Embargos de Divergência no STJ: Requisitos de Similitude Fática e Jurídica e Identidade Essencial entre Acórdãos segundo CPC/2015 e RISTJ
Publicado em: 26/06/2024 Processo CivilTESE DOUTRINÁRIA EXTRAÍDA DO ACÓRDÃO:
O cabimento dos embargos de divergência no âmbito do Superior Tribunal de Justiça exige, nos termos do CPC/2015, art. 1.043 e do RISTJ, art. 266, a demonstração da existência de similitude fática e jurídica entre os acórdãos confrontados, sendo imprescindível a identidade nos elementos essenciais das decisões para configuração válida do dissídio.
COMENTÁRIO EXPLICATIVO
A tese firmada pelo acórdão destaca a natureza estrita dos embargos de divergência, cujo objetivo é a uniformização da jurisprudência interna do STJ. Para tanto, não basta a mera existência de decisões divergentes no plano abstrato: é indispensável que os acórdãos cotejados estejam assentados sobre fatos e questões jurídicas idênticas. A ausência de tal identidade inviabiliza o conhecimento do recurso, pois não se caracteriza a divergência prevista nos dispositivos legais aplicáveis.
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
CF/88, art. 105, III, "c" — Competência do STJ para julgamento de recursos especiais fundados em dissídio jurisprudencial.
FUNDAMENTO LEGAL
CPC/2015, art. 1.043
RISTJ, art. 266
SÚMULAS APLICÁVEIS
Não há súmula específica do STJ ou STF sobre a estrita necessidade de similitude fática e jurídica nos embargos de divergência, mas a jurisprudência é pacífica no mesmo sentido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tese sedimenta relevante mecanismo de controle da jurisprudência no âmbito dos tribunais superiores, prevenindo a banalização dos embargos de divergência e garantindo que apenas situações efetivamente análogas sejam objeto de uniformização. Tal rigor contribui para a segurança jurídica e para a eficiência do sistema recursal, evitando a multiplicidade de recursos protelatórios e a sobrecarga dos tribunais com discussões meramente teóricas ou dissídios aparentes. No âmbito prático, reforça a necessidade de diligência das partes na demonstração precisa das similitudes fáticas e jurídicas, sob pena de indeferimento liminar de seus recursos.
ANÁLISE CRÍTICA
O fundamento jurídico da decisão repousa em interpretação literal e teleológica dos dispositivos legais e regimentais, promovendo a racionalidade do sistema recursal. O acórdão valoriza a coerência e integridade da jurisprudência, evitando decisões contraditórias baseadas em situações apenas superficialmente semelhantes. Consequentemente, a exigência de similitude fática e jurídica robusta atua como verdadeiro filtro recursal, tornando o STJ mais apto a uniformizar a aplicação do direito nacional em casos paradigmáticos e não em hipóteses em que inexiste convergência material dos fatos e das normas discutidas.
Outras doutrinas semelhantes

Requisitos para Conhecimento dos Embargos de Divergência: Demonstração de Similitude Fática e Jurídica Entre Acórdãos com Base no Art. 1.043 do CPC/2015 e Art. 266 do Regimento Interno do STJ
Publicado em: 26/06/2024 Processo CivilEste documento aborda a exigência legal para o conhecimento dos embargos de divergência, destacando a necessidade de comprovação da similitude fática e jurídica entre o acórdão recorrido e os paradigmas indicados, conforme previsto no art. 1.043 do Código de Processo Civil de 2015 e no art. 266 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
Acessar
Critérios para admissibilidade dos embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça: exigência de similitude fática e jurídica entre acórdãos para processamento do recurso
Publicado em: 26/06/2024 Processo CivilEste documento aborda os requisitos essenciais para a admissibilidade dos embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça, destacando a necessidade de comprovação inequívoca da similitude fática e jurídica entre o acórdão recorrido e os paradigmas indicados, sob pena de indeferimento do recurso.
Acessar
Definição e consolidação da natureza formal do crime de falsa identidade (art. 307 do CP) pelo STJ, afastando necessidade de resultado lesivo e excludente de tipicidade por autodefesa
Publicado em: 19/07/2025 Processo CivilTese doutrinária extraída do acórdão do STJ que estabelece que o crime de falsa identidade é formal, consumado no momento da atribuição consciente de dados falsos, independentemente de resultado naturalístico ou vantagem, com fundamentação constitucional, legal e súmulas aplicáveis, além de análise crítica sobre a rigidez do entendimento e sua importância para a proteção da fé pública e segurança jurídica.
Acessar