Inclusão de Devedores em Cadastros de Inadimplentes em Execuções Fiscais: Decisão do STJ e Análise Doutrinária
Publicado em: 16/02/2025 AdministrativoProcesso Civil Execução FiscalTESE
A inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes em casos de execução fiscal pode ser determinada pelo juiz, desde que observados os requisitos legais e com vistas a garantir a efetividade da execução e satisfação do crédito público. Essa possibilidade não impede que o credor, por sua iniciativa, realize a inscrição diretamente, sendo assegurada a continuidade das execuções fiscais enquanto o tema é uniformizado pelo rito dos recursos repetitivos. (Link para o acórdão: Acórdão 197.8112.2000.1500)
UM ESTUDO DOUTRINÁRIO
A doutrina processualista brasileira vem ampliando os debates acerca da utilização de meios atípicos para a satisfação do crédito público, incluindo medidas que indiretamente pressionem o devedor, como a inclusão em cadastros de inadimplentes. De acordo com a corrente majoritária, essa prática é condizente com os princípios da eficiência administrativa (CF/88, art. 37) e da razoável duração do processo (CF/88, art. 5º, LXXVIII), desde que respeitados os direitos fundamentais do executado, como o contraditório e a ampla defesa. O entendimento doutrinário converge para a aceitação dessa medida como um meio legítimo de coerção, desde que proporcional.
UM COMENTÁRIO EXPLICATIVO
A decisão do STJ reflete a necessidade de uniformização jurisprudencial, dada a multiplicidade de processos com teses divergentes em instâncias inferiores. A possibilidade de inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes pelo juiz reforça o caráter coercitivo das execuções fiscais, buscando superar os entraves à satisfação do crédito público. Contudo, a solução deve ser aplicada com cautela, sob o crivo do devido processo legal, para evitar violações aos direitos dos devedores.
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
CF/88, art. 5º, XXXV (princípio da inafastabilidade da jurisdição); CF/88, art. 5º, LXXVIII (razoável duração do processo); CF/88, art. 37 (princípios da administração pública).
FUNDAMENTO LEGAL
CPC/2015, art. 139, IV (poder geral de efetivação do juiz); Lei 6.830/1980, art. 6º (execução fiscal).
SÚMULAS APLICÁVEIS
Súmula 375/STJ: "O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente."
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A decisão do STJ é de grande relevância no cenário jurídico, pois estabelece precedentes sobre a atuação judicial nas execuções fiscais e os limites da coerção indireta. A uniformização jurisprudencial proporcionará maior segurança jurídica e previsibilidade às partes envolvidas. No entanto, a aplicação prática da tese poderá enfrentar desafios relacionados à proteção dos direitos fundamentais dos devedores, especialmente no que diz respeito à proporcionalidade e à razoabilidade das medidas adotadas.
ANÁLISE CRÍTICA
A fundamentação do STJ, ao priorizar a efetividade da execução fiscal, é coerente com a necessidade de otimizar a recuperação de créditos públicos, em consonância com os princípios da eficiência e da duração razoável do processo. No entanto, a decisão carece de maior delimitação quanto aos critérios objetivos para a adoção da medida, deixando margem para interpretações amplas que podem comprometer o devido processo legal e gerar abusos. Na prática, a inclusão em cadastros de inadimplentes deve ser avaliada caso a caso, balanceando os interesses do credor e os direitos do devedor. Consequentemente, o impacto dessa decisão poderá se refletir em uma maior responsabilização dos magistrados na gestão das execuções fiscais e no fortalecimento de medidas coerentes e proporcionais.
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