Modelo de Impugnação aos cálculos em liquidação de sentença na ação de dissolução de união estável e partilha de bens, com fundamento no CPC/2015 e jurisprudência, requerendo homologação e produção de provas

Publicado em: 03/06/2025 Processo Civil Familia
Modelo de petição de impugnação aos cálculos apresentados em fase de liquidação de sentença em ação de dissolução de união estável cumulada com partilha de bens. O documento contesta a ausência de correção monetária e juros nos cálculos da parte contrária, fundamenta-se no CPC/2015 e na jurisprudência dominante, e requer a homologação dos cálculos corretos, produção de provas e eventual perícia contábil. Destaca-se a observância ao título executivo judicial, à divisão igualitária de despesas do imóvel e à atualização dos valores conforme índices legais.
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IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família e Sucessões da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado ___

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. dos S., brasileiro, solteiro, profissão ___, portador do CPF nº ___, RG nº ___, endereço eletrônico ___, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, por seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA nos autos da ação de dissolução de união estável c/c partilha de bens movida por R. F. P., brasileira, solteira, profissão ___, portadora do CPF nº ___, RG nº ___, endereço eletrônico ___, residente e domiciliada na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de dissolução de união estável cumulada com partilha de bens, na qual restou reconhecida a partilha igualitária dos bens comuns, conforme sentença proferida por este juízo (cópia anexa). Após o trânsito em julgado, ambas as partes apresentaram cálculos para liquidação da sentença.

O ora impugnante, M. dos S., apresentou planilha detalhada, contemplando todos os bens a serem partilhados, inclusive abatendo o valor de R$ 6.604,51 referente às benfeitorias já reconhecidas e abatidas em outro processo, conforme documentação acostada.

Por sua vez, a ex adversa, R. F. P., apresentou cálculos que desconsideram a incidência de correção monetária e juros sobre os valores relativos ao veículo Audi A3, o que gerou significativa diferença entre os valores apresentados pelas partes. Ademais, a impugnada deixou de considerar a necessidade de divisão igualitária das despesas do imóvel até a efetiva venda, bem como não atualizou os valores devidos a título de reembolso das parcelas pagas pelo impugnante.

Intimado para manifestação, vem o impugnante, tempestivamente, impugnar os cálculos apresentados pela parte contrária, demonstrando a correção dos seus próprios cálculos e a necessidade de observância dos parâmetros fixados na sentença e na legislação vigente.

4. DOS CÁLCULOS APRESENTADOS

O impugnante apresentou cálculos detalhados, observando rigorosamente os parâmetros estabelecidos na sentença e na legislação aplicável, conforme segue:

  • Imóvel: Partilha igualitária, com abatimento de R$ 6.604,51 já reconhecido em outro processo, conforme comprovante anexo.
  • Veículo Escort: Partilha igualitária, conforme determinado na sentença.
  • Veículo Audi A3: O impugnante efetuou o pagamento da entrada e das parcelas, totalizando R$ 75.302,08, valor este devidamente corrigido monetariamente e acrescido de juros legais, conforme determina o título executivo. O valor apresentado pela ex adversa não contempla a atualização monetária nem os juros, em flagrante afronta ao comando sentencial e à legislação vigente.
  • Despesas do imóvel: O impugnante requer a divisão igualitária das despesas até a efetiva venda do bem, em observância ao princípio da igualdade e à comunhão de interesses enquanto perdurar a copropriedade.

Ressalta-se que os cálculos do impugnante observam a incidência de correção monetária pelo índice IPCA-E e juros de mora de 1% ao mês, conforme entendimento consolidado nos tribunais pátrios e nos termos do CPC/2015, art. 509, §2º.

Por outro lado, os cálculos apresentados por R. F. P. carecem de atualização monetária e juros, o que resulta em valores manifestamente inferiores ao devido, em prejuízo do impugnante e em desacordo com o título judicial.

5. DO DIREITO

5.1. Da Observância ao Título Executivo Judicial

Conforme dispõe o CPC/2015, art. 509, §4º, na liquidação de sentença é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou, devendo os cálculos limitar-se ao estrito conteúdo do título executivo judicial. Assim, é imprescindível que os cálculos observem fielmente os parâmetros fixados na sentença, sob pena de violação à coisa julgada (CF/88, art. 5º, XXXVI).

5.2. Da Correção Monetária e Juros

A atualização dos valores devidos, por meio de correção monetária e juros de mora, é medida que se impõe para preservar o valor real da obrigação e evitar o enriquecimento sem causa de uma das partes. A ausência de tais índices afronta o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e o disposto no CPC/2015, art. 509, §2º, que determina a atualização dos valores até a data do efetivo pagamento.

Ademais, o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Tema 905, consolidou o entendimento de que, nas condenações judiciais, a atualização monetária e os juros de mora devem incidir desde o vencimento da obriga"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de impugnação aos cálculos apresentados em liquidação de sentença nos autos da ação de dissolução de união estável cumulada com partilha de bens, movida por R. F. P. em face de M. dos S.. Após o trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito à partilha igualitária dos bens comuns, ambas as partes apresentaram cálculos divergentes para liquidação do julgado.

O impugnante, M. dos S., sustenta que seus cálculos estão em consonância com o título executivo, contemplando a incidência de correção monetária e juros legais, bem como o abatimento relativo a benfeitorias já reconhecidas. Aduz que os cálculos apresentados por R. F. P. desconsideram a atualização monetária e os juros, em especial quanto ao veículo Audi A3, além de não preverem a divisão igualitária das despesas do imóvel até sua efetiva venda.

Requer a homologação dos próprios cálculos, ou, subsidiariamente, a remessa dos autos ao contador judicial para elaboração de laudo pericial contábil.

II. Fundamentação

1. Do Dever de Fundamentação e do Controle Jurisdicional

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. O controle jurisdicional se impõe a fim de garantir a observância dos princípios da legalidade, da segurança jurídica e da coisa julgada (CF/88, art. 5º, II e XXXVI).

2. Da Observância ao Título Executivo Judicial

É pacífico que, na fase de liquidação de sentença, não cabe rediscutir a lide ou modificar a sentença transitada em julgado, consoante dispõe o art. 509, §4º, do CPC/2015. Os cálculos limitam-se ao estrito cumprimento do título executivo, devendo ser observados fielmente os parâmetros nele fixados.

No caso concreto, a sentença transitada em julgado determinou a partilha igualitária dos bens comuns, com abatimento de valores já reconhecidos em outros processos, bem como a necessidade de atualização dos valores devidos.

3. Da Atualização Monetária e dos Juros de Mora

Conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (Tema 905), nas condenações judiciais, a atualização monetária deve observar o índice IPCA-E e os juros de mora de 1% ao mês, salvo disposição contratual diversa. A ausência desses índices, como nos cálculos apresentados pela parte impugnada, configura afronta ao princípio da legalidade e implica enriquecimento sem causa.

O art. 509, §2º, do CPC/2015, é expresso ao determinar a atualização dos valores até o efetivo pagamento, providência observada nos cálculos do impugnante.

4. Da Divisão Igualitária das Despesas do Imóvel

Enquanto perdurar a copropriedade, as despesas ordinárias devem ser suportadas igualmente pelos condôminos, nos termos do art. 1.315 do Código Civil e do princípio da igualdade (CF/88, art. 5º, caput), devendo tal divisão constar dos cálculos homologados.

5. Da Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência pátria é uniforme ao reconhecer que a liquidação de sentença deve observar estritamente o conteúdo do título executivo judicial, sendo vedado inovar ou alterar limites da coisa julgada (TJMG, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.22.080646-7/003; TJSP, AI Acórdão/TJSP). Em havendo divergências técnicas, admite-se a remessa dos autos à contadoria judicial, para assegurar precisão na apuração dos valores devidos (TJRJ, AI Acórdão/TJRJ).

6. Da Possibilidade de Excesso de Execução

Eventual excesso de execução pode ser arguido e deve ser comprovado pela parte que o alega (CPC/2015, art. 525, V), ônus que foi devidamente cumprido pelo impugnante ao instruir seu pedido com planilhas e documentos comprobatórios.

7. Do Pedido Subsidiário de Perícia Contábil

Persistindo dúvida técnica sobre os valores exatos, é cabível a remessa dos autos ao contador judicial para elaboração de laudo pericial contábil, a fim de assegurar a liquidação exata do julgado, como autoriza o art. 475-B, do CPC/2015 e a jurisprudência colacionada.

III. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, conheço da impugnação apresentada por M. dos S., por estarem presentes os requisitos de admissibilidade.

JULGO PROCEDENTE a impugnação aos cálculos em liquidação de sentença, para homologar os cálculos apresentados por M. dos S., por estarem em estrita conformidade com o título executivo judicial, a legislação vigente (CPC/2015, art. 509, §2º e §4º; art. 1.315 do CC/2002) e a jurisprudência dominante.

Consequentemente, rejeito os cálculos apresentados por R. F. P., por não contemplarem a devida atualização monetária e juros legais.

Caso persista dúvida quanto aos valores finais, determino, de ofício, a remessa dos autos ao contador judicial para elaboração de laudo pericial contábil, facultando às partes manifestação sobre o laudo, nos termos do art. 475-B do CPC/2015.

Condeno a parte impugnada ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015, fixando-os em 10% sobre o valor atualizado da causa, ressalvada a existência de eventual concessão de justiça gratuita.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

___________________________________
Juiz(a) de Direito


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