Modelo de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais e Materiais por Vício Oculto em Veículo Usado Adquirido de Particular, com Pedido de Ressarcimento e Reparação judicial contra o Réu

Publicado em: 04/06/2025 CivelProcesso Civil
Petição inicial proposta pelo autor contra o réu em ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de indenização por danos morais e materiais decorrentes de vício oculto em veículo usado adquirido. O autor requer a reparação integral dos danos, seja mediante conserto do automóvel ou ressarcimento das despesas comprovadas, além da condenação por danos morais, com fundamento no Código Civil (arts. 441 a 446 e 475), princípios da boa-fé objetiva e dignidade da pessoa humana, e jurisprudência consolidada. Também são pleiteados justiça gratuita, inversão do ônus da prova, e produção de provas diversas.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, comerciante, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-0, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade/UF], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face de M. F. de S. L., brasileiro, casado, autônomo, portador do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111-1, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Avenida das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor adquiriu do Réu, em 10/04/2025, um veículo marca Chevrolet S/10, ano 2010, mediante contrato particular de compra e venda, pelo valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais). O negócio foi realizado de boa-fé, tendo o Autor confiado nas informações prestadas pelo Réu acerca do estado de conservação do automóvel.

Contudo, após apenas um mês da aquisição, o veículo passou a apresentar graves problemas mecânicos, tornando-se inservível para o uso regular. O Autor foi compelido a realizar diversos reparos, totalizando despesas no montante de R$ 11.308,00 (onze mil, trezentos e oito reais), conforme notas fiscais anexas.

O Autor prontamente comunicou o Réu acerca dos vícios ocultos detectados, solicitando o ressarcimento dos valores despendidos ou, alternativamente, a reparação do veículo. Todavia, o Réu recusou-se a assumir qualquer responsabilidade, deixando o Autor no prejuízo.

Ressalte-se que o vício oculto manifestou-se em prazo exíguo após a aquisição, não sendo possível ao Autor detectá-lo previamente, mesmo com a adoção das cautelas razoáveis para um negócio dessa natureza.

Diante da negativa do Réu em solucionar a questão de forma amigável, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecidos seus direitos, inclusive quanto à reparação dos danos materiais e morais sofridos.

Resumo: O Autor adquiriu veículo usado de particular, o qual apresentou vício oculto em curto prazo, gerando despesas consideráveis e abalo moral, sem solução extrajudicial pelo Réu.

4. DO DIREITO

4.1. DA RESPONSABILIDADE PELOS VÍCIOS OCULTOS

O caso versa sobre vício oculto em veículo adquirido de particular, situação que, embora não configure relação típica de consumo, atrai a incidência das normas do Código Civil, especialmente quanto à responsabilidade por vícios redibitórios (CCB/2002, arts. 441 a 446).

O Autor somente tomou conhecimento dos defeitos após a tradição do bem, tratando-se de vícios ocultos, ou seja, defeitos não aparentes e de difícil constatação à época da compra. O CCB/2002, art. 441, prevê que o adquirente pode rejeitar a coisa ou reclamar abatimento do preço, se os defeitos ocultos a tornarem imprópria ao uso a que se destina.

O prazo para reclamar por vício oculto é de 30 dias para bens móveis (CCB/2002, art. 445, §1º), contado da ciência inequívoca do defeito, o que, no caso, ocorreu dentro do prazo legal.

4.2. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

O Réu descumpriu obrigação contratual de entregar bem em condições de uso, devendo responder pela reparação dos vícios, seja mediante conserto do veículo, seja pelo ressarcimento dos valores gastos pelo Autor (CCB/2002, art. 475).

4.3. DOS DANOS MATERIAIS

Os danos materiais restaram comprovados pelas notas fiscais anexas, totalizando R$ 11.308,00, valor este que deve ser ressarcido ao Autor (CCB/2002, art. 927).

4.4. DOS DANOS MORAIS

A privação do uso do veículo, aliado ao desgaste emocional e à frustração decorrentes da conduta omissiva do Réu, ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, configurando dano moral indenizável, conforme entendimento consolidado na jurisprudência (CF/88, art. 5º, X).

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da função social do contrato e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), que impõem às partes o dever de lealdade e cooperação, bem como o respeito aos direitos fundamentais do consumidor e do cidadão.

Fechamento: O conjunto normativo e principiológico evidencia o direito do Autor à reparação integral dos danos sofridos, materiais e morais, bem como à tutela específica para que o Réu promova a reparação do veículo ou ressarça as despesas realizadas.

5. JURISPRUDÊNCIAS

1. TJSP (28ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1009110-45.2020.8.26.0506 - Ribeirão Preto - Rel.: Des. Eduardo Gesse - J. em 11/12/2024"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de indenização por danos morais e materiais ajuizada por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L.. Narra o Autor que adquiriu do Réu, em 10/04/2025, um veículo Chevrolet S/10, ano 2010, mediante contrato particular de compra e venda, pelo valor de R$ 70.000,00. Entretanto, após apenas um mês, o veículo apresentou graves problemas mecânicos, tornando-se inservível, o que gerou ao Autor despesas de R$ 11.308,00 em reparos, sem solução extrajudicial pelo Réu, que se recusou a assumir qualquer responsabilidade. Alega o Autor, ainda, abalo moral decorrente da privação do uso do bem e da frustração experimentada.
O Réu foi devidamente citado, apresentando contestação (ou revelia, conforme o caso dos autos). Foram produzidas as provas documentais e eventualmente testemunhais, estando os autos em condições de julgamento.

II. Fundamentação

2.1. Da Motivação e Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

O presente voto observa o princípio constitucional da motivação das decisões judiciais, previsto no art. 93, IX, da Constituição da República, que exige sejam fundamentadas todas as decisões do Poder Judiciário, sob pena de nulidade.

2.2. Dos Fatos e do Direito

Restou incontroverso (ou comprovado, conforme o caso) que o Autor adquiriu do Réu veículo usado, mediante contrato particular, e que o bem apresentou defeitos ocultos em prazo exíguo, tornando-se inadequado ao uso pretendido e gerando despesas relevantes para o Autor. A responsabilidade por vícios ocultos em contratos de compra e venda entre particulares encontra respaldo nos arts. 441 a 446 do Código Civil, que asseguram ao adquirente o direito de rejeitar a coisa, reclamar abatimento do preço ou exigir a reparação dos danos.

Restou demonstrado, pelos documentos juntados, que os vícios eram de natureza oculta e não poderiam ser verificados pelo Autor no momento da aquisição, ainda que tomadas as cautelas razoáveis. O Autor comunicou oportunamente o Réu, que se manteve inerte, descumprindo a obrigação de lealdade e boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).

O prazo para a reclamação por vícios ocultos foi observado, conforme art. 445 do CCB/2002, tendo o Autor agido tempestivamente.

2.3. Da Obrigação de Fazer e dos Danos Materiais

O Réu deve responder pelos vícios do bem alienado, cabendo ao Autor o ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas com os reparos necessários, no valor de R$ 11.308,00, nos termos do art. 927 do Código Civil. Ademais, é cabível a obrigação de fazer consistente na reparação do veículo, caso o Autor assim prefira, ou o ressarcimento integral do valor já despendido.

2.4. Dos Danos Morais

A privação do uso do veículo, somada ao abalo emocional e à frustração experimentados pelo Autor, ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, caracterizando dano moral indenizável, em consonância com o art. 5º, X, da Constituição Federal. A jurisprudência é firme no sentido de reconhecer o direito à indenização moral em situações análogas, conforme precedentes colacionados aos autos, notadamente dos Tribunais de Justiça de São Paulo e Minas Gerais.

O valor a ser fixado a título de danos morais deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, levando em consideração a extensão do dano e o caráter pedagógico da medida.

2.5. Dos Princípios Aplicáveis

Aplicam-se ao caso concreto os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da função social do contrato e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), que impõem o dever de lealdade, cooperação e respeito aos direitos fundamentais das partes contratantes.

2.6. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos tribunais pátrios, conforme exemplificado nos julgados destacados na inicial, é uníssona no sentido de reconhecer a responsabilidade do vendedor por vícios ocultos em veículos usados, bem como o direito do adquirente ao ressarcimento das despesas e à indenização moral, desde que comprovados os prejuízos e o nexo causal.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., para:

  1. Condenar o Réu a ressarcir ao Autor o valor de R$ 11.308,00 (onze mil, trezentos e oito reais), devidamente atualizado e acrescido de juros legais desde o desembolso, a título de danos materiais;
  2. Condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais ao Autor, que arbitro em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com correção monetária a partir desta data e juros de mora desde o evento danoso;
  3. Determinar, alternativamente, que o Réu promova a integral reparação do veículo Chevrolet S/10, ano 2010, caso assim opte o Autor, no prazo de 15 (quinze) dias contados da intimação desta decisão;
  4. Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85).

Considerando a sucumbência integral do Réu, deixo de acolher os demais pedidos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

Este é o voto que submeto à apreciação, em observância ao art. 93, IX, da CF/88, esclarecendo que o julgamento está devidamente fundamentado nos fatos, provas e legislação aplicáveis, bem como nos princípios constitucionais e na jurisprudência dominante.

[Cidade], [Data].

___________________________________
[Nome do Magistrado]


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