Modelo de Ação de Usucapião Extraordinária de Veículo Automotor para Regularização de Propriedade pela Posse Contínua e Pacífica por Mais de Dez Anos com Pedido de Justiça Gratuita

Publicado em: 30/05/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição inicial para ação de usucapião extraordinária de bem móvel (motocicleta), proposta por pessoa aposentada contra a proprietária anterior, fundamentada no artigo 1.261 do Código Civil, visando o reconhecimento da propriedade e a expedição do Certificado de Registro junto ao DETRAN, com pedido de justiça gratuita e produção de provas.
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AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA DE BEM MÓVEL (VEÍCULO AUTOMOTOR)

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. S. dos S., brasileiro, aposentado, portador do RG nº [xxx], inscrito no CPF sob o nº [xxx], estado civil [xxx], residente e domiciliado à Rua [xxx], nº [xxx], Bairro [xxx], CEP [xxx], Cidade/UF, endereço eletrônico: [[email protected]], vem, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA DE BEM MÓVEL em face de M. J. da S., brasileira, [profissão], portadora do RG nº [xxx], inscrita no CPF sob o nº [xxx], residente e domiciliada à Rua [xxx], nº [xxx], Bairro [xxx], CEP [xxx], Cidade/UF, endereço eletrônico: [[email protected]], e eventuais terceiros interessados, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é possuidor, de forma mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini, de uma motocicleta, marca/modelo [xxx], ano de fabricação 1998, placa [xxx], chassi [xxx], atualmente avaliada em aproximadamente R$ 4.000,00 (quatro mil reais), em estado de funcionamento precário.

Referido veículo foi deixado sob a posse do Autor pela então proprietária, M. J. da S., para fins de conserto, há mais de dez anos. Desde então, a proprietária jamais retornou para buscar o bem, tampouco manifestou qualquer oposição à posse do Autor, que permaneceu exercendo todos os poderes inerentes à propriedade, inclusive a guarda, manutenção e conservação do veículo.

Ressalte-se que, durante todo esse período, a posse do Autor foi exercida de maneira contínua, sem qualquer contestação, oposição ou reivindicação por parte da proprietária ou de terceiros, consolidando-se, assim, todos os requisitos legais para a aquisição da propriedade por usucapião extraordinária, conforme será demonstrado.

O Autor é pessoa idosa, aposentada, percebendo pouco mais de dois salários mínimos mensais, motivo pelo qual requer a concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos da legislação vigente.

4. DO DIREITO

4.1. DA USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA DE BEM MÓVEL

O instituto da usucapião, previsto na CF/88, art. 5º, XXII e XXIII, e regulamentado no CCB/2002, art. 1.260 e seguintes, constitui modo originário de aquisição da propriedade, fundado na posse prolongada e no exercício dos poderes inerentes ao domínio.

Especificamente quanto aos bens móveis, dispõe o CCB/2002, art. 1.261:
"Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião independentemente de título ou boa-fé."

No caso em tela, o Autor exerce a posse do veículo há mais de dez anos, de forma mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini, não havendo qualquer oposição da proprietária ou de terceiros, preenchendo, assim, todos os requisitos legais para a usucapião extraordinária de bem móvel.

4.2. DA REGULARIZAÇÃO DA PROPRIEDADE E INTERESSE DE AGIR

Embora a transferência da propriedade de bens móveis se dê pela tradição (CCB/2002, art. 1.226), no caso de veículos automotores, exige-se a regularização documental junto ao órgão competente (DETRAN), o que não foi possível em razão da ausência da proprietária e da impossibilidade de obtenção do DUT devidamente assinado.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a ação de usucapião é adequada para a regularização da propriedade de veículos automotores quando frustrada a transferência administrativa, conforme precedentes do STJ e dos Tribunais Estaduais.

4.3. DA JUSTIÇA GRATUITA

O Autor percebe rendimentos mensais pouco superiores a dois salários mínimos, não podendo arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento próprio e de sua família, razão pela qual faz jus à concessão da gratuidade da justiça, nos termos do CPC/2015, art. 98.

4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII), da segurança jurídica e da efetividade da tutela jurisdicional (CPC/2015, art. 4º), todos a amparar a pretensão do Autor à aquisição originária da propriedade do bem móvel cuja posse exerce há mais de uma década.

Em síntese, restando comprovada a posse prolongada, mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini, por prazo superior a cinco anos, impõe-se o reconhecimento do direito do Autor "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação de Usucapião Extraordinária de Bem Móvel ajuizada por A. S. dos S. em face de M. J. da S., na qual o autor pleiteia o reconhecimento da aquisição da propriedade de uma motocicleta, marca/modelo [xxx], ano 1998, placa [xxx], chassi [xxx], por meio da usucapião extraordinária, alegando posse mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini superior a dez anos, sem qualquer oposição da proprietária ou de terceiros. Pleiteia, ainda, a concessão da justiça gratuita.

II. Fundamentação

II.1. Da Possibilidade Jurídica do Pedido e Conhecimento do Mérito

Inicialmente, verifico estarem presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, não havendo irregularidades capazes de obstar o conhecimento do mérito. A ação de usucapião constitui meio hábil para a regularização da propriedade de bem móvel, especialmente veículo automotor, quando frustrada a transferência administrativa, conforme reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e Tribunais Estaduais.

Ressalte-se, ainda, que a aquisição originária da propriedade por usucapião está em consonância com o disposto no art. 5º, XXII e XXIII, da Constituição Federal de 1988, que garante o direito de propriedade e sua função social, e no art. 1.261 do Código Civil, o qual prevê a usucapião extraordinária de bens móveis após cinco anos de posse ininterrupta, independentemente de título ou boa-fé.

II.2. Dos Requisitos da Usucapião Extraordinária de Bem Móvel

Para a configuração da usucapião extraordinária de bem móvel, exige-se a posse prolongada, mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini, por prazo igual ou superior a cinco anos, nos termos do art. 1.261 do Código Civil. Dispensa-se, na hipótese, a demonstração de justo título ou boa-fé.

No caso dos autos, restou comprovado que o autor detém a posse do veículo há mais de dez anos, sem oposição da ré ou de terceiros, exercendo todos os poderes inerentes à propriedade, inclusive guarda, manutenção e conservação do bem.

A ausência da antiga proprietária, que não mais demonstrou interesse ou oposição quanto ao veículo, bem como a inexistência de controvérsia sobre o exercício da posse pelo autor, corroboram a consolidação dos requisitos legais para o reconhecimento da usucapião extraordinária.

II.3. Da Regularização da Propriedade e Interesse de Agir

Apesar de a transferência da propriedade de bens móveis ocorrer, em regra, pela tradição (art. 1.226 do CC), a regularização dos veículos automotores depende de registro junto ao DETRAN, o que se mostra inviável na hipótese diante da impossibilidade de obtenção do Documento Único de Transferência (DUT) assinado pela proprietária. Tal circunstância legitima o interesse de agir do autor, conforme entendimento consolidado do STJ e Tribunais Estaduais.

II.4. Da Justiça Gratuita

O autor comprovou perceber rendimentos pouco superiores a dois salários mínimos, não podendo arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento, motivo pelo qual é de rigor a concessão da gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

II.5. Dos Princípios Constitucionais e Hermenêutica Aplicada

A solução da controvérsia deve observar os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII), da segurança jurídica e da efetividade da tutela jurisdicional (CPC/2015, art. 4º). A regularização do domínio do bem móvel, há anos sob a posse do autor, atende ao interesse social e à necessidade de segurança nas relações civis.

A fundamentação deste voto atende ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação das decisões judiciais, permitindo o controle e a transparência dos atos jurisdicionais.

II.6. Da Jurisprudência

O entendimento ora adotado encontra respaldo nos seguintes julgados:

  • STJ, REsp Acórdão/STJ: \"A usucapião, nesses casos, independe de justo título ou boa-fé. Logo, os vícios que inicialmente maculavam a posse, após o decurso de cinco anos, qualificados pela inação do titular do direito de propriedade, desaparecem.\"
  • TJMG, Apelação Cível 1.0000.25.000948-7/001: \"Impondo-se o reconhecimento da propriedade de bem móvel por usucapião extraordinária se provado o exercício da posse de forma mansa, pacífica, ininterrupta e com ânimo de dono, que se prolongue por cinco anos, independentemente de título ou boa-fé.\"
  • TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"O STJ já firmou entendimento de que a ação de usucapião é adequada para regularizar a propriedade de veículos junto aos órgãos administrativos, quando a transferência não é possível.\"

III. Dispositivo

Pelo exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • Reconhecer o direito do autor A. S. dos S. à aquisição da propriedade do veículo motocicleta, marca/modelo [xxx], ano 1998, placa [xxx], chassi [xxx], por usucapião extraordinária, com fundamento no art. 1.261 do Código Civil;
  • Determinar a expedição de mandado ao DETRAN/UF para que proceda à transferência da propriedade do veículo para o nome do autor, com a expedição do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) em seu favor;
  • Conceder a gratuidade da justiça ao autor, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

Considerando que não houve resistência da parte ré, deixo de condená-la ao pagamento de custas e honorários advocatícios. Caso haja oposição, condeno a parte ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Constitucional

A presente decisão encontra-se devidamente fundamentada, em estrita observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a exposição dos motivos de fato e de direito que ensejaram a conclusão deste julgamento.

V. Conclusão

Assim, reconheço o direito do autor à usucapião extraordinária do bem móvel descrito na inicial, determinando as providências necessárias para a regularização da propriedade junto ao órgão competente.

 

[Cidade/UF], [data do julgamento].
_______________________________________
Magistrado(a)


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