Modelo de Ação revisional contra Banco do Brasil S.A. para apuração e ressarcimento de diferenças em conta vinculada ao PASEP de servidor falecido, com pedido de prova pericial e tutela de evidência

Publicado em: 10/06/2025 CivelProcesso Civil
Petição inicial de ação revisional ajuizada por beneficiária de conta vinculada ao PASEP contra o Banco do Brasil S.A., visando a apuração de diferenças, aplicação correta dos rendimentos, ressarcimento de valores e produção de prova pericial contábil, fundamentada na jurisprudência do STJ e na responsabilidade civil do banco. Inclui pedidos de justiça gratuita, intimação para apresentação de documentos e tutela de evidência.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO REVISIONAL DE PASEP

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal Cível da Subseção Judiciária de [Cidade/UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. M. dos S., viúva, brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [xxxxxxxxx], residente e domiciliada à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO REVISIONAL DE PASEP em face de BANCO DO BRASIL S.A., sociedade de economia mista, inscrita no CNPJ sob o nº [xx.xxx.xxx/xxxx-xx], com sede na [endereço da agência central], endereço eletrônico: [e-mail do setor jurídico], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora, A. M. dos S., é viúva do ex-servidor público [Nome do falecido, ex: J. F. dos S.], titular de conta vinculada ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), administrada pelo Banco do Brasil S.A.. Após o falecimento do titular, a autora, na qualidade de beneficiária, buscou levantar os valores depositados na referida conta.

Entretanto, ao proceder ao levantamento dos valores, constatou que o saldo disponível era manifestamente inferior ao que seria devido, considerando os depósitos realizados ao longo dos anos, bem como a aplicação dos rendimentos previstos pelo Conselho Diretor do PASEP. A autora obteve extratos bancários e realizou cálculos que evidenciam a existência de diferenças substanciais, indicando possível falha na administração da conta, ausência de aplicação de rendimentos e, possivelmente, saques indevidos.

A autora tentou, por vias administrativas, obter esclarecimentos e a regularização do saldo, sem, contudo, obter resposta satisfatória do banco réu. Diante da resistência da instituição financeira, não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional para revisão dos valores, apuração das diferenças e ressarcimento dos prejuízos materiais sofridos.

Ressalta-se que a autora apenas tomou ciência do saldo supostamente incompatível no momento do levantamento dos valores, o que ocorreu em [data do saque], sendo este o termo inicial para eventual contagem de prazo prescricional.

Assim, busca-se a revisão do saldo da conta PASEP, a apuração das diferenças devidas, a aplicação correta dos rendimentos e a condenação do banco réu ao pagamento das diferenças apuradas, acrescidas de correção monetária e juros legais.

4. DO DIREITO

4.1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO DO BRASIL S.A.

Nos termos do entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça, Tema 1150 (REsp. 1.895.936/TO/STJ), o Banco do Brasil S.A. possui legitimidade passiva ad causam para figurar no polo passivo de ações que discutam falhas na prestação de serviços relativos à conta vinculada ao PASEP, incluindo saques indevidos, desfalques e ausência de aplicação dos rendimentos estabelecidos pelo Conselho Diretor do programa.

Tal entendimento é reiterado em diversos julgados, inclusive nas decisões anexas, afastando qualquer alegação de ilegitimidade passiva do banco réu.

4.2. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

A competência para processar e julgar demandas que versem sobre má gestão das contas do PASEP pelo Banco do Brasil S.A. é da Justiça Federal, nos termos do CF/88, art. 109, I, quando a discussão envolver interesse direto da União ou de seus órgãos. Entretanto, caso a controvérsia limite-se à gestão da conta pelo Banco do Brasil, sem envolvimento do Conselho Diretor do Fundo, a competência pode ser da Justiça Estadual, conforme Súmula 42/STJ.

No presente caso, considerando que a discussão central reside na administração da conta PASEP pelo Banco do Brasil S.A., e não em critérios normativos do Conselho Diretor, a competência pode ser fixada conforme entendimento local, sem prejuízo de eventual declínio de competência.

4.3. DO PRAZO PRESCRICIONAL

A pretensão ao ressarcimento dos danos havidos em razão de desfalques em conta individual vinculada ao PASEP se submete ao prazo prescricional decenal, conforme CCB/2002, art. 205, e entendimento do STJ (Tema 1150). O termo inicial para a contagem do prazo prescricional é o dia em que a titular, comprovadamente, toma ciência dos desfalques realizados na conta individual vinculada ao PASEP.

No caso em tela, a autora tomou ciência do saldo supostamente incompatível apenas ao realizar o saque, em [data], estando, portanto, a presente demanda tempestiva.

4.4. DA NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL CONTÁBIL

Considerando a complexidade dos cálculos e a necessidade de apuração detalhada dos valores devidos, é imprescindível a produção de prova pericial contábil, nos termos do CPC/2015, art. 370, para apurar a regularidade da administração dos recursos, a correta aplicação dos rendimentos e a existência de eventuais desfalques.

4.5. DA RESPONSABILIDADE CIVIL E DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

O banco réu, na qualidade de administrador das contas vinculadas ao PASEP, responde o"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos, etc.

Trata-se de Ação Revisional de PASEP ajuizada por A. M. dos S., viúva e beneficiária de ex-servidor público titular de conta vinculada ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público — PASEP, em face do Banco do Brasil S.A., alegando irregularidades no saldo disponível para levantamento, diferença substancial entre os valores depositados e os valores efetivamente recebidos, possível ausência de aplicação dos rendimentos previstos, além de eventual má administração da conta vinculada ao PASEP.

I. Dos Fatos e do Pedido

A autora relata que, ao levantar o saldo da conta PASEP do falecido esposo, constatou valor manifestamente inferior ao devido. Apresenta documentação e extratos bancários que demonstram a divergência, e sustenta ter tentado solução administrativa, sem êxito, vindo por isso a juízo requerer: a revisão do saldo, a apuração e pagamento das diferenças, correção monetária e juros, produção de prova pericial contábil e o fornecimento de documentos bancários.

II. Da Fundamentação

II.1. Da Fundamentação Constitucional e Legal (CF/88, art. 93, IX)

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, passa-se à análise do mérito e dos fundamentos legais aplicáveis ao caso.

II.2. Da Legitimidade Passiva do Banco do Brasil S.A.

O Banco do Brasil S.A. é parte legítima para figurar no polo passivo da demanda que discute eventuais falhas na prestação do serviço quanto à administração das contas PASEP, conforme pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, Tema 1150 (REsp. Acórdão/STJ).

II.3. Da Competência

A jurisprudência oscilou quanto à competência, mas, no caso, como a demanda versa sobre a administração da conta e não envolve discussão direta sobre critérios normativos do Conselho Diretor do PASEP, é competente este juízo, nos termos da Súmula 42/STJ e do entendimento local.

II.4. Do Prazo Prescricional

A pretensão de ressarcimento de diferenças em conta PASEP submete-se ao prazo prescricional decenal (art. 205 do Código Civil), cujo termo inicial é a data em que a autora tomou ciência do saldo supostamente incorreto, qual seja, a data do saque, conforme os documentos acostados. A demanda é tempestiva.

II.5. Da Responsabilidade Civil e Obrigação de Indenizar

O banco responde objetivamente pelos danos decorrentes de má administração das contas vinculadas ao PASEP (art. 927 do Código Civil), inclusive por não aplicação de rendimentos ou saques indevidos. O direito à revisão do saldo e à restituição das diferenças também encontra respaldo na dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), na legalidade (CF/88, art. 5º, II) e na proteção ao patrimônio do servidor público.

II.6. Da Prova Pericial Contábil

Diante da complexidade dos cálculos e da necessidade de apuração detalhada dos valores devidos, é imprescindível a produção de prova pericial contábil, nos termos do art. 370 do CPC/2015, para apurar a regularidade da administração dos recursos e a existência de eventuais diferenças.

III. Da Jurisprudência Aplicável

Destaco a orientação consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça, Tema 1150, que reconhece a legitimidade passiva do Banco do Brasil S.A. e o prazo prescricional decenal, bem como os julgados dos Tribunais Estaduais em sentido convergente:

  • STJ, Tema 1150 (REsp. Acórdão/STJ): O Banco do Brasil possui legitimidade passiva ad causam para figurar em demandas sobre contas PASEP e o prazo prescricional é de 10 anos, a contar da ciência do titular.
  • TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: Legitimidade passiva do Banco do Brasil – regular instrução processual determinada.
  • TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.518166-4/001: Prazo prescricional decenal e legitimidade do Banco do Brasil reconhecidos.
  • TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: Responsabilidade do Banco do Brasil por falhas na gestão do PASEP.
  • TJMG, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.25.000143-5/001: Legitimidade passiva do banco e competência da Justiça Estadual.

IV. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, nos termos do art. 487, I, do CPC/2015, para:

  • Determinar a realização de prova pericial contábil para apuração do saldo correto da conta PASEP, dos rendimentos devidos e das diferenças eventualmente existentes;
  • Condenar o Banco do Brasil S.A. ao pagamento das diferenças apuradas, acrescidas de correção monetária (IPCA-E) e juros legais (SELIC, conforme legislação aplicável), desde a data em que deveriam ter sido corretamente creditadas até o efetivo pagamento;
  • Condenar o réu ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação;
  • Determinar a intimação do réu para apresentar, em 15 dias, todos os extratos e documentos relativos à conta PASEP do falecido servidor, sob pena de confissão;
  • Deferir os benefícios da justiça gratuita à autora, nos termos do art. 99 do CPC/2015, diante da hipossuficiência comprovada nos autos.

Sem custas, diante do deferimento da gratuidade de justiça.

V. Disposições Finais

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

[Cidade], [data do julgamento]
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) Federal da ___ Vara Federal Cível

VI. Observação sobre Recursos

Tendo em vista o resultado, conheço do pedido, uma vez presentes os pressupostos de admissibilidade, e dou-lhe total procedência. Eventuais recursos interpostos deverão observar os requisitos de tempestividade, preparo e fundamentação, nos termos do CPC/2015.


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