Modelo de Recurso Ordinário contra indeferimento de prisão domiciliar ou monitoração eletrônica para condenado em regime semiaberto que cuida de irmã interditada, com fundamentação em Lei 7.210/1984, CF/88 e jurisprudênci...

Publicado em: 10/06/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de Recurso Ordinário dirigido ao Tribunal de Justiça para reforma de decisão que indeferiu pedido de prisão domiciliar ou substituição por monitoração eletrônica a condenado em regime semiaberto, alegando a imprescindibilidade do recorrente para cuidados de irmã interditada. O recurso fundamenta-se na Lei de Execução Penal, princípios constitucionais da dignidade humana e proteção à pessoa com deficiência, além da jurisprudência consolidada do STJ e STF. Inclui pedidos de justiça gratuita, produção de provas e intimação do Ministério Público.
← deslize para o lado para ver mais opções

RECURSO ORDINÁRIO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais da Comarca de [Cidade/UF],
Aos cuidados do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de [UF].

2. PREÂMBULO (QUALIFICAÇÃO DAS PARTES)

Recorrente: V. A. P., brasileiro, solteiro, portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], residente e domiciliado na Rua [endereço completo], CEP [informar], e-mail: [informar], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua [endereço profissional], CEP [informar], e-mail: [informar];
Recorrido: Ministério Público do Estado de [UF], com endereço na [endereço da Promotoria], e-mail: [informar].

3. SÍNTESE DOS FATOS

O ora Recorrente, V. A. P., foi condenado às sanções do CP, art. 129, §9º c/c CP, art. 61, I, à pena de 3 (três) meses e 15 (quinze) dias de detenção, em regime inicialmente semiaberto, além do pagamento de multa. Em sede de execução penal, requereu a concessão de prisão domiciliar ou, alternativamente, a substituição por monitoração eletrônica, com comparecimento periódico em juízo, alegando ser imprescindível para os cuidados de sua irmã interditada, pessoa com deficiência, e diante da ausência de outros familiares aptos a assumir tal responsabilidade.
O Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento do pedido, sob o argumento de ausência de comprovação da imprescindibilidade do Recorrente para os cuidados da irmã, bem como da possibilidade de outros familiares assumirem a curatela. O juízo de origem, acolhendo integralmente a manifestação ministerial, indeferiu o pedido de prisão domiciliar e de monitoração eletrônica, determinando o início do cumprimento da pena em estabelecimento prisional compatível com o regime semiaberto.
O Recorrente, inconformado, interpõe o presente Recurso Ordinário, visando à reforma da decisão para que lhe seja concedida a prisão domiciliar ou a substituição por monitoração eletrônica, em razão das peculiaridades do caso concreto e em observância aos princípios constitucionais e legais aplicáveis à execução penal.

4. TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO

O presente Recurso Ordinário é tempestivo, uma vez que interposto dentro do prazo legal previsto na Lei 7.210/1984, art. 197, e CPC/2015, art. 1.003, §5º, considerando-se a data da intimação da decisão recorrida. O cabimento decorre do fato de tratar-se de decisão proferida por Juízo de Execução Penal, sendo a via recursal adequada para a apreciação pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado, nos termos da CF/88, art. 5º, LV, Lei 7.210/1984, art. 197, e CPC/2015, art. 1.009.
Dessa forma, presentes os pressupostos de admissibilidade, requer-se o regular processamento do presente recurso.

5. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO

A decisão recorrida indeferiu o pleito de prisão domiciliar e de substituição por monitoração eletrônica, fundamentando-se na ausência de comprovação de que o Recorrente seja o único responsável pelos cuidados da irmã interditada, bem como na excepcionalidade da medida.
Todavia, a jurisprudência consolidada do STJ e do STF admite, em situações excepcionais e devidamente comprovadas, a concessão de prisão domiciliar a apenados em regime semiaberto, especialmente quando demonstrada a imprescindibilidade da presença do condenado para o cuidado de pessoa com deficiência, nos termos da Lei 7.210/1984, art. 117, e à luz dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da proteção integral à pessoa com deficiência (CF/88, art. 227).
No caso em tela, o Recorrente demonstrou que sua irmã interditada depende de cuidados diários e que, embora existam outros familiares, estes não possuem condições materiais ou de saúde para assumir tal responsabilidade, conforme documentação acostada aos autos. A decisão recorrida, contudo, não enfrentou de forma suficiente tais elementos, limitando-se a afirmar genericamente a possibilidade de outros familiares assumirem a curatela, sem a devida instrução probatória.
Ressalta-se que a concessão de prisão domiciliar, em hipóteses excepcionais, visa resguardar não apenas o direito do apenado, mas, sobretudo, o interesse da pessoa com deficiência, em consonância com a jurisprudência do STJ (AgRg no HABEAS CORPUS 937.705 - SP; AgRg no HABEAS CORPUS 825.441 - BA) e com a Súmula Vinculante 56/STF, que determina a adoção de medidas alternativas quando inexistente estabelecimento prisional adequado ao regime fixado.
Ademais, a substituição por monitoração eletrônica, com comparecimento periódico em juízo, revela-se medida proporcional e adequada ao caso, permitindo o cumprimento da pena sem prejuízo do atendimento às necessidades da pessoa com deficiência sob os cuidados do Recorrente, em harmonia com o princípio da individualização da pena (CF/88, art. 5º, XLVI).
Assim, diante da excepcionalidade do caso e da demonstração da imprescindibilidade da presença do Recorrente para o cuidado da irmã interditada, impõe-se a concessão da prisão domiciliar ou, subsidiariamente, a substituição por monitoração eletrônica.

6. DO DIREITO

A matéria encontra respald"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Cuida-se de Recurso Ordinário interposto por V. A. P. contra decisão proferida pelo Juízo da Vara de Execuções Criminais da Comarca de [Cidade/UF], a qual indeferiu o pedido de concessão de prisão domiciliar, bem como a substituição por monitoração eletrônica, determinando o início do cumprimento da pena em regime semiaberto. O ora Recorrente fundamenta seu pedido na imprescindibilidade de sua presença para o cuidado de sua irmã interditada, pessoa com deficiência, diante da inexistência de outros familiares aptos a assumir tal responsabilidade. O Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento do pleito, sob o argumento de ausência de comprovação do alegado.

II. Admissibilidade

Verifico que o recurso é tempestivo, interposto dentro do prazo legal, e adequado à espécie, nos termos do art. 197 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal), art. 1.003, §5º, do CPC/2015 e art. 5º, LV, da Constituição Federal. Presentes, portanto, os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

III. Fundamentação

a) Dos fatos e do direito aplicável

O Recorrente foi condenado à pena de 3 meses e 15 dias de detenção, em regime inicial semiaberto, além do pagamento de multa, pela prática do delito previsto no art. 129, §9º c/c art. 61, I, do CP. Requereu, na execução, a concessão de prisão domiciliar ou, alternativamente, a substituição por monitoração eletrônica, alegando ser imprescindível para os cuidados de sua irmã interditada e pessoa com deficiência.

A controvérsia reside, portanto, na possibilidade de concessão de prisão domiciliar ou monitoração eletrônica a condenado em regime semiaberto, diante da alegada imprescindibilidade de sua presença para o cuidado de pessoa com deficiência.

b) Interpretação constitucional e legal

Inicialmente, ressalto que, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, a motivação das decisões judiciais é requisito essencial à validade dos atos jurisdicionais, devendo o magistrado fundamentar suas decisões à luz da Constituição e da legislação.

A Lei de Execução Penal ( Lei 7.210/1984), em seu art. 117, prevê a possibilidade de concessão de prisão domiciliar, inclusive para condenados em regime semiaberto, desde que demonstrada a excepcionalidade do caso, especialmente quando comprovada a imprescindibilidade da medida para o cuidado de pessoa com deficiência.

A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça admite, em hipóteses excepcionais e mediante comprovação, a concessão do benefício, nos termos dos julgados AgRg no HC Acórdão/STJ, AgRg no HC Acórdão/STJ e Rec. Esp. Acórdão/STJ. Destaco, ainda, o entendimento do Supremo Tribunal Federal na Súmula Vinculante 56, no sentido de que a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime mais gravoso, devendo o Estado adotar alternativas proporcionais e razoáveis.

A Constituição Federal, em seu art. 1º, III, consagra o princípio da dignidade da pessoa humana e, no art. 227, determina a proteção integral à pessoa com deficiência. O art. 5º, XLVI, garante a individualização da pena, possibilitando ao julgador adaptar a execução penal às peculiaridades do caso concreto.

c) Análise do caso concreto

Da análise dos autos, constato que o Recorrente juntou documentos que demonstram a condição de sua irmã como pessoa com deficiência, interditada judicialmente, e que depende de cuidados diários. Há, ainda, elementos que indicam a impossibilidade de outros familiares assumirem a curatela ou prestarem os cuidados necessários, seja por limitações de saúde, seja por ausência de condições materiais.

A decisão de primeiro grau limitou-se a afirmar genericamente a possibilidade de outros familiares assumirem tal responsabilidade, sem aprofundamento na instrução probatória necessária para aferição da imprescindibilidade do Recorrente, deixando de avaliar concretamente a situação fática.

Considerando o conjunto probatório, a jurisprudência e os princípios constitucionais aplicáveis, entendo que restou demonstrada a excepcionalidade do caso, bem como a imprescindibilidade do Recorrente para o cuidado de pessoa com deficiência, o que justifica a concessão da prisão domiciliar, nos termos do art. 117 da LEP, ou, subsidiariamente, a substituição por monitoração eletrônica.

Ressalto que a medida ora concedida não visa privilegiar o apenado, mas sim proteger, em absoluta prioridade, a pessoa com deficiência sob sua responsabilidade, em consonância com o princípio da proteção integral (CF/88, art. 227), da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da razoabilidade e proporcionalidade.

IV. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, art. 117 da Lei 7.210/1984, Súmula Vinculante 56 do STF, princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, proteção integral à pessoa com deficiência e individualização da pena, DOU PROVIMENTO ao recurso ordinário para reformar a decisão recorrida e CONCEDER ao Recorrente o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar, nos termos da fundamentação, ou, subsidiariamente, a substituição por monitoração eletrônica, com comparecimento periódico em juízo, até ulterior deliberação.

Determino, ainda, que o juízo de origem proceda à fiscalização do cumprimento das condições impostas, podendo rever o benefício em caso de alteração da situação fática.

Comunique-se ao Ministério Público para ciência e, querendo, apresentação de contrarrazões.

V. Conclusão

É como voto.

 

[Cidade], [Data]

_____________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


Observação

O presente voto está fundamentado em interpretação hermenêutica dos fatos e do direito, observando os parâmetros constitucionais, legais e jurisprudenciais, nos termos do art. 93, IX, da CF/88.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.