Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito contra Banco por Descontos Indevidos em Benefício Previdenciário com Pedido de Tutela de Urgência, Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais

Publicado em: 05/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial para declaração de inexistência de débito e repetição de indébito contra instituição financeira que realizou descontos indevidos em benefício previdenciário de aposentado, com pedido de tutela de urgência para suspensão imediata dos descontos, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e CPC, incluindo pedido de indenização por danos morais pela violação da dignidade do autor e ausência de comprovação contratual pelo réu.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., aposentado, brasileiro, estado civil [informar], profissão [informar], portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional à [endereço completo do advogado], endereço eletrônico [informar], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face de [Banco X S.A.], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [informar], com sede à [endereço completo], endereço eletrônico [informar], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é aposentado e recebe mensalmente benefício previdenciário do INSS, verba de natureza alimentar, indispensável à sua subsistência. Desde [mês/ano], vem sofrendo descontos mensais em seu benefício, sob a rubrica de Reserva de Margem Consignável (RMC) e Reserva de Cartão Consignado (RCC), comprometendo cerca de 55% do valor total de sua renda.

Ocorre que o Autor jamais contratou qualquer cartão de crédito consignado ou autorizou a instituição ré a realizar descontos a esse título. Ressalte-se que o banco responsável pelos descontos é desconhecido pelo Autor, que nunca manteve qualquer relação contratual com a instituição financeira demandada.

Os descontos indevidos vêm causando grave prejuízo financeiro ao Autor, que se vê privado de parcela significativa de sua renda, comprometendo sua dignidade e subsistência. O Autor buscou esclarecimentos junto ao INSS e ao banco réu, sem obter solução para o problema, persistindo os descontos injustificados.

Diante da flagrante ilegalidade e da urgência em cessar os descontos, o Autor busca a tutela jurisdicional para ver reconhecida a inexistência do débito, a imediata suspensão dos descontos, a restituição em dobro dos valores indevidamente descontados e a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais.

Resumo lógico: O Autor é vítima de descontos indevidos, sem jamais ter contratado cartão de crédito consignado, sendo imprescindível a intervenção judicial para cessar a lesão e reparar os danos sofridos.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)

4.1 DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA E ÔNUS DA PROVA

O Autor, na qualidade de consumidor, é parte vulnerável na relação com a instituição financeira, conforme dispõe o CDC, art. 4º, III. Alega fato negativo – inexistência de contratação –, razão pela qual cabe ao réu o ônus da prova quanto à existência e regularidade do contrato, nos termos do CPC/2015, art. 373, II.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que, em se tratando de descontos em benefício previdenciário, a instituição financeira deve comprovar a contratação, sob pena de declaração de inexistência do débito (TJMG, Apelação Cível 1.0000.22.227751-9/001).

A ausência de prova da contratação regular, especialmente quando se trata de cartão de crédito consignado, implica a ilicitude dos descontos e a nulidade do suposto negócio jurídico, nos termos do CCB/2002, art. 169.

4.2 DA TUTELA DE URGÊNCIA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano. No caso, há verossimilhança nas alegações do Autor, que nunca contratou o serviço, e perigo de dano, pois os descontos comprometem verba alimentar, essencial à sua subsistência.

A medida é reversível, pois, caso reconhecido o débito ao final, poderá o banco reaver os valores por meios próprios. Assim, impõe-se a imediata suspensão dos descontos, conforme precedentes dos tribunais (TJMG, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.472590-9/001).

4.3 DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO

O CDC, art. 42, parágrafo único, prevê que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo engano justificável.

A jurisprudência do STJ (EAREsp. 676.608/RS/STJ) consolidou o entendimento de que a restituição em dobro independe de má-fé do fornecedor, bastando a cobrança indevida.

4.4 DOS DANOS MORAIS

O desconto indevido em benefício previdenciário, verba de natureza alimentar, configura dano moral in re ipsa, prescindindo de prova do efetivo prejuízo, conforme entendimento consolidado (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.342044-5/001).

O direito à indenização decorre da violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e aos direitos de personalidade (CF/88, art. 5º, X), sendo devida a reparação pelo abalo sofrido.

4.5 DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

Aplicam-se ao caso os princípios da boa-fé objetiva, vulnerabilidade do consumidor, dignidade da pessoa humana e proteção da confiança, todos norteadores das relações de consumo e do direito civil contemporâneo.

Fechamento argumentativo: Diante da ausência de contratação, da ilicitude dos descontos e dos danos causados, impõe-se "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição de Indébito e Pedido de Tutela de Urgência ajuizada por A. J. dos S. em face de [Banco X S.A.]. Alega o autor que, embora jamais tenha contratado cartão de crédito consignado, passou a sofrer descontos mensais, sob as rubricas de Reserva de Margem Consignável (RMC) e Reserva de Cartão Consignado (RCC), em seu benefício previdenciário, o que compromete cerca de 55% de sua renda de natureza alimentar.

Requer a concessão de tutela de urgência para cessação imediata dos descontos, a declaração de inexistência do débito, a restituição em dobro dos valores descontados e a condenação da ré ao pagamento de danos morais.

2. Fundamentação

2.1. Da Obrigação de Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos.

2.2. Dos Fatos e do Ônus da Prova

O autor impugna a existência de relação contratual com a parte ré, afirmando nunca ter firmado contrato de cartão de crédito consignado. Nos termos do art. 373, II, do CPC, incumbe ao réu o ônus de comprovar a regularidade da contratação, uma vez que se trata de fato negativo alegado pelo autor.

Verifica-se dos autos que a instituição financeira não apresentou documentos que comprovem a contratação regular por parte do autor, limitando-se a alegações genéricas. Ressalte-se que a jurisprudência é pacífica acerca da necessidade de apresentação de instrumento contratual assinado pelo consumidor para legitimar os descontos em benefício previdenciário (TJMG, Apelação Cível 1.0000.22.227751-9/001).

\"Quando o autor alega a inexistência de contratação, por se tratar de prova de fato negativo, compete ao réu, pretenso credor, o ônus da prova acerca da existência e da legitimidade da dívida.\" (TJMG, Apelação Cível 1.0000.25.069318-1/001)

2.3. Da Tutela de Urgência

O art. 300 do CPC autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano. No caso, as alegações do autor são verossímeis e o risco de dano é concreto, pois os descontos comprometem verba alimentar indispensável à sua subsistência.

\"A verossimilhança das alegações e o perigo de dano ao consumidor autorizam a concessão de tutela de urgência para suspender descontos em benefício previdenciário, especialmente quando há indícios de erro na contratação e a dificuldade de produção de prova negativa.\" (TJMG, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.472590-9/001)

2.4. Da Repetição do Indébito

O Código de Defesa do Consumidor, art. 42, parágrafo único, assegura ao consumidor a restituição em dobro do valor pago em excesso, salvo engano justificável. No caso dos autos, não restou demonstrada qualquer justificativa plausível para os descontos, tornando cabível a restituição em dobro.

\"A restituição em dobro do indébito (parágrafo único do CDC, art. 42) independe da natureza do elemento volitivo do fornecedor que realizou a cobrança indevida, revelando-se cabível quando a referida cobrança consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva.\" (STJ, EAREsp. Acórdão/STJ)

2.5. Dos Danos Morais

O desconto indevido em benefício previdenciário, por si só, é apto a gerar dano moral in re ipsa, prescindindo de prova do efetivo prejuízo, pois representa lesão à dignidade humana (CF/88, art. 1º, III; art. 5º, X), especialmente considerando-se a natureza alimentar do benefício.

\"O desconto indevido de valores em benefício previdenciário, por si só, resulta em indenização por danos morais. O dano moral in re ipsa prescinde de prova.\" (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.342044-5/001)

2.6. Dos Princípios Aplicáveis

Ressaltam-se, ainda, os princípios da boa-fé objetiva, da vulnerabilidade do consumidor e da dignidade da pessoa humana, que norteiam a relação jurídica em análise, reforçando a necessidade de proteção do consumidor ante a conduta ilícita da instituição financeira.

3. Dispositivo

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido inicial, nos termos do art. 487, I, do CPC, para:

  1. Confirmar a tutela de urgência e determinar a imediata suspensão dos descontos referentes à RMC e RCC no benefício previdenciário do autor, sob pena de multa diária a ser fixada em liquidação.
  2. Declarar a inexistência de débito referente aos descontos de RMC e RCC realizados no benefício do autor, reconhecendo a inexistência de relação contratual entre as partes.
  3. Condenar a ré à restituição em dobro dos valores indevidamente descontados, acrescidos de correção monetária desde cada desconto e juros legais desde a citação.
  4. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais, cujo valor arbitro em R$ [valor a ser fixado pelo juízo], atento aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
  5. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85 do CPC.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Conclusão

É como voto, com fulcro no art. 93, IX, da CF/88 e demais dispositivos legais mencionados.

[Cidade], [data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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