Modelo de Alegações finais de defesa em processo penal por estupro de vulnerável, com pedidos de nulidade, absolvição por insuficiência de provas e observância dos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa...

Publicado em: 15/05/2025 Advogado Processo Penal
Modelo de alegações finais de defesa em processo penal que trata do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), contendo preliminares de nulidade por violação ao contraditório e ampla defesa, argumento de insuficiência de provas para condenação, fundamentação nos princípios constitucionais e jurisprudência do STJ, além de pedidos de absolvição sumária, nulidade processual e produção de provas. Destina-se a advogados que atuam na defesa criminal em casos de crimes sexuais contra menores.

ALEGAÇÕES FINAIS DE DEFESA (MEMORIAIS)
PROCESSO PENAL – ESTUPRO DE VULNERÁVEL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___, do Tribunal de Justiça do Estado de ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Processo nº: ____________
Acusado: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, profissão _______, portador do RG nº ________, inscrito no CPF sob o nº ________, endereço eletrônico: __________, residente e domiciliado na Rua ________, nº ___, Bairro _______, Cidade/UF.
Defensor: M. F. de S. L., OAB/UF nº ________, endereço eletrônico: __________, com escritório profissional na Rua ________, nº ___, Bairro _______, Cidade/UF.
Ministério Público: Representante do Parquet, endereço eletrônico: __________, com sede na Rua ________, nº ___, Bairro _______, Cidade/UF.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado A. J. dos S. foi denunciado como incurso nas sanções do CP, art. 217-A, por supostamente ter praticado atos libidinosos com menor de 14 anos, fato ocorrido em data e local especificados na denúncia. Segundo a inicial acusatória, a vítima, menor de idade, teria sido submetida a atos de natureza sexual pelo acusado, sendo o caso apurado por meio de inquérito policial e instrução judicial, com colheita de depoimentos da vítima, testemunhas e realização de laudos periciais.

Durante a instrução, a defesa apresentou tese de negativa de autoria e questionou a suficiência das provas, destacando supostas contradições nos depoimentos e ausência de elementos materiais que confirmassem a versão acusatória. A acusação, por sua vez, sustentou que a palavra da vítima, corroborada por laudos psicológicos e periciais, seria suficiente para a condenação, conforme entendimento consolidado dos tribunais superiores.

Encerrada a instrução, abre-se prazo para apresentação destas alegações finais de defesa, visando demonstrar a ausência de provas suficientes para a condenação, bem como a necessidade de observância dos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e presunção de inocência.

4. PRELIMINARES

4.1. Nulidade por Ofensa ao Contraditório e à Ampla Defesa
Caso se verifique que, em algum momento processual, a defesa não teve a oportunidade de se manifestar de modo efetivo sobre os fatos imputados, ou se houver equívoco na delimitação dos fatos objeto das alegações finais, impõe-se o reconhecimento da nulidade do processo a partir do ato viciado, conforme orientação do STJ (5ª T.) - RECURSO EM HABEAS CORPUS 143.571/GO/STJ, que reconheceu a nulidade de processo penal em que as alegações finais da defesa não versaram sobre os fatos efetivamente apurados, por ofensa aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

4.2. Ausência de Prova da Materialidade ou Autoria
Requer-se, ainda, que seja reconhecida a absolvição sumária do acusado, caso não reste comprovada de forma inequívoca a materialidade ou autoria do delito, nos termos do CPP, art. 386, VII.

Fechamento argumentativo: Assim, caso acolhidas as preliminares, requer-se a anulação do feito ou a absolvição sumária do acusado, com fundamento nos princípios constitucionais e legais aplicáveis.

5. DO MÉRITO

5.1. Da Insuficiência de Provas para a Condenação
A defesa sustenta que não há nos autos elementos probatórios suficientes para sustentar a condenação de A. J. dos S. pelo delito de estupro de vulnerável. O conjunto probatório limita-se, em grande parte, ao depoimento da vítima, que, embora relevante, não se mostra suficiente, por si só, para afastar a dúvida razoável, especialmente diante de contradições e ausência de confirmação por outros meios robustos.

5.2. Da Palavra da Vítima e a Necessidade de Corroboração
Embora a jurisprudência reconheça o valor probante da palavra da vítima em crimes sexuais, exige-se que esta seja coerente, firme e corroborada por outros elementos de prova, o que não se verifica de modo inequívoco nos presentes autos. A defesa destaca que laudos periciais e depoimentos testemunhais não confirmam, de forma cabal, a versão acusatória, havendo margem para dúvida razoável.

5.3. Da Presunção de Inocência e do In Dubio Pro Reo
O princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) impõe que a condenação penal somente pode ocorrer quando houver certeza quanto à autoria e materialidade do delito. Diante da dúvida, deve prevalecer o princípio do in dubio pro reo, impondo-se a absolvição do acusado.

Fechamento argumentativo: Assim, diante da ausência de provas inequívocas e da existência de dúvidas relevantes quanto à autoria e materialidade, a absolvição do acusado é medida que se impõe.

6. DO DIREITO

6.1. Tipicidade Penal e Elementos do Crime de Estupro de Vulnerável
O crime de estupro de vulnerável está previsto no CP, art. 217-A, que tipifica a conduta de praticar ato libidinoso com menor de 14 anos. A doutrina e a jurisprudência exigem, para a condenação, a demonstração inequívoca do dolo específico de satisfazer à lascívia, bem como a comprovação da materialidade e autoria do delito.

6.2. Princípios Constitucionais Aplicáveis
A Constituição Federal assegura a todos o direito ao contraditório, à ampla defesa e à presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LV e LVII). Tais princípios são fundamentais para o devido processo legal e devem ser rigorosamente observados em ações penais, especialmente em delitos de natureza grave como o presente.

6.3. Necessidade de Prova Robusta para a Condenação
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que a palav"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação penal movida em face de A. J. dos S., denunciado como incurso nas sanções do CP, art. 217-A, pela suposta prática de atos libidinosos contra menor de 14 anos, conforme narra a denúncia. Durante a instrução, foram ouvidos a vítima, testemunhas e peritos, tendo a defesa apresentado tese de negativa de autoria e alegado insuficiência probatória, bem como contradições nos depoimentos e ausência de elementos materiais que confirmem a versão acusatória. Encerrada a instrução, as partes apresentaram alegações finais, sendo os autos encaminhados para julgamento.

2. Fundamentação

2.1. Preliminares

Inicialmente, analiso as preliminares suscitadas pela defesa, especialmente quanto à alegação de nulidade por violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), e à ausência de manifestação efetiva sobre os fatos imputados. Após exame dos autos, verifico que a defesa teve pleno acesso aos elementos de prova, apresentou alegações finais de forma regular e se manifestou quanto aos fatos e provas produzidos, não se constatando prejuízo processual que enseje nulidade.

Ademais, não se verifica hipótese de absolvição sumária, uma vez que a materialidade delitiva restou demonstrada pelos laudos acostados aos autos, não havendo, nesta fase, causa excludente manifesta. Portanto, rejeito as preliminares.

2.2. Do Mérito

No mérito, a controvérsia cinge-se à suficiência ou não da prova para a condenação do acusado pelo delito de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A). O conjunto probatório limita-se, em grande parte, ao depoimento da vítima, que, embora possua relevante valor em crimes desta natureza, deve ser analisado em consonância com os demais elementos dos autos, conforme orientação do STJ (Súmula 593/STJ).

A defesa sustenta supostas contradições nos depoimentos e ausência de robustez nos laudos periciais. De fato, verifica-se que o depoimento da vítima apresenta pontos de oscilação, não sendo plenamente corroborado por outras provas materiais ou testemunhais capazes de afastar a dúvida razoável acerca da autoria.

Em matéria penal, vigora o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII), impondo-se a absolvição quando subsistirem dúvidas acerca da autoria ou da materialidade do delito (in dubio pro reo). A palavra da vítima, embora relevante, demanda coerência e corroboração por outros meios idôneos, sobretudo diante de indícios frágeis e controvérsias nos autos.

Ressalto, ainda, que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, embora reconheça o valor probante da palavra da vítima, exige sua análise criteriosa em conjunto com o restante do arcabouço probatório (Súmula 593/STJ e Tema 1.121/STJ). No presente caso, não há robustez suficiente para afastar a dúvida razoável.

Por outro lado, não há elementos que permitam a desclassificação da conduta para outro tipo penal, nos termos do entendimento consolidado do STJ.

Por fim, observo que foram respeitados os princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal, conforme preceitua a CF/88, art. 93, IX, que exige a devida fundamentação das decisões judiciais.

3. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido condenatório formulado na denúncia, para absolver A. J. dos S. da imputação do CP, art. 217-A, com fundamento no CPP, art. 386, inciso VII, por insuficiência de provas, nos termos do princípio do in dubio pro reo (CF/88, art. 5º, LVII).

Registre-se. Publique-se. Intimem-se.

É como voto.

4. Fundamentação Constitucional (CF/88, art. 93, IX)

O presente voto baseia-se na necessária fundamentação das decisões judiciais, conforme exige a CF/88, art. 93, inciso IX: \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\".

Assinalo, ainda, a observância dos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa, da presunção de inocência e do devido processo legal, essenciais ao processo penal democrático.

5. Decisão sobre Recursos

Conheço do recurso interposto, eis que presentes os requisitos de admissibilidade, mas NEGO-LHE PROVIMENTO, mantendo-se a absolvição nos termos acima fundamentados.

6. Local, Data e Assinatura

Cidade/UF, ___ de ____________ de 202__.

_______________________________________
Juiz de Direito


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