Modelo de Ação de Manutenção de Posse ajuizada por A. J. dos S. L. LTDA contra N. S. F. para garantir posse mansa e pacífica de sala comercial e uso de vagas de estacionamento, com pedido de tutela de urgência com base no CP...

Publicado em: 18/06/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição inicial de ação de manutenção de posse proposta por empresa que exerce posse mansa e pacífica de sala comercial há mais de 20 anos, contra a proprietária que turba a posse ao restringir uso do estacionamento e ameaçar desocupação. O documento fundamenta-se nos artigos 560, 561 e 562 do CPC/2015, no Código Civil e na Constituição Federal, requer tutela de urgência para garantir a continuidade da posse e o uso das áreas comuns, além da produção de provas e designação de audiência de conciliação. Contém qualificação das partes, exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência aplicável, pedidos e valor da causa.
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AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __,
Tribunal de Justiça do Estado.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S. L. LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-90, com sede à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 12345-678, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], neste ato representada por seu sócio administrador A. J. dos S., brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº 123.456.789-00, residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 12345-678, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected],
por seu advogado infra-assinado (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE
em face de N. S. F., brasileira, divorciada, proprietária de imóvel, portadora do CPF nº 987.654.321-00, residente e domiciliada à Rua das Palmeiras, nº 200, Bairro Centro, CEP 12345-678, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected],
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A parte autora exerce, há mais de 20 (vinte) anos, a posse mansa, pacífica e ininterrupta de sala comercial situada no prédio localizado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, nesta cidade, onde desenvolve atividade de ensino de dança, reconhecida e consolidada na região.

O contrato de locação inicial foi firmado com o então proprietário, J. S. F., esposo da ré, sendo que, após a separação do casal, N. S. F. assumiu a administração do imóvel, reconhecendo a continuidade da locação e da posse pela autora. Ressalte-se que, apesar da ausência de regularização formal do contrato após a separação e da inexistência de habite-se do prédio, a posse da autora sempre foi exercida de forma pacífica e com ciência da proprietária, tendo inclusive realizado diversas benfeitorias no imóvel, como instalação de grades de ferro, pinturas externas e melhorias para conforto e segurança dos clientes.

Recentemente, a ré comunicou sua intenção de residir na parte residencial do imóvel e, de forma unilateral, proibiu a autora de utilizar as vagas de estacionamento para os clientes, restringindo o uso apenas a si e seus familiares. Além disso, ameaçou encerrar a locação e retirar a autora do imóvel, caso não acatasse as novas restrições, criando clima de instabilidade e turbação à posse da autora, que depende do estacionamento para a manutenção de sua clientela e continuidade da atividade comercial.

Destaca-se que a autora não dispõe de alternativa imediata para transferência de suas atividades, dada a necessidade de espaço adequado, valores compatíveis e a importância do ponto comercial consolidado ao longo de duas décadas.

Assim, diante da ameaça concreta e injusta à posse, busca-se a tutela jurisdicional para a manutenção da posse e o restabelecimento do pleno exercício dos direitos possessórios.

4. DO DIREITO

4.1. DA TUTELA POSSESSÓRIA E DOS REQUISITOS LEGAIS

A ação de manutenção de posse tem previsão expressa no CPC/2015, arts. 560 e 561, que asseguram ao possuidor turbado o direito de ser mantido na posse, desde que demonstre: (i) a posse, (ii) a turbação praticada pelo réu, (iii) a data da turbação e (iv) a continuidade da posse, ainda que turbada.

No presente caso, a autora comprova o exercício da posse há mais de 20 anos, a turbação perpetrada pela ré ao restringir o uso do estacionamento e ameaçar a continuidade da locação, bem como a data dos fatos, ocorridos recentemente, e a manutenção da posse, ainda que sob ameaça.

Ressalte-se que, conforme CCB/2002, art. 1.196, considera-se possuidor aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade, sendo irrelevante a discussão sobre a regularidade do contrato ou do habite-se para fins de proteção possessória.

4.2. DA FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE E DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

A posse, além de direito real, cumpre relevante função social, especialmente quando vinculada à atividade econômica e geração de emprego e renda, como no caso da autora, que mantém escola de dança reconhecida na comunidade local (CF/88, art. 170, III).

O princípio da boa-fé objetiva também orienta as relações possessórias, impondo às partes o dever de lealdade e confiança recíproca (CCB/2002, art. 422), sendo inadmissível que a ré, após anos de anuência, venha a restringir direitos essenciais ao exercício da posse, sem justa causa ou prévia negociação.

4.3. DA ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA E DA FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS

A ação de manutenção de posse é adequada para a proteção do direito invocado, sendo irrelevante a titularidade do domínio, conforme entendimento consolidado na jurisprudência (vide seção de Jurisprudências). Ademais, o CPC/2015, art. 554 p"'>...

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I. Relatório

Trata-se de Ação de Manutenção de Posse ajuizada por A. J. dos S. L. LTDA em face de N. S. F., na qual a parte autora alega exercer, há mais de 20 anos, posse mansa, pacífica e ininterrupta de sala comercial situada na Rua das Flores, nº 100, onde desenvolve atividade de ensino de dança. Aduz que, após a separação dos antigos proprietários, a ré assumiu a administração do imóvel e reconheceu a continuidade da posse, tendo a autora realizado benfeitorias e mantido o exercício da posse com ciência da demandada.

Relata, ainda, que a ré, recentemente, proibiu a autora de utilizar as vagas de estacionamento, restringindo o uso apenas a si e seus familiares, bem como ameaçou encerrar a locação e retirar a autora do imóvel, criando situação de instabilidade e turbação à posse.

Requer, em síntese, concessão de tutela de urgência para manutenção na posse, restabelecimento do uso do estacionamento pelos clientes, confirmação da procedência da ação ao final, condenação da ré às custas e honorários, abstenção de novos atos de turbação e designação de audiência de conciliação/mediação.

II. Fundamentação

II.1. Da Fundamentação Constitucional e Legal

Em observância ao disposto no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988 (CF/88, art. 93, IX), que exige a devida fundamentação das decisões judiciais, passo à análise do mérito da demanda.

No âmbito legal, a proteção possessória encontra respaldo nos artigos 560 e 561 do Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015), os quais estabelecem que o possuidor turbado tem direito de ser mantido na posse, desde que demonstre: (i) posse, (ii) turbação, (iii) data da turbação, e (iv) continuidade da posse, ainda que turbada.

O artigo 1.196 do Código Civil (CCB/2002) define possuidor como aquele que exerce, de fato, algum dos poderes inerentes à propriedade, sendo desnecessária a titularidade do domínio para fins de proteção possessória.

Ressalte-se, ainda, a função social da posse e a proteção à atividade econômica, nos termos do artigo 170, III, da Constituição Federal (CF/88, art. 170, III), bem como a aplicação do princípio da boa-fé objetiva nas relações jurídicas (CCB/2002, art. 422).

II.2. Dos Fatos e da Prova dos Requisitos da Ação de Manutenção de Posse

Da análise dos autos, verifica-se que a autora exerce a posse do imóvel há mais de duas décadas, com a anuência da ré, inclusive tendo realizado benfeitorias. Restou também demonstrado que a ré, de forma unilateral, restringiu o uso do estacionamento e ameaçou a continuidade da posse da autora, fatos recentes e devidamente documentados.

Os requisitos do artigo 561 do CPC/2015 estão preenchidos, pois restaram comprovados: (i) a posse anterior; (ii) a turbação (restrição e ameaça de retirada do imóvel); (iii) a data dos fatos (recentes); (iv) a continuidade da posse, ainda que sob ameaça.

A jurisprudência consolidada do TJMG e do TJSP, conforme ementas colacionadas, é firme quanto à suficiência de tais elementos para concessão da tutela possessória, sendo irrelevante a discussão sobre a titularidade do domínio ou a regularidade formal do contrato de locação e habite-se.

II.3. Da Adequação da Via Eleita e da Fungibilidade da Ação

A ação de manutenção de posse é via adequada para o fim colimado, sendo desnecessária a discussão sobre domínio (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.482336-5/001). Ademais, o artigo 554 do CPC/2015 assegura a fungibilidade das ações possessórias, permitindo ao magistrado conceder a tutela adequada à situação fática.

II.4. Da Tutela de Urgência

Verifica-se a presença dos requisitos para concessão da tutela de urgência (CPC/2015, art. 562), haja vista a ameaça iminente à posse da autora e o risco de dano irreparável à sua atividade comercial, que depende do estacionamento para manutenção da clientela e continuidade das atividades.

III. Dispositivo

Pelo exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, para:

  • Determinar a manutenção da autora na posse do imóvel objeto da lide e o restabelecimento do direito de uso das vagas de estacionamento pelos clientes, vedando à ré qualquer ato de turbação ou ameaça à posse;
  • Confirmar a tutela de urgência concedida, nos termos do art. 562 do CPC/2015;
  • Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, os quais fixo em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015;
  • Determinar à ré que se abstenha de praticar qualquer ato que impeça ou dificulte o exercício pleno da posse pela autora, sob pena de multa diária a ser arbitrada em caso de descumprimento;
  • Designar audiência de conciliação/mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Recurso

Considerando que o recurso cabível é a apelação, e que todos os requisitos processuais se encontram preenchidos, CONHEÇO do recurso e, no mérito, NEGO PROVIMENTO a eventual apelação da ré, mantendo a sentença por seus próprios fundamentos.

V. Fundamentação Final

Esta decisão encontra-se devidamente fundamentada, em obediência ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, garantindo-se transparência, motivação e controle jurisdicional dos atos judiciais.

VI. Local, Data e Assinatura

Cidade/UF, 10 de junho de 2025.

_______________________________________
Juiz(a) de Direito


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