Modelo de Contestação em ação de ressarcimento por acidente de trânsito pleiteando a improcedência do pedido ou reconhecimento de culpa concorrente entre autor e réu, com base no CTB e Código Civil
Publicado em: 04/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidorCONTESTAÇÃO
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Réu: C. E. da S., brasileiro, solteiro, motorista, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua ________, nº ___, Bairro _______, CEP ________, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected].
Autor: A. J. dos S., brasileiro, casado, comerciante, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua ________, nº ___, Bairro _______, CEP ________, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected].
3. SÍNTESE DOS FATOS
O Autor ajuizou ação de ressarcimento de danos materiais em decorrência de acidente de trânsito, alegando que o Réu teria, ao realizar manobra de marcha à ré, colidido com o veículo do Autor, que estava posicionado logo atrás. O Autor sustenta que trafegava regularmente e que a colisão decorreu de culpa exclusiva do Réu, requerendo o ressarcimento dos prejuízos materiais suportados.
Ocorre que, conforme será demonstrado, a dinâmica do acidente revela a existência de culpa concorrente, pois o Autor não respeitou a distância de segurança mínima entre os veículos, contribuindo de forma decisiva para a ocorrência do sinistro. O Réu, ao realizar a manobra de marcha à ré, não pôde evitar o impacto em razão da proximidade excessiva do veículo do Autor, que não observou o dever de cautela previsto no Código de Trânsito Brasileiro.
Assim, impõe-se a rejeição do pedido ou, subsidiariamente, o reconhecimento da concorrência de culpas, com a consequente redução proporcional da responsabilidade do Réu.
4. PRELIMINARES
Inexistem preliminares processuais a serem arguidas neste momento. A petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, não havendo vícios que obstem o conhecimento do mérito.
5. DO MÉRITO
a) Da Dinâmica do Acidente e da Culpa Concorrente
Conforme narrado, o acidente ocorreu quando o Réu realizava manobra de marcha à ré. Entretanto, é incontroverso que o Autor encontrava-se posicionado imediatamente atrás do veículo do Réu, sem respeitar a distância de segurança exigida pelo Código de Trânsito Brasileiro.
O CTB, art. 29, II, determina que “o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista”. O descumprimento dessa regra configura infração e contribui para a ocorrência de acidentes, especialmente em situações que demandam manobras inesperadas, como a marcha à ré.
A jurisprudência é firme ao reconhecer a presunção de culpa do condutor que colide na traseira do veículo à frente, salvo prova em contrário (TJSP, Apelação Cível 1037474-56.2022.8.26.0506). No presente caso, embora o Réu tenha realizado a manobra de marcha à ré, a conduta do Autor de estacionar ou parar seu veículo em distância inferior à recomendada foi fator determinante para o sinistro, caracterizando culpa concorrente.
O princípio da boa-fé objetiva e o dever geral de cautela impõem a ambos os condutores a obrigação de agir com diligência e prudência no trânsito (CF/88, art. 5º, II; CCB/2002, art. 186). Assim, não se pode imputar ao Réu a responsabilidade exclusiva pelo evento danoso, devendo ser reconhecida a concorrência de culpas e, por conseguinte, a redução proporcional do valor eventualmente devido.
b) Da Ausência de Prova da Exclusividade da Culpa do Réu
O Autor não logrou demonstrar que a manobra do Réu foi realizada de forma imprudente ou em desacordo com as normas de trânsito. Ao contrário, a proximidade excessiva do veículo do Autor impossibilitou a realização segura da manobra, sendo este fato determinante para a ocorrência do acidente.
O ônus da prova incumbe ao Autor, nos termos do CPC/2015, art. 373, I, cabendo-lhe demonstrar a existência do fato constitutivo de seu direito. Não havendo prova de que o Réu agiu com culpa exclusiva, impõe-se o reconhecimento da culpa concorrente.
6. DO DIREITO
a) Da Responsabilidade Civil e da Culpa Concorrente
A responsabilidade civil subjetiva exige a presença de três elementos: conduta, dano e nexo causal (CCB/2002, art. 186 e art. 927). No caso de acidentes de trânsito, a análise da culpa é essencial para a atribuição da responsabilidade.
O CTB, art. 29, II, impõe a todos os condutores o dever de manter distância de segurança, sendo que a inobservância dessa regra caracteriza infração e contribui para a ocorrência de acidentes. Ademais, o CTB, art. 34, determina que “ao efetuar qualquer manobra, o condutor deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuár"'>...
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