Modelo de Manifestação em resposta à acusação de descumprimento de medida protetiva de urgência em processo de violência doméstica, requerendo reconhecimento da inexistência de infração e produção de provas conforme L...

Publicado em: 01/08/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de manifestação judicial apresentada pelo acusado em processo de violência doméstica, respondendo à acusação de descumprimento de medida protetiva de urgência prevista na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). O documento expõe os fatos, fundamentos jurídicos e jurisprudências que demonstram a ausência de violação das determinações judiciais, e requer a rejeição da acusação, produção de provas e reavaliação da necessidade das medidas protetivas, garantindo o respeito aos princípios da legalidade, razoabilidade e presunção de inocência.
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MANIFESTAÇÃO/RESPOSTA À ACUSAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de ___, Estado de ___.

Processo nº: ___________

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar MANIFESTAÇÃO/RESPOSTA À ACUSAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA nos autos em epígrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

2. DOS FATOS

O Requerente foi surpreendido com a imputação de suposto descumprimento de medida protetiva de urgência, deferida nos termos da Lei 11.340/2006, art. 22, em favor de M. F. de S. L., sua ex-companheira. A medida impôs, dentre outras obrigações, a proibição de aproximação e contato, por qualquer meio, com a ofendida.

Conforme narrado nos autos, a alegação de descumprimento baseia-se em suposto contato realizado pelo Requerente, o qual, segundo a versão da ofendida, teria ocorrido em data de __/__/____, por meio de mensagem eletrônica. Todavia, tal acusação não encontra respaldo nos elementos fáticos e probatórios constantes dos autos.

O Requerente, desde a ciência da decisão, vem cumprindo rigorosamente todas as determinações judiciais, abstendo-se de qualquer aproximação física ou comunicação com a ofendida, seja por meio presencial, telefônico, eletrônico ou por terceiros. Ressalte-se que não há nos autos qualquer prova robusta ou indício concreto de violação das medidas impostas, limitando-se a acusação a meras alegações desprovidas de comprovação.

Ademais, o Requerente reside em local diverso da ofendida e não frequenta ambientes comuns, evitando, inclusive, locais de convivência social anteriormente frequentados pelo casal, em respeito à determinação judicial. Não há, portanto, qualquer elemento que demonstre a intenção ou a efetiva prática de ato que configure descumprimento da medida protetiva.

Diante disso, impõe-se a manifestação para esclarecer a inexistência de descumprimento e requerer a rejeição da acusação, com o consequente reconhecimento do cumprimento integral das medidas protetivas.

3. DO DIREITO

3.1. DA NATUREZA E FINALIDADE DAS MEDIDAS PROTETIVAS

As medidas protetivas de urgência previstas na Lei 11.340/2006, art. 22, possuem natureza cautelar e visam garantir a integridade física e psíquica da mulher em situação de violência doméstica, conforme entendimento consolidado pelo STJ (Rec. em HC 33.259/PI/STJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, DJ 25/10/2017). Sua concessão pressupõe a existência de indícios de autoria e materialidade de delito praticado no contexto de violência doméstica, bem como o perigo da demora (periculum in mora).

O deferimento dessas medidas, por sua natureza restritiva, deve observar o princípio da razoabilidade, não podendo, contudo, ser utilizado como instrumento de punição sem a devida demonstração do descumprimento (CPP, art. 282; Lei 11.340/2006, art. 19, § 3º). A manutenção ou eventual revogação das medidas deve estar pautada em fatos concretos e atuais que justifiquem a restrição de direitos fundamentais do suposto agressor (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

3.2. DA AUSÊNCIA DE DESCUMPRIMENTO E DA NECESSIDADE DE PROVA CONCRETA

A imputação de descumprimento de medida protetiva exige, para sua configuração, a demonstração de conduta ativa ou omissiva do Requerente que viole, de forma inequívoca, as determinações judiciais impostas. No presente caso, inexiste nos autos qualquer elemento probatório que comprove o alegado contato ou aproximação, sendo insuficiente a mera alegação desacompanhada de provas materiais ou testemunhais.

O princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) impõe que a responsabilidade por eventual descumprimento seja apurada com base em provas idôneas, não se admitindo a imposição de sanções com base em suposições ou conjecturas. O Requerente, por sua vez, demonstrou conduta diligente e colaborativa, abstendo-se de qualquer ato que pudesse ser interpretado como violação da ordem judicial.

Ressalte-se que, conforme entendimento do TJRS (Recurso em Sentido Estrito 5005891-25.2024.8.21.0030), a manutenção das medidas protetivas e a apuração de seu descumprimento dependem da existência de risco contemporâneo à integridade da ofendida, o que não se verifica no presente caso, diante da ausência de fatos novos ou elementos que indiquem perigo atual.

3.3. DA RELEVÂNCIA DA PALAVRA DA VÍTIMA E DOS LIMITES PROBATÓRIOS

É certo que a palavra da vítima possui especial relevância nos casos de violência doméstica, sobretudo quando corroborada por outros elementos de prova (RECURSO EM HABEAS CORPUS 108.350/RN/STJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, DJ 01/04/2019)."'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de manifestação/resposta apresentada por A. J. dos S. em razão de acusação de descumprimento de medida protetiva, deferida nos termos da Lei 11.340/2006, art. 22, em favor de M. F. de S. L., sua ex-companheira. Segundo consta nos autos, a imputação decorre de suposto contato realizado por mensagem eletrônica em data de __/__/____. O acusado, por sua vez, afirma ter cumprido integralmente as determinações judiciais, não havendo nos autos elementos de prova robustos que atestem a violação das medidas impostas.

II. Fundamentação

A) Dos Fatos e Contexto Probatório

A apreciação do caso exige a análise detida dos elementos fáticos e probatórios constantes dos autos, especialmente diante da gravidade das consequências que podem advir do reconhecimento do descumprimento de medida protetiva. De acordo com o princípio do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), toda restrição a direitos fundamentais deve ser precedida de demonstração concreta e inequívoca da conduta ilícita.

Conforme se verifica, a acusação se limita a alegações da ofendida, sem produção de qualquer outra prova material ou testemunhal que corrobore a versão apresentada. Ressalta-se que a palavra da vítima possui especial relevância em casos de violência doméstica, sobretudo quando em consonância com outros elementos de prova, conforme entendimento do STJ (RECURSO EM HABEAS CORPUS Acórdão/STJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, DJ 01/04/2019). No entanto, tal valor não é absoluto e deve ser analisado em conjunto com o restante do acervo probatório.

No presente caso, não há boletim de ocorrência, registros de mensagens, testemunhas ou outros indícios que possam fundamentar, de modo concreto, o alegado descumprimento. O Requerente comprovou residência diversa da ofendida e a ausência de contatos, inclusive evitando ambientes anteriormente frequentados.

B) Do Direito Aplicável e dos Fundamentos Constitucionais e Legais

As medidas protetivas de urgência (Lei 11.340/2006, art. 22) possuem natureza cautelar e visam garantir a integridade da vítima e a prevenção de novas condutas ilícitas. Contudo, sua aplicação deve observar os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e legalidade (CF/88, art. 5º, II), não podendo subsistir ou ensejar sanção sem demonstração efetiva de descumprimento.

A imputação de descumprimento exige prova idônea da conduta infracional, sendo insuficiente a mera alegação desacompanhada de elementos concretos (CF/88, art. 5º, LVII). O devido processo legal e o contraditório (CF/88, art. 5º, LIV e LV) asseguram ao acusado o direito de não ser punido sem que haja certeza razoável acerca da prática do fato imputado.

Ademais, a Lei 11.340/2006, art. 19, § 3º, prevê a reavaliação das medidas protetivas diante de alteração do contexto fático, o que reforça a necessidade de periodicidade e análise concreta quanto à manutenção ou não das restrições impostas.

Ressalta-se que a fundamentação das decisões judiciais é exigência constitucional expressa (CF/88, art. 93, IX), de modo que a resposta jurisdicional deve ser clara, precisa e lastreada em elementos objetivos.

C) Da Jurisprudência e dos Princípios Aplicáveis

A jurisprudência do STJ e dos tribunais estaduais aponta para a necessidade de demonstração de risco atual e concreto à integridade da vítima, para a manutenção das medidas protetivas e para eventual reconhecimento de seu descumprimento (TJRS, Recurso em Sentido Estrito Acórdão/TJRS; Rec. em HC Acórdão/STJ).

Assim, a ausência de provas materiais ou testemunhais acerca do alegado descumprimento inviabiliza a imposição de qualquer sanção ao Requerente, sob pena de violação dos princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTE a acusação de descumprimento de medida protetiva formulada contra A. J. dos S., reconhecendo o integral cumprimento das determinações judiciais por parte do Requerente.

Em consequência, determino o arquivamento do feito, ressalvada a possibilidade de reavaliação das medidas protetivas, nos termos da Lei 11.340/2006, art. 19, § 3º, caso surjam novos elementos que justifiquem a restrição de direitos.

Considerando o interesse manifestado, intime-se a ofendida para, querendo, apresentar manifestação sobre os esclarecimentos prestados, nos termos do CPC/2015, art. 9º.

Não havendo recurso, certifique-se o trânsito em julgado.

IV. Conclusão

É como voto, observando a exigência de fundamentação prevista na CF/88, art. 93, IX.

 

Cidade/UF, ___ de ____________ de 20__.

_______________________________________
Magistrado(a)

**Observações: - As citações de dispositivos legais foram incluídas no formato solicitado. - O voto segue o padrão técnico-judicial, com relatório, fundamentação e dispositivo, observando o dever de fundamentação (CF/88, art. 93, IX). - Assegurou-se a análise hermenêutica entre fatos e direito, e a devida motivação constitucional e legal. - O julgamento foi improcedente por ausência de provas do descumprimento. Caso deseje simulação de procedência, basta solicitar.


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