Modelo de Alegações finais em ação de responsabilidade civil por acidente de trânsito envolvendo motociclista e condutor imprudente, com pedido de indenização por danos materiais e morais fundamentado no CCB e CTB

Publicado em: 31/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Documento de alegações finais em processo de responsabilidade civil extracontratual decorrente de acidente de trânsito em 23/12/2025, onde o autor, motociclista, requer condenação do réu por culpa exclusiva, com indenização por danos materiais e morais, custas processuais e honorários, fundamentando-se nos artigos 186 e 927 do CCB, artigos 34 e 44 do CTB, e na jurisprudência do TJSP.
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ALEGAÇÕES FINAIS

1. DOS FATOS

No dia 23 de dezembro de 2025, o autor, A. J. dos S., conduzia sua motocicleta regularmente pela via preferencial, respeitando as normas de trânsito e a sinalização vigente. Em determinado momento, um cidadão, identificado como R. F. dos A., ao sair bruscamente do estacionamento de um mercado, realizou manobra de conversão transversal para acessar outra via, conduzindo uma camioneta. Tal manobra foi executada de forma imprudente e sem a devida atenção ao tráfego, interceptando a trajetória da motocicleta do autor, que trafegava em sua mão de direção e com direito de preferência.

A colisão foi inevitável, resultando em graves danos materiais à motocicleta do autor, que sofreu perda total, além de consequências físicas e psicológicas ao condutor. O próprio réu admitiu, em depoimento, que visualizou a motocicleta, mas acreditou que teria tempo suficiente para realizar a manobra, o que demonstra sua imprudência e desrespeito às normas de circulação viária.

Ressalte-se que o autor não contribuiu para o evento danoso, pois trafegava em via preferencial, em velocidade compatível e com atenção redobrada, enquanto o réu, ao sair do estacionamento e cruzar a via, assumiu o risco de causar o acidente, em flagrante violação ao dever de cautela previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Em síntese, a dinâmica do acidente revela, de forma inequívoca, a culpa exclusiva do réu pelo sinistro, cabendo-lhe responder pelos prejuízos materiais e morais suportados pelo autor.

2. DO DIREITO

O presente caso versa sobre responsabilidade civil extracontratual decorrente de acidente de trânsito, cuja disciplina encontra-se nos CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927, que impõem o dever de indenizar àquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a outrem.

O CTB, art. 34 e CTB, art. 44 estabelecem que o condutor que pretende realizar conversão ou cruzar via deve certificar-se de que tal manobra pode ser feita sem perigo para os demais usuários da via, especialmente quando se trata de via preferencial. A jurisprudência consolidada, inclusive no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, presume a culpa do motorista que invade via preferencial sem observar a sinalização de "PARE", cabendo-lhe o ônus de demonstrar eventual culpa concorrente da vítima, o que não ocorreu nos autos.

No caso em tela, restou comprovado que o réu realizou manobra de conversão transversal sem a devida cautela, interceptando a trajetória da motocicleta conduzida pelo autor, que trafegava em via preferencial. Tal conduta caracteriza imprudência e negligência, elementos essenciais para a configuração da responsabilidade civil.

Ademais, a jurisprudência reconhece que, em situações como a presente, o dano moral decorre "in re ipsa", ou seja, é presumido diante da violação à integridade física e psíquica da vítima, não se exigindo prova do abalo sofrido (CCB/2002, art. 5º, X e CF/88, art. 5º, V e X). O quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, levando em conta a extensão do dano, o grau de culpa e a condição das partes.

Por fim, os danos materiais devem ser ressarcidos integralmente, abrangendo o valor de mercado da motocicleta à época do acidente, despesas com transporte, tratamentos médicos e demais prejuízos comprovadamente suportados pelo autor, conforme entendimento consolidado pelo CPC/2015, art. 373, I.

Em conclusão, estão presentes todos os requisitos para a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, nos termos da legislação vigente e da jurisprudência dominante.

3. JURISPRUDÊNCIAS

TJSP (27ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1049917-23.2022.8.26.0576 - São José do Rio Preto - Rel.: Des. Daise Fajardo Nogueira Jacot - J. em 01/12/2024 - DJ 01/12/2024
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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais proposta por A. J. dos S. em face de R. F. dos A., em razão de acidente de trânsito ocorrido em 23 de dezembro de 2025. Alega o autor que trafegava regularmente em via preferencial, quando teve sua trajetória interceptada pelo veículo conduzido pelo réu, que realizava manobra de conversão transversal ao sair de estacionamento de um mercado, agindo de forma imprudente e sem a devida atenção.

Em decorrência do acidente, o autor sofreu perda total de sua motocicleta, além de lesões físicas e danos de ordem psicológica. O réu admitiu que visualizou a motocicleta, mas julgou ter tempo suficiente para realizar a manobra, o que denota imprudência.

Postula o autor a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, bem como ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

II. Fundamentação

II.1. Dos Fatos e da Responsabilidade

O conjunto probatório dos autos demonstra que o autor trafegava em via preferencial, em velocidade compatível, enquanto o réu, ao sair do estacionamento, realizou manobra de conversão transversal sem observar a sinalização e sem a devida cautela, vindo a interceptar a trajetória da motocicleta do autor. O próprio réu, em seu depoimento, reconheceu ter visualizado o autor, mas entendeu poder realizar a manobra, ato que revela conduta imprudente.

Não há nos autos qualquer elemento que indique culpa concorrente ou exclusiva da vítima, tampouco excesso de velocidade, imprudência ou negligência por parte do autor.

II.2. Do Direito Aplicável

Nos termos do art. 186 e art. 927 do Código Civil, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. O CTB, art. 34 e art. 44 impõem ao condutor o dever de só realizar manobras de conversão quando possível fazê-lo com segurança, especialmente em vias preferenciais.

A jurisprudência dos Tribunais Pátrios é uníssona no sentido de presumir a culpa do motorista que invade via preferencial sem observar a sinalização de \"PARE\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; Apelação Cível Acórdão/TJSP). Nos presentes autos, não houve prova de culpa concorrente do autor.

II.3. Dos Danos Materiais

Restaram comprovados os prejuízos materiais suportados pelo autor, especialmente a perda total do veículo, além de despesas decorrentes do acidente (transporte, tratamento médico, entre outros), sendo devida a indenização integral, nos termos do CPC/2015, art. 373, I.

II.4. Dos Danos Morais

O dano moral, no caso, decorre \"in re ipsa\", sendo presumida a ofensa à integridade física e psíquica da vítima em razão do acidente, conforme previsto no art. 5º, V e X da CF/88 e art. 5º, X do Código Civil. O arbitramento do quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, levando-se em conta a extensão do dano e a capacidade econômica das partes.

II.5. Da Observância ao Princípio da Fundamentação

Cumpre salientar que a presente decisão está devidamente fundamentada, em atenção ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais, sob pena de nulidade.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • Reconhecer a responsabilidade exclusiva do réu pelo acidente de trânsito ocorrido em 23/12/2025;
  • Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos materiais, consistentes no valor integral da motocicleta do autor à época do acidente, acrescido das despesas comprovadas (transporte, tratamento médico, etc.), a serem apuradas em liquidação de sentença;
  • Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser fixado em liquidação, observando-se os critérios de razoabilidade e proporcionalidade;
  • Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% do valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  • Determinar a intimação das partes para que, no prazo legal, manifestem-se sobre o cumprimento da sentença.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Sentença fundamentada nos termos do art. 93, IX, da CF/88.

 

Local e data.

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