Modelo de Contestação em Ação de Cobrança de Taxas Condominiais com Pedido de Parcelamento Judicial e Fundamentação em Boa-fé e Função Social

Publicado em: 11/11/2024 Civel
Modelo de contestação apresentada por condômino em ação de cobrança de taxas condominiais, na qual o réu reconhece o débito, mas demonstra ter agido de boa-fé ao buscar acordos extrajudiciais para pagamento parcelado, recusados pelo condomínio. O documento destaca a situação financeira do réu, fundamenta o pedido de parcelamento judicial com base nos princípios da boa-fé objetiva, função social da propriedade e dignidade da pessoa humana, e apresenta pedidos subsidiários, como audiência de conciliação, produção de provas e distribuição proporcional de custas. Inclui citações legais, jurisprudência e detalha as obrigações das partes.

CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE COBRANÇA DE TAXAS CONDOMINIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

RÉU: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, profissão [informar], portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico: [informar e-mail].
AUTOR: Condomínio Residencial [nome], pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº [informar], com sede à [endereço completo], endereço eletrônico: [informar e-mail].

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de cobrança ajuizada pelo Condomínio em face de A. J. dos S., visando a satisfação de suposto débito referente a dez (10) prestações de taxas condominiais em atraso. O autor alega inadimplência do réu e ausência de interesse em acordo, pleiteando a condenação ao pagamento integral dos valores, acrescidos de encargos moratórios.

O réu, contudo, jamais se furtou à quitação do débito. Ao contrário, buscou reiteradamente, por meio de mensagens eletrônicas (WhatsApp), negociar e parcelar a dívida, demonstrando boa-fé e intenção de adimplir suas obrigações. O réu propôs o pagamento parcelado, dentro de suas possibilidades financeiras, tendo inclusive apresentado proposta concreta de valor mensal, a qual foi ignorada ou recusada pelo condomínio, que optou pelo ajuizamento da presente demanda.

Ressalte-se que o réu encontra-se em situação financeira delicada, o que motivou o pedido de parcelamento, nunca tendo se negado ao pagamento das cotas condominiais.

4. PRELIMINARES

Inexistência de preliminares a serem arguidas neste momento, uma vez que a petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, e não há vícios formais a serem sanados, tampouco prescrição das parcelas, conforme será abordado no mérito.

5. DO MÉRITO

O réu reconhece a existência de débitos referentes às taxas condominiais, mas não se trata de inadimplência voluntária ou recalcitrante. Ao longo do período de inadimplência, o réu buscou, por diversas oportunidades, negociar com o condomínio, apresentando propostas de parcelamento compatíveis com sua realidade financeira.

A recusa do condomínio em negociar e a opção pelo ajuizamento da ação, sem considerar as tentativas de acordo, contrariam os princípios da razoabilidade, boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e função social do condomínio. O réu apresenta, em anexo, fotos e conversas de WhatsApp que comprovam sua disposição para resolver o impasse de forma amigável.

Ademais, não há impugnação genérica dos valores cobrados, mas sim questionamento quanto à ausência de diálogo e de proposta razoável de parcelamento, o que poderia evitar a judicialização e onerar menos ambas as partes.

O réu requer, portanto, que seja homologado judicialmente o acordo de parcelamento nos termos propostos, ou, subsidiariamente, que seja concedido prazo razoável para o pagamento parcelado do débito, em observância aos princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII).

6. DO DIREITO

6.1. OBRIGAÇÃO DO CONDÔMINO E NATUREZA DA DÍVIDA

Nos termos do CCB/2002, art. 1.336, I, é dever do condômino contribuir para as despesas do condomínio na proporção de sua fração ideal, salvo disposição em contrário na convenção. A obrigação de pagar as cotas condominiais é de natureza propter rem, vinculada ao imóvel, sendo devida independentemente de culpa ou de notificação prévia (CCB/2002, art. 397).

6.2. EXIGIBILIDADE E MORA

A mora do condômino é automática, ocorrendo com o simples vencimento da obrigação (dies interpellat pro homine), não sendo necessária notificação ou interpelação judicial para sua configuração (CCB/2002, art. 397).

6.3. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ E DA FUNÇÃO SOCIAL

O CCB/2002, art. 422 impõe a observância da boa-fé objetiva em todas as relações contratuais, inclusive nas relações condominiais. O réu, ao buscar acordo, agiu em conformidade com tal princípio, devendo ser reconhecida sua intenção de adimplir e de evitar prejuízos ao condomínio e à coletividade.

A função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII) e o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) também devem ser observados, especialmente quando o inadimplemento decorre de dificuldades financeiras e não de má-fé.

6.4. POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO JUDICIAL

Embora a obrigação seja líquida e exigível, a jurisprudência admite, em situações excepcionais e diante da demonstração de boa-fé, a concessão de parcelamento judic"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos, etc.

1. Relatório

Trata-se de ação de cobrança de taxas condominiais proposta por Condomínio Residencial [nome] em face de A. J. dos S., visando a satisfação de débito referente a dez (10) prestações de taxas condominiais em atraso. O autor alega inadimplência do réu e pleiteia a condenação ao pagamento integral do débito, acrescido de encargos moratórios. O réu, por sua vez, reconhece a existência do débito, mas argumenta que jamais se furtou ao pagamento, tendo buscado insistentemente acordo de parcelamento, demonstrando boa-fé e intenção de adimplir suas obrigações, sendo, contudo, ignorado ou recusado pelo condomínio.

2. Fundamentação

2.1. Dos Fatos

Os autos demonstram que o réu não nega o débito, mas comprovou por meio de conversas eletrônicas (WhatsApp) e propostas encaminhadas ao condomínio, que buscou, de modo reiterado, acordo para parcelamento do valor devido, revelando-se de boa-fé e comprometido com a satisfação da obrigação.

2.2. Do Direito

Nos termos do art. 1.336, I, do Código Civil, é dever do condômino contribuir para as despesas condominiais. A obrigação é de natureza propter rem e a mora ocorre com o simples vencimento da obrigação (CCB/2002, art. 397). A jurisprudência, inclusive, é pacífica quanto à exigibilidade imediata do débito (TJRJ, Ap. Acórdão/TJRJ).

Entretanto, o art. 422 do Código Civil e os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII) impõem a observância da boa-fé objetiva e razoabilidade nas relações jurídicas, inclusive condominiais.

O art. 6º do CPC/2015 consagra o princípio da cooperação, recomendando às partes e ao juiz que busquem solução consensual do conflito. O réu manifestou expressamente intenção de acordo, sem sucesso, por intransigência do autor.

A jurisprudência admite, em situações excepcionais, o parcelamento judicial do débito condominial, quando comprovada boa-fé e tentativa de solução extrajudicial, como no presente feito.

Ressalta-se, ainda, que o art. 93, IX, da CF/88 exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, o que ora se cumpre, expondo-se os argumentos fáticos e jurídicos que embasam este voto.

3. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial, para CONDENAR o réu, A. J. dos S., ao pagamento do débito referente às 10 (dez) parcelas condominiais atrasadas, acrescidas de encargos legais.

Todavia, considerando a comprovada boa-fé do réu e as circunstâncias excepcionais do caso, homologo o parcelamento judicial do débito nos termos propostos pelo réu na contestação, facultando ao condomínio, em caso de inadimplemento de quaisquer das parcelas, o prosseguimento da execução pelo saldo remanescente.

Fica, ainda, designada audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII, a fim de oportunizar às partes eventual ajuste quanto à forma do parcelamento ou composição diversa.

Condeno as partes ao pagamento das custas e honorários advocatícios, os quais fixo em 10% do valor atualizado do débito, observada a sucumbência recíproca.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Recurso

Conheço do recurso interposto, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade. Todavia, no mérito, nego-lhe provimento, mantendo-se integralmente a sentença por seus próprios fundamentos.

5. Conclusão

É como voto.


[Cidade], [data].
Juiz de Direito


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