necessário, produção de provas.
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RÉPLICA À MANIFESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DOS AUTOS

Processo nº: __________
Autor: Empresa de Transportes X. Ltda.
Réu: F. B. de Q.
E-mail do Autor: [email protected]
E-mail do Réu: [email protected]

3. SÍNTESE DA MANIFESTAÇÃO ADVERSA

A parte autora, Empresa de Transportes X. Ltda., apresentou manifestação reiterando os pedidos de indenização por dano material, no valor de R$ 21.467,00 (vinte e um mil, quatrocentos e sessenta e sete reais), e por lucros cessantes, no valor de R$ 36.352,45 (trinta e seis mil, trezentos e cinquenta e dois reais e quarenta e cinco centavos), alegando que tais valores estariam comprovados pelos documentos anexados aos autos (IDs 10283808817 e 10283810023), os quais não teriam sido impugnados pelo réu. Sustenta, ainda, que a defesa apresentada seria genérica e ineficaz, requerendo o julgamento antecipado da lide e a certificação da suposta intempestividade da contestação.

4. REITERAÇÃO DOS TERMOS DA CONTESTAÇÃO

O réu, F. B. de Q., por seu advogado, reitera integralmente todos os termos da contestação já apresentada, especialmente quanto à inexistência de responsabilidade pelo acidente, à ausência de nexo causal entre sua conduta e os danos alegados, à impugnação dos valores apresentados pela autora, à ausência de comprovação dos lucros cessantes e à regularidade da apresentação da defesa, uma vez que a citação ocorreu apenas após a audiência de conciliação, em consonância com o CPC/2015, art. 335, I.

5. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS ARGUMENTOS DA MANIFESTAÇÃO

Inicialmente, impugna-se a alegação de que os documentos apresentados pela autora não teriam sido impugnados. Conforme exposto na contestação, o réu questionou expressamente a veracidade e a suficiência dos orçamentos e comprovantes de despesas, destacando que o orçamento de R$ 21.467,00 é manifestamente exagerado, pois os danos ao caminhão limitaram-se a uma roda traseira, cujo reparo não ultrapassaria R$ 5.100,00. Ademais, o réu já havia negociado o veículo supostamente envolvido no acidente antes do evento, afastando a sua responsabilidade.

Quanto ao pedido de lucros cessantes, não há qualquer comprovação documental idônea que demonstre a efetiva paralisação do caminhão ou a perda de faturamento no valor pleiteado. A autora limita-se a apresentar planilhas unilaterais, sem lastro em contratos, notas fiscais ou registros de fretes efetivamente cancelados, em afronta ao ônus probatório que lhe compete (CPC/2015, art. 373, I).

Por fim, impugna-se a alegação de intempestividade da contestação, visto que a citação do réu ocorreu somente após a audiência de conciliação, tornando tempestiva a apresentação da defesa, nos termos do CPC/2015, art. 335, I.

6. DO DIREITO

6.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL E ÔNUS DA PROVA

A responsabilidade civil por acidente de trânsito exige a demonstração cumulativa da conduta ilícita, do dano e do nexo de causalidade, conforme CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927. O simples fato de ter ocorrido um acidente não implica, por si só, o dever de indenizar, sendo imprescindível a comprovação da culpa do réu e da extensão dos danos.

O ônus de provar o fato constitutivo do direito alegado incumbe à parte autora, nos termos do CPC/2015, art. 373, I. No caso, a autora não logrou demonstrar, de forma objetiva, que o réu foi o responsável pelo acidente, tampouco que os danos materiais e lucros cessantes decorreram de sua conduta.

6.2. DA IMPUGNAÇÃO AOS DANOS MATERIAIS

O valor pleiteado a título de dano material (R$ 21.467,00) é manifestamente excessivo diante dos danos efetivamente constatados, limitados a uma roda traseira do caminhão. A apresentação de orçamento unilateral não supre a necessidade de prova robusta e idônea, sendo imprescindível a demonstração do efetivo desembolso e da correspondência entre o dano e o valor reclamado, sob pena de enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884).

6.3. DA IMPUGNAÇÃO AOS LUCROS CESSANTES

Os lucros cessantes, por sua natureza, exigem prova cabal de que a paralisação do veículo comprometeu a atividade econômica da autora, resultando em perda efetiva de receita. A mera apresentação de planilhas ou e"'>...

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RELATÓRIO

Trata-se de ação indenizatória ajuizada por Empresa de Transportes X. Ltda. em face de F. B. de Q., na qual a parte autora pleiteia indenização por dano material no valor de R$ 21.467,00 (vinte e um mil, quatrocentos e sessenta e sete reais) e por lucros cessantes no valor de R$ 36.352,45 (trinta e seis mil, trezentos e cinquenta e dois reais e quarenta e cinco centavos), alegando que tais prejuízos decorreram de acidente de trânsito supostamente causado pelo réu. A parte ré apresentou contestação, impugnando a responsabilidade pelo evento, os valores pleiteados e a própria existência de nexo causal entre sua conduta e os danos alegados.

As partes apresentaram manifestação e réplica, reiterando argumentos já expostos, destacando-se a controvérsia sobre a responsabilidade pelo acidente, a extensão dos danos e a regularidade da contestação.

FUNDAMENTAÇÃO

1. Do Dever de Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos, fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos à luz do direito aplicável.

2. Da Responsabilidade Civil e do Ônus da Prova

Para a procedência da pretensão indenizatória por acidente de trânsito, impõe-se a demonstração dos requisitos da responsabilidade civil subjetiva, a saber: conduta culposa do réu, dano efetivo e nexo de causalidade entre ambos, conforme dispõem os arts. 186 e 927 do Código Civil.

O ônus da prova incumbe à parte autora quanto ao fato constitutivo do seu direito (CPC/2015, art. 373, I), não se admitindo presunção de culpa ou de dano material, devendo estes serem cabalmente comprovados, conforme entendimento consolidado em nossos tribunais (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.504901-0/001).

3. Da Análise dos Fatos e Provas

Examinando os autos, verifico que a parte autora apresentou orçamentos e documentos com vistas a comprovar o valor do dano material. Contudo, tais documentos foram impugnados de forma específica pelo réu, que questionou tanto a veracidade quanto a suficiência dos valores apresentados, alegando que o dano se limitou a uma roda traseira do caminhão, cujo reparo não ultrapassaria R$ 5.100,00. Não há, ademais, comprovação de efetivo desembolso ou de correspondência do dano com o valor reclamado, sendo insuficiente a apresentação de orçamentos unilaterais.

No que se refere aos lucros cessantes, a autora limitou-se a apresentar planilhas próprias, ausentes contratos, notas fiscais, registros de fretes ou outros elementos objetivos que demonstrem a alegada paralisação do veículo e efetiva perda de receita. Assim, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe competia.

4. Da Tempestividade da Contestação

Quanto à alegação de intempestividade da contestação, razão não assiste à autora. Nos termos do art. 335, I, do CPC/2015, o prazo para apresentação de contestação inicia-se após a audiência de conciliação, caso não haja autocomposição, sendo comprovado nos autos que a citação do réu ocorreu somente após referida audiência. Portanto, tempestiva a defesa apresentada.

5. Dos Princípios Constitucionais Aplicáveis

Ressalto a observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da vedação ao enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884). Ademais, o presente julgamento atende ao dever constitucional de fundamentação, prestigiando o devido processo legal.

6. Jurisprudência

O entendimento aqui exposto encontra respaldo na jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, que tem reiteradamente decidido pela necessidade de prova efetiva dos danos materiais e dos lucros cessantes, bem como da responsabilidade subjetiva do réu (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.130204-1/001; Apelação Cível 1.0000.24.495858-3/001).

DISPOSITIVO

Ante o exposto, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO IMPROCEDENTE o pedido inicial, reconhecendo a ausência de comprovação dos requisitos da responsabilidade civil e da extensão dos danos alegados.

Reconheço, ainda, a tempestividade da contestação apresentada pelo réu.

Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

PUBLIQUE-SE. REGISTRE-SE. INTIME-SE.

Belo Horizonte/MG, ___ de __________ de 2025.

_______________________________________
Juiz de Direito


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