Modelo de Petição de Contraprostesto Extrajudicial para Registro da Irregularidade de Protesto Indevido de Título Quitado entre A. J. dos S. e B. F. de S. L., com Fundamentos no Código Civil e CPC

Publicado em: 28/04/2025 Civel
Petição extrajudicial dirigida ao Cartório de Protesto de Títulos da Comarca de [CIDADE/UF], na qual o requerente A. J. dos S. manifesta formalmente sua irresignação contra o protesto indevido do título nº 123456, no valor de R$ 10.000,00, protestado pelo requerido B. F. de S. L., após pagamento integral e tempestivo da dívida. O documento fundamenta-se no CCB/2002, art. 187 e CCB/2002, art. 422, no CPC/2015, art. 319 e na jurisprudência consolidada do STJ, requerendo o registro do contraprostesto, juntada da prova de pagamento, expedição de certidão e comunicação ao requerido, visando resguardar direitos e possibilitar futura ação judicial de cancelamento do protesto e indenização por danos morais.

PETIÇÃO DE CONTRAPROTESTO EXTRAJUDICIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Ao
Cartório de Protesto de Títulos da Comarca de [CIDADE/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

REQUERENTE: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº 0.000.000-0 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF.
REQUERIDO: B. F. de S. L., brasileiro, casado, comerciante, inscrito no CPF sob o nº 111.111.111-11, portador do RG nº 1.111.111-1 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Avenida das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, Cidade/UF.

3. EXPOSIÇÃO DOS FATOS

O Requerente foi surpreendido com o protesto do Título nº 123456, datado de 01/06/2024, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), lavrado por solicitação do Requerido perante este Cartório de Protesto.

Ocorre que, em 28/05/2024, o Requerente efetuou o pagamento integral do débito objeto do referido título, conforme comprovante bancário anexo, antes do vencimento e, portanto, antes da apresentação do título a protesto. Apesar disso, o Requerido não comunicou ao cartório o adimplemento, resultando na indevida lavratura do protesto, fato que tem causado sérios prejuízos à honra e ao crédito do Requerente.

Ressalte-se que, desde a ciência do protesto, o Requerente buscou, extrajudicialmente, a solução amigável para a retirada do protesto, sem sucesso, razão pela qual apresenta o presente contraprostesto, visando resguardar seus direitos e demonstrar a irregularidade do protesto lavrado.

A narrativa acima evidencia a necessidade de manifestação formal do Requerente perante o Cartório, nos termos da legislação aplicável, para que conste nos assentamentos do protesto a sua irresignação e a exposição dos fatos que afastam a legitimidade do ato praticado.

4. DO DIREITO

O contraprostesto extrajudicial é instituto reconhecido no âmbito dos cartórios de protesto, permitindo ao devedor ou interessado apresentar manifestação formal e documentada acerca da irregularidade ou ilegitimidade do protesto lavrado, para fins de resguardo de direitos e eventual instrução de futuras demandas judiciais.

Nos termos do CCB/2002, art. 187, "também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes". O protesto de título já quitado configura abuso de direito, violando o princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422.

O CPC/2015, art. 319 estabelece os requisitos da petição inicial, aplicáveis subsidiariamente às manifestações extrajudiciais, exigindo a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, bem como a indicação das provas e documentos pertinentes.

O protesto indevido, além de configurar ato ilícito, gera o dever de indenizar, conforme entendimento consolidado do STJ (Súmula 227/STJ e Súmula 475/STJ), sendo presumido o dano moral em tais situações.

Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) impõem que os atos praticados no âmbito extrajudicial observem os limites legais e éticos, não podendo o credor valer-se do protesto como meio de coação ou constrangimento indevido ao devedor já adimplente.

Por fim, o contraprostesto tem por objetivo registrar, nos livros do cartório, a versão do devedor, resguardando-lhe o direito de defesa e de ampla manifestação, inclusive para fins de instrução de eventual ação judicial de cancelamento de protesto e indenização por danos morais.

Fechamento argumentativo: Diante do exposto, resta evidente que o protesto foi lavrado de forma indevida, em afronta aos princípios da boa-fé, legalidade e dignidade da pessoa humana, cabendo ao Requerente o direito de registrar o presente contraprostesto, para que conste nos assentamentos do cartório e produza os efeitos legais e probatórios cabíveis.

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de pedido de registro de contraprostesto extrajudicial formulado por A. J. dos S. perante o Cartório de Protesto de Títulos da Comarca de [CIDADE/UF], em face de protesto do Título nº 123456, lavrado em 01/06/2024, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a requerimento de B. F. de S. L..

Narra o Requerente que o débito foi integralmente quitado em 28/05/2024, antes do vencimento e, consequentemente, antes da apresentação do título a protesto, tendo, inclusive, anexado comprovante bancário do pagamento. Afirma que, não obstante a quitação, o Requerido não comunicou o adimplemento ao cartório, resultando na indevida lavratura do protesto e consequentes prejuízos à sua honra e crédito.

Diante da ausência de solução extrajudicial com o Requerido, o Requerente pleiteia o registro do contraprostesto, a juntada de documentação comprobatória, a expedição de certidão, comunicação ao Requerido e demais providências cabíveis.

II. Fundamentação

1. Dos Fatos e do Direito Aplicável

O caso em análise versa sobre protesto de título já quitado, situação que, à luz do CCB/2002, art. 187, caracteriza abuso de direito, uma vez que excede manifestamente os limites da boa-fé e dos bons costumes. O CCB/2002, art. 422 do mesmo diploma reforça o dever de observância à boa-fé objetiva nas relações obrigacionais.

O protesto indevido, quando realizado após o pagamento tempestivo da obrigação, constitui ato ilícito, gerando o direito ao registro do contraprostesto e, eventualmente, à indenização por danos morais, conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (Súmula 227 e Súmula 475/STJ), sendo presumido o prejuízo moral oriundo do protesto injusto.

Destaca-se, ainda, que a CF/88, art. 1º, inciso III, erige a dignidade da pessoa humana como fundamento da República, impondo o respeito à honra e ao crédito das pessoas. A CF/88, art. 5º, inciso II, consagra o princípio da legalidade, vedando restrições de direitos que não estejam previstas em lei.

O contraprostesto extrajudicial é instrumento previsto na praxe cartorária e respaldado pelas normas de organização dos cartórios, permitindo ao interessado manifestar, de forma formal e documentada, sua irresignação quanto à legitimidade do protesto, resguardando o direito de defesa e servindo de elemento probatório para eventual demanda judicial futura.

A documentação apresentada pelo Requerente, notadamente o comprovante de pagamento datado de 28/05/2024, evidencia o adimplemento da obrigação antes do protesto. Ressalte-se que o credor, ao receber o pagamento, tem o dever de diligenciar para evitar o protesto indevido, sob pena de responder pelos prejuízos causados.

2. Jurisprudência

A jurisprudência pátria confirma tal entendimento. Destaca-se, por exemplo, julgamento no TJSP (Apelação Cível Acórdão/TJSP) que reconhece o dano moral presumido na hipótese de protesto indevido de título já pago, bem como precedentes do STJ (REsp. Acórdão/STJ) no sentido de que o dano moral decorre do próprio ato ilícito, prescindindo de prova específica.

Por sua vez, o Tema 725/STJ, citado por recente julgado do TJSP (Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP), dispõe que, no regime da Lei 9.492/1997, é legítimo o protesto até a quitação da dívida, incumbindo ao devedor o cancelamento após o pagamento. Contudo, tal entendimento não se aplica ao caso em que o pagamento antecede a apresentação ao protesto, como ocorre nos presentes autos.

3. Fundamentação Constitucional da Decisão

O presente voto é proferido em estrita observância a CF/88, art. 93, inciso IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, permitindo o controle de legalidade e a transparência do exercício jurisdicional.

A análise dos elementos de prova e a subsunção dos fatos à legislação vigente demonstram que o protesto foi lavrado de maneira indevida, em afronta aos princípios constitucionais da dignidade, da legalidade e da boa-fé.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, para:

  1. Determinar o registro do contraprostesto nos assentamentos do Cartório de Protesto de Títulos da Comarca de [CIDADE/UF], relativamente ao protesto do Título nº 123456, lavrado em 01/06/2024, no valor de R$ 10.000,00, para que conste a manifestação do Requerente quanto à irregularidade do protesto, em razão do pagamento tempestivo do débito.
  2. Autorizar a juntada aos autos do cartório de toda a documentação comprobatória apresentada pelo Requerente.
  3. Determinar a expedição de certidão que ateste o registro do contraprostesto, para utilização pelo Requerente em defesa de seus direitos.
  4. Determinar a comunicação formal ao Requerido acerca do registro do contraprostesto.
  5. Facultar a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a documental.

Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.

IV. Conclusão

É como voto, em estrita observância a CF/88, art. 93, IX, pela procedência do pedido, com o consequente registro do contraprostesto e adoção das providências acima especificadas.

[Cidade/UF], [Data do julgamento].

___________________________________
Juiz (a) de Direito


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