Modelo de Petição Inicial de Ação de Reparação de Danos Materiais e Morais por Abuso de Confiança e Dilapidação Patrimonial de Pessoa Idosa contra Administrador de Bens
Publicado em: 12/11/2024 CivelPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. F. de S. L., estado civil [informar], profissão [informar], inscrita no CPF sob o nº [informar], portadora do RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliada na [endereço completo], nesta cidade e comarca, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS em face de J. M. dos S., estado civil [informar], profissão [informar], inscrito no CPF sob o nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado na [endereço completo], nesta cidade e comarca, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
A autora, A. F. de S. L., pessoa idosa, confiou ao requerido, J. M. dos S., a administração de seu patrimônio, consistente em semoventes (animais de criação), em razão da relação de confiança e parentesco existente entre ambos. O requerido, valendo-se dessa confiança, passou a administrar os bens da autora sem a devida prestação de contas, vindo, ao longo do tempo, a dilapidar o patrimônio, alienando parte dos semoventes sem autorização e apropriando-se dos valores obtidos, em flagrante abuso de confiança.
Ressalte-se que a autora, em virtude de sua idade avançada, encontra-se em situação de especial vulnerabilidade, necessitando dos rendimentos provenientes do patrimônio para sua subsistência e manutenção de sua dignidade. O comportamento do requerido não apenas causou prejuízo material, com a diminuição do patrimônio da autora, como também lhe trouxe profundo abalo moral, diante da frustração da confiança depositada e da insegurança quanto ao seu próprio sustento.
A conduta do requerido caracteriza evidente abuso de direito e violação dos deveres inerentes à administração de bens alheios, especialmente quando se trata de pessoa idosa, cuja proteção é assegurada por legislação específica. Os danos materiais correspondem ao valor dos semoventes alienados indevidamente, enquanto os danos morais decorrem do sofrimento, angústia e humilhação suportados pela autora.
Diante desse quadro, não restou alternativa à autora senão buscar a tutela jurisdicional para ver reparados os prejuízos sofridos.
4. DO DIREITO
4.1. Da Responsabilidade Civil
O ordenamento jurídico brasileiro consagra, em seu núcleo, o princípio da responsabilidade civil, segundo o qual todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo (CCB/2002, art. 186 e art. 927). No presente caso, o requerido, ao administrar o patrimônio da autora e alienar semoventes sem autorização, incorreu em ato ilícito, devendo responder pelos prejuízos materiais e morais causados.
4.2. Da Proteção à Pessoa Idosa
A Constituição Federal assegura especial proteção à pessoa idosa, determinando a efetivação de políticas que garantam sua dignidade, bem-estar e direito à vida (CF/88, art. 230). O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) reforça essa proteção, estabelecendo que é dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso, inclusive no âmbito patrimonial (Lei 10.741/2003, art. 43 e art. 102).
O abuso de confiança praticado pelo requerido, além de violar o direito de propriedade da autora, atenta contra sua dignidade e integridade psíquica, agravando-se pelo fato de tratar-se de pessoa idosa e vulnerável.
4.3. Dos Danos Materiais
Os danos materiais consistem na efetiva diminuição do patrimônio da autora, decorrente da alienação indevida dos semoventes pelo requerido. Nos termos do CCB/2002, art. 402, a indenização por perdas e danos abrange o que o credor efetivamente perdeu e o que razoavelmente deixou de lucrar.
4.4. Dos Danos Morais
O dano moral, por sua vez, decorre do sofrimento, angústia e abalo psicológico experimentados pela autora, em razão da traição da confiança e da incerteza quanto ao seu próprio sustento. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a violação de direitos da pessoa idosa, sobretudo em hipóteses de abuso de confiança e dilapidação patrimonial, enseja reparação por danos morais.
O quantum indenizatório deve atender às funções compensatória e pedagógica, sem importar em enriquecimento sem causa, observando-se as peculiaridades do caso concreto e a condição de vulnerabilidade da autora.
4.5. Dos Princípios Aplicáveis
São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da legalidade e da proteção integral ao idoso. Tais princípios reforçam a necessidade de responsabilização do requerido e de efetiva reparação dos danos causados à autora.
Em síntese, restam preenchidos todos os requisitos para a responsabilização civil do requerido, im"'>...
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