Modelo de Petição Inicial de Ação de Indenização por Danos Materiais em Decorrência de Colisão Traseira em Acidente de Trânsito – Responsabilidade Civil entre Particulares com Fundamentação no Código Civil e Código de Trânsito Brasileiro

Publicado em: 07/11/2024 Civel Trânsito
Modelo de petição inicial destinada à propositura de ação de indenização por danos materiais em razão de acidente de trânsito, envolvendo colisão traseira entre veículos. O documento detalha a qualificação das partes, a narrativa dos fatos com presunção de culpa do réu, fundamentos jurídicos baseados no Código Civil (arts. 186 e 927) e no Código de Trânsito Brasileiro (art. 29, II), bem como princípios processuais e constitucionais aplicáveis. Inclui jurisprudências recentes, pedidos de citação, condenação ao pagamento de indenização, juros, correção monetária, custas processuais e designação de audiência de conciliação, além de requerimento para produção de provas. Indicado para situações em que a vítima busca reparação material após acidente de trânsito com danos ao veículo.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, motorista, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-0, residente e domiciliado na Rua Alfa, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua Beta, nº 200, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO
em face de M. F. de S. L., brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111-1, residente e domiciliado na Avenida Gama, nº 300, Bairro Jardim, CEP 11111-111, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

No dia 10 de março de 2024, por volta das 15h30min, o Autor, A. J. dos S., conduzia seu veículo automotor, marca Fiat, modelo Uno, placa AAA-0000, pela Rodovia BR-000, sentido norte-sul, quando, ao realizar manobra à esquerda em direção ao acostamento, teve seu veículo abalroado na traseira pelo automóvel conduzido pelo Réu, M. F. de S. L., marca Volkswagen, modelo Gol, placa BBB-1111.

O impacto ocorreu do lado do motorista, resultando em danos materiais significativos ao para-choque traseiro do veículo do Autor, conforme boletim de ocorrência e fotografias anexas.

Ressalte-se que, embora o Autor possua observações "AT" em sua CNH, tal circunstância não guarda relação direta com a dinâmica do acidente, tampouco justifica a conduta imprudente do Réu, que não manteve a distância regulamentar e colidiu na traseira do veículo do Autor.

É importante destacar que, nos termos da legislação de trânsito, a responsabilidade pela colisão traseira, via de regra, recai sobre o condutor do veículo que colide, salvo prova em contrário, a qual não se verifica no presente caso.

Em suma, o Autor foi vítima de conduta negligente do Réu, que não observou o dever de cautela e causou prejuízos materiais ao patrimônio do Autor, razão pela qual busca a devida reparação.

Resumo: O acidente decorreu de colisão traseira, com culpa presumida do Réu, não havendo elementos que afastem sua responsabilidade, sendo o Autor prejudicado materialmente.

4. DO DIREITO

4.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil por danos materiais decorrentes de acidente de trânsito está prevista no CCB/2002, art. 186 e art. 927, que estabelecem o dever de reparar aquele que, por ação ou omissão voluntária, causar dano a outrem.

No âmbito do trânsito, o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997, art. 29, II) impõe ao condutor o dever de guardar distância de segurança entre veículos, de modo a evitar colisões. A colisão traseira, por sua natureza, gera presunção de culpa do condutor que colide, cabendo-lhe o ônus de demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (CPC/2015, art. 373, II).

Ademais, a existência de observações na CNH do Autor não exime o Réu de sua responsabilidade, pois tais restrições não interferiram na dinâmica do acidente, tampouco foram causa determinante do sinistro.

4.2. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O caso em tela envolve a aplicação dos princípios da boa-fé objetiva, legalidade e dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), que orientam a conduta dos cidadãos e a atuação do Poder Judiciário na busca pela reparação integral do dano.

O princípio da primazia do julgamento de mérito e da instrumentalidade das formas (CPC/2015, art. 4º e art. 6º) também devem ser observados, de modo a garantir a efetividade da tutela jurisdicional e a justa reparação dos danos sofridos.

4.3. DA PRESUNÇÃO DE CULPA NA COLISÃO TRASEIRA

A jurisprudência consolidada dos tribunais pátrios reconhece a presunção de culpa do condutor que colide na traseira de outro veículo, salvo prova robusta em sentido contrário, o que não se verifica neste caso.

Resumo: O direito do Autor à indenização decorre da responsabilidade objetiva do Réu, da presunção de culpa na colisão traseira e da ausência de excludentes de responsabilidade.

5. JURISPRUDÊNCIAS

ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. Pedido regressivo formulado pela seguradora. Preliminar de inépcia da petição inicial por ausência de documentos indispensáveis ao ajuizamento da demanda corretamente afastada. Juntada posterior de documentos para corrigir falha naqueles que foram apresentados com a petição inicial que não decorreu de má-fé e não gerou qualquer prejuízo processual ao réu. Contraditório que foi devidamente observado. Aplicação ao caso dos princípios da boa-fé objetiva, da primazia do julgamento de mérito, da razoabilidade, da economia processual e da instrumentalidade das formas que norteiam o processo civil. Dinâmica do acidente descrita na petição inicial que restou incontroversa. Ausência de elementos aptos a afastar a culpa do réu pela colisão. Dano material sofrido pela autora suficientemente demonstrado. Recurso desprovido.
TJSP (36ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1042164-91.2022.8.26.0001 - São Paulo - Rel.: Des. Milton Carvalho - J. em 24/09/2024 - DJ 24/09/2024

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais decorrentes de acidente de trânsito ajuizada por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L.. Narra o Autor que, em 10 de março de 2024, ao conduzir seu veículo pela Rodovia BR-000, foi abalroado na traseira pelo veículo conduzido pelo Réu, ocasionando prejuízos materiais, conforme boletim de ocorrência e documentos anexados aos autos.

O Autor pleiteia a condenação do Réu ao pagamento de indenização no valor de R$ 4.500,00, acrescida de juros, correção monetária, custas processuais e honorários advocatícios.

O Réu, regularmente citado, apresentou defesa, aduzindo ausência de culpa e, subsidiariamente, concorrência de culpa do Autor em razão de observações constantes em sua CNH, o que, segundo alega, teria contribuído para o evento danoso.

II. Fundamentação

1. Da Análise dos Fatos

Restou incontroverso nos autos, por meio dos elementos probatórios (boletim de ocorrência, fotografias e orçamentos), que o acidente decorreu de colisão traseira, sendo o veículo do Autor atingido pelo veículo do Réu.

Conforme consolidado em jurisprudência e doutrina, a colisão traseira gera presunção de culpa do condutor que colide, cabendo-lhe o ônus de demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor (CPC/2015, art. 373, II). No caso em apreço, não há nos autos elementos capazes de afastar tal presunção ou de evidenciar culpa concorrente do Autor.

A alegação de que restrições na CNH do Autor teriam contribuído para o acidente não se sustenta, pois não há prova de que tais observações tenham relação causal com a dinâmica do sinistro.

2. Do Direito Aplicável

O Código Civil Brasileiro, art. 186, dispõe que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". O art. 927 do mesmo diploma prevê o dever de reparar o dano.

O Código de Trânsito Brasileiro, art. 29, II, impõe ao condutor o dever de guardar distância de segurança entre veículos, exatamente para evitar colisões do tipo narrado.

O dever de indenizar resta, assim, caracterizado, uma vez que o Réu não demonstrou qualquer excludente de responsabilidade.

Ademais, a Constituição Federal, em seu art. 5º, X, assegura a inviolabilidade do patrimônio, e o art. 1º, III consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento da República, princípios que orientam a justa reparação dos danos sofridos. O art. 93, IX, da CF/88, exige fundamentação das decisões judiciais, o que ora se cumpre.

A jurisprudência pátria, inclusive do E. TJSP, revela-se firme no sentido da responsabilidade do condutor que colide na traseira de outro veículo, salvo prova em contrário, ausente no presente feito (Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Milton Carvalho, j. 24/09/2024).

Impõe-se, portanto, a procedência do pedido.

3. Dos Valores e Atualização

O valor pleiteado pelo Autor encontra-se devidamente demonstrado nos autos, devendo ser atualizado desde o evento danoso (CCB/2002, art. 398), acrescido de juros legais e correção monetária.

4. Dos Honorários de Sucumbência

Sucumbente, deve o Réu arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, para:
- Condenar M. F. de S. L. ao pagamento, em favor de A. J. dos S., da quantia de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), acrescida de correção monetária a partir do evento danoso (10/03/2024) e juros legais a partir da citação;
- Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Recurso

Nos termos do art. 1.009 do CPC/2015, fica aberto prazo legal para interposição de recurso pelas partes.

Esta decisão está devidamente fundamentada, em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal.

V. Conclusão

[Cidade/UF], [data].

____________________________________________
Juiz de Direito


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