Modelo de Impugnação ao Cumprimento de Sentença com Pedido de Reconhecimento da Impenhorabilidade e Liberação de Valores Bloqueados em Conta Salário Inferiores a 40 Salários-Mínimos

Publicado em: 21/11/2024 Processo Civil
Modelo completo de impugnação ao cumprimento de sentença, apresentado por devedor pessoa física, que teve valores bloqueados via SISBAJUD em conta salário, no âmbito de execução promovida por instituição de ensino. O documento fundamenta a nulidade da penhora sobre verbas alimentares, com base no art. 833, IV e X do CPC/2015, e nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do mínimo existencial, requerendo o imediato desbloqueio dos valores constritos, a declaração de impenhorabilidade, a intimação da parte exequente e eventual condenação em custas e honorários. Inclui jurisprudência atualizada e detalha as provas necessárias para comprovação da natureza alimentar das verbas. Ideal para situações em que se busca resguardar valores recebidos a título de salário, inferiores ao limite legal de 40 salários-mínimos, contra constrições judiciais indevidas.
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IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(íza) de Direito da 6ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de Porto Alegre – RS.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Impugnante: A. F., brasileiro, solteiro, bancário, inscrito no CPF sob o nº 807.420.330-15, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, Porto Alegre/RS, CEP 90000-000.

Impugnada: U. - P. U. C. do R. G. do S., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 92.958.800/0001-00, endereço eletrônico: [email protected], com sede na Avenida Ipiranga, nº 6681, Bairro Partenon, Porto Alegre/RS, CEP 90619-900.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O presente cumprimento de sentença foi promovido por U. - P. U. C. do R. G. do S. em face de A. F., visando a satisfação de crédito no valor de R$ 35.884,97 (trinta e cinco mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e noventa e sete centavos), conforme cálculo atualizado. Em decisão proferida no evento 117, foi deferida a penhora no rosto dos autos do processo nº 5203306-40.2023.8.21.0001. Contudo, diante da insuficiência do valor penhorado e do lapso temporal desde a última tentativa de penhora online, a exequente requereu o bloqueio de valores via SISBAJUD, com reiteração automática (“teimosinha”), recaindo sobre a conta bancária de titularidade do executado.

Ocorre que o bloqueio incidiu sobre conta bancária do executado que se trata, inequivocamente, de conta salário, destinada exclusivamente ao recebimento de remuneração mensal, sendo os valores constritos inferiores ao limite de 40 salários-mínimos. Assim, a constrição afronta a impenhorabilidade prevista em lei, colocando em risco o mínimo existencial e a dignidade do devedor.

4. PRELIMINARES

DA NULIDADE DA PENHORA SOBRE VALORES IMPENHORÁVEIS

Preliminarmente, requer-se o reconhecimento da nulidade da penhora realizada sobre valores depositados em conta salário, por afronta direta ao disposto no CPC/2015, art. 833, IV e X, bem como aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e do mínimo existencial. Trata-se de matéria de ordem pública, podendo ser conhecida a qualquer tempo e grau de jurisdição, não estando sujeita à preclusão temporal.

Ressalta-se que a constrição de verbas de natureza alimentar, ainda que em fase de cumprimento de sentença, é vedada pelo ordenamento jurídico, devendo ser imediatamente desconstituída.

5. DO DIREITO

DA IMPENHORABILIDADE DA CONTA SALÁRIO

O Código de Processo Civil é expresso ao estabelecer a impenhorabilidade de valores recebidos a título de salário, nos seguintes termos:

“São absolutamente impenhoráveis: (...) IV – os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 2º; (...) X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos.” (CPC/2015, art. 833, IV e X)

A proteção legal visa garantir o mínimo existencial do devedor, assegurando-lhe condições dignas de subsistência, em consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III). O entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a impenhorabilidade abrange valores depositados em conta salário, conta corrente ou poupança, desde que comprovada a origem salarial e observando-se o limite legal.

No caso em apreço, restou devidamente comprovado que a conta bancária bloqueada é utilizada exclusivamente para o recebimento de salário do executado, sendo os valores constritos inferiores ao limite de 40 salários-mínimos. A jurisprudência é pacífica ao reconhecer a impenhorabilidade de tais verbas, independentemente de sua imediata utilização ou de eventual transferência entre contas bancárias, desde que mantida sua natureza alimentar.

O bloqueio de valores de natureza salarial, além de ilegal, compromete a subsistência do devedor e de sua família, afrontando o princípio do mínimo existencial e o direito fundamental à dignidade. O próprio STJ já decidiu que a impenhorabilidade de verbas salariais é absoluta, não podendo ser relativizada, salvo nas"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto

Trata-se de impugnação ao cumprimento de sentença apresentada por A. F. em face de U. - P. U. C. do R. G. do S., na qual se discute a penhorabilidade de valores bloqueados via SISBAJUD em conta bancária de titularidade do executado, sob o fundamento de que tais valores possuem natureza salarial e são inferiores ao limite de 40 salários-mínimos.

I. Relatório

O cumprimento de sentença objetiva a satisfação de crédito no valor de R$ 35.884,97. Diante da insuficiência dos valores anteriormente penhorados e da frustração das tentativas de bloqueio, a exequente solicitou novo bloqueio de valores via SISBAJUD, recaindo sobre conta bancária de titularidade do executado. Sobreveio impugnação, na qual o executado sustenta a impenhorabilidade dos valores por se tratar de conta salário, destinados exclusivamente ao recebimento de remuneração mensal, sendo os valores constritos inferiores ao limite legal de 40 salários-mínimos.

II. Fundamentação

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal/1988, toda decisão judicial deve ser fundamentada, sob pena de nulidade. Assim, passo à devida análise dos fatos e do direito aplicável ao caso concreto.

O art. 833, IV e X, do Código de Processo Civil dispõe serem absolutamente impenhoráveis os vencimentos, salários, remunerações, bem como quantias depositadas em caderneta de poupança até o limite de 40 salários-mínimos. A proteção legal visa resguardar o mínimo existencial do devedor, em consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça é clara ao reconhecer a impenhorabilidade das verbas de natureza salarial, inclusive quando depositadas em conta corrente ou poupança, desde que comprovada a origem e observados os limites legais (STJ, RMS 52.238/SP; REsp 1.582.264/PR, entre outros).

No caso dos autos, restou incontroverso que os valores bloqueados derivam de conta salário do executado, sendo inferiores ao limite de 40 salários-mínimos. A penhora, portanto, afronta diretamente a legislação processual vigente e os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do mínimo existencial.

Ademais, trata-se de matéria de ordem pública, passível de reconhecimento a qualquer tempo e grau de jurisdição, não estando sujeita à preclusão (CPC/2015, art. 525, §12).

Não há nos autos qualquer elemento que afaste a natureza alimentar dos valores constritos, tampouco se vislumbra hipótese legal de relativização da impenhorabilidade.

Por fim, a decisão ora proferida encontra respaldo no princípio constitucional da motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), permitindo o controle jurisdicional e garantindo a segurança jurídica.

III. Dispositivo

Pelo exposto, JULGO PROCEDENTE a impugnação ao cumprimento de sentença para:

  1. Reconhecer a impenhorabilidade dos valores bloqueados na conta bancária do executado A. F., nos termos do CPC/2015, art. 833, IV e X;
  2. Determinar a imediata liberação/desbloqueio dos valores constritos, restituindo-os integralmente ao impugnante;
  3. Declarar a nulidade da penhora incidente sobre verbas de natureza salarial;
  4. Intimar a parte exequente para ciência da presente decisão e, querendo, manifestar-se;
  5. Condenar a parte exequente ao pagamento das custas e honorários advocatícios, caso reste comprovada resistência injustificada ao pedido, a ser apurado em liquidação.
  6. Dispensada a realização de audiência de conciliação/mediação, por se tratar de matéria de direito e de ordem pública.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

É como voto.


Porto Alegre, ____ de _______________ de 2024.


[Nome do(a) Magistrado(a)]
Juiz(a) de Direito

**Observações: - O texto pode ser adaptado para acrescentar nome fictício de magistrado e a data desejada. - O voto é fundamentado na hermenêutica constitucional e legal, de acordo com a CF/88, art. 93, IX, e dispositivos legais e jurisprudenciais pertinentes. - O formato pode ser ajustado conforme padrão do tribunal.

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