Modelo de Impugnação à contestação em ação de investigação de paternidade com pedido de exame de DNA, esclarecimento de fatos sobre bens e rendimentos, e manutenção da guarda e justiça gratuita

Publicado em: 07/05/2025 Processo Civil Familia
Modelo de impugnação à contestação em processo de investigação de paternidade, com pedido para realização de exame de DNA, impugnação de alegações infundadas sobre bens e rendimentos do requerente, requerimento de manutenção da guarda do menor à requerida e da justiça gratuita ao requerente, fundamentado nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do melhor interesse da criança, além de respaldo no Código Civil, Lei 8.560/1992 e CPC/2015.
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IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE EXAME DE DNA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara de Família da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Processo nº 5008873-67.2025.8.24.0038

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

REQUERENTE: F. N. C. C., brasileiro, solteiro, motorista de caminhão, portador do CPF nº __, RG nº __, endereço eletrônico: __, residente e domiciliado à Rua __, nº __, Bairro __, Cidade __, Estado de São Paulo.
REQUERIDA: B. C., brasileira, solteira, profissão __, portadora do CPF nº __, RG nº __, endereço eletrônico: __, residente e domiciliada à Rua __, nº __, Bairro __, Cidade __, Estado de São Paulo.
Valor da causa: R$ __ (conforme inicial).

3. SÍNTESE DOS FATOS

O Requerente e a Requerida iniciaram convivência em união estável em julho de 2023, após se conhecerem, passando a viver sob o mesmo teto. A relação perdurou até março de 2025, quando houve a dissolução da união estável. Durante esse período, a Requerida engravidou e, em 23/12/2023, nasceu o menor H. (nome completo a ser preservado), que foi registrado pelo Requerente, embora este não tenha certeza quanto à paternidade biológica, motivo pelo qual requer a realização de exame de DNA.

A Requerida apresentou contestação alegando que o Requerente teria omitido informações sobre seus rendimentos, afirmando que seria empresário e proprietário de bens, inclusive dois veículos. Contudo, tais alegações não correspondem à realidade, pois o Requerente não é empresário, mas sim prestador de serviços como motorista de caminhão para a empresa Truck Drivers Ltda., recebendo apenas um salário mínimo mensal, conforme comprovam os extratos anexados aos autos.

Quanto aos bens, a residência é de propriedade exclusiva do Requerente, adquirida antes da convivência e atualmente em reforma, sem qualquer contribuição da Requerida. O veículo mencionado encontra-se financiado, sendo as prestações pagas exclusivamente pelo Requerente. Ademais, os utensílios domésticos adquiridos durante a convivência foram levados pela Requerida ao deixar o lar, sem anuência do Requerente.

Por fim, o Requerente concorda que a guarda do menor permaneça com a Requerida e requer a manutenção da justiça gratuita já deferida na inicial.

4. DA IMPUGNAÇÃO AOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO

Inicialmente, impugna-se veementemente a alegação de que o Requerente seria empresário e proprietário de bens relevantes. Conforme demonstrado, o Requerente é trabalhador autônomo, prestando serviços à empresa Truck Drivers Ltda., recebendo remuneração equivalente ao salário mínimo, não possuindo outros rendimentos ou patrimônio além da residência adquirida anteriormente à união estável, cuja reforma está em andamento e não contou com qualquer auxílio da Requerida.

No tocante ao veículo mencionado, trata-se de bem financiado, ainda em processo de quitação, sendo as prestações suportadas exclusivamente pelo Requerente. Destaca-se que a Requerida não contribuiu financeiramente para a aquisição do referido bem.

Quanto aos utensílios domésticos, restou comprovado que a Requerida retirou praticamente todos os bens móveis do interior da residência, incluindo máquina de lavar, micro-ondas, secadora, aspirador e jogo de cozinha, sem anuência do Requerente, o que demonstra a ausência de má-fé por parte deste.

Por fim, quanto ao menor H., nascido em 23/12/2023, o Requerente reitera a necessidade de realização de exame de DNA para elucidar a dúvida quanto à paternidade biológica, direito que lhe assiste, conforme entendimento consolidado nos tribunais pátrios.

Assim, impugnam-se todos os argumentos da contestação que não estejam em consonância com os fatos e documentos constantes dos autos, requerendo-se o regular prosseguimento do feito.

5. DO DIREITO

5.1. DO DIREITO À VERDADE BIOLÓGICA E AO EXAME DE DNA

O direito à investigação da paternidade é assegurado constitucionalmente, sendo corolário dos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227). O Requerente tem legítimo interesse em esclarecer a paternidade do menor, não apenas para resguardar seus próprios direitos, mas também para garantir ao infante o pleno exercício de sua identidade genética.

O CCB/2002, art. 1.601, prevê que "cabe ao suposto pai a prova de não ser o filho de que a mãe estava grávida à época da concepção". Ademais, a Lei 8.560/1992, art. 2º-A, parágrafo único, introduzido pela Lei 12.004/2009, estabelece que a recusa do suposto pai e"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos, etc.

Trata-se de impugnação à contestação, em ação na qual o Requerente, F. N. C. C., questiona a paternidade do menor H., registrado em seu nome, requerendo a realização de exame de DNA para dirimir dúvida fundada acerca da filiação biológica. A Requerida, B. C., apresentou contestação impugnando a alegação de dúvida sobre a paternidade e argumentando sobre suposta omissão de rendimentos e patrimônio por parte do Requerente.

I – Fundamentação

1. Da Fundamentação Constitucional e Legal

O presente voto encontra-se fundamentado na CF/88, art. 93, IX, que exige que \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, passo à análise hermenêutica dos fatos e do direito.

A controvérsia central reside na dúvida legítima do Requerente acerca da paternidade biológica do menor H., registrada em seu nome. A pretensão de realização do exame de DNA encontra amparo no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e no princípio do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227), ambos determinantes para que se busque a verdade real e a garantia dos direitos fundamentais do infante.

O CCB/2002, art. 1.601, prevê que \"cabe ao suposto pai a prova de não ser o filho de que a mãe estava grávida à época da concepção\". Ademais, a Lei 8.560/1992, art. 2º-A, parágrafo único, introduzido pela Lei 12.004/2009, dispõe que a recusa do suposto pai em realizar exame de DNA gera presunção relativa de paternidade. O CPC/2015, art. 464 e seguintes, disciplina a prova pericial, admitindo o exame de DNA como meio idôneo e seguro de elucidação da filiação.

2. Da Impugnação aos Argumentos da Contestação

Da análise dos autos, verifico que não há nos autos elementos que infirmem a alegação do Requerente quanto à sua real condição financeira, devidamente comprovada por documentação juntada, tampouco quanto à ausência de contribuição da Requerida para aquisição dos bens mencionados. Os argumentos deduzidos em contestação não se sustentam diante das provas acostadas.

3. Da Guarda e da Justiça Gratuita

Ressalte-se que o Requerente anui com a guarda do menor em favor da Requerida, em consonância com o princípio do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227). Igualmente, a concessão da justiça gratuita permanece justificada diante da hipossuficiência demonstrada.

4. Da Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência pátria consolidou o entendimento de que a investigação da paternidade é direito do suposto pai e do próprio menor, sendo o exame de DNA meio de prova essencial (Súmula 301/STJ e precedentes citados nos autos), devendo ser oportunizada sua realização, sob pena de violação ao contraditório e à ampla defesa.

II – Dispositivo

Diante do exposto, julgo procedente o pedido de realização do exame de DNA, determinando a designação de data para sua realização, com intimação pessoal das partes, nos termos da legislação vigente, advertindo-se quanto às consequências da recusa, conforme dispõe a Lei 8.560/1992, art. 2º-A, parágrafo único, e Súmula 301/STJ.

Mantenho a guarda do menor com a Requerida, conforme anuência expressa do Requerente, e ratifico a concessão dos benefícios da justiça gratuita ao Requerente.

Defiro a produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a pericial (exame de DNA), testemunhal e documental suplementar.

Indefiro os pedidos da Requerida relativos à suposta ocultação de bens ou rendimentos, por ausência de provas nos autos.

Intimem-se as partes para audiência de conciliação/mediação, caso o juízo entenda cabível, nos termos do CPC/2015.

III – Conclusão

Por todo o exposto, conheço do pedido e dou-lhe provimento para determinar a realização do exame de DNA, nos termos acima fundamentados, prosseguindo-se o feito até ulterior deliberação quanto ao mérito da ação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

 

Local, data.

_______________________________________
Magistrado


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