Modelo de Petição inicial para ação de usucapião urbano de imóvel residencial com posse mansa, pacífica e contínua por mais de 40 anos, com fundamentos no Código Civil e Constituição Federal

Publicado em: 04/06/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Petição inicial proposta por A. J. dos S., representado por advogado, requerendo reconhecimento do domínio por usucapião urbano de imóvel residencial, com base na posse ininterrupta, animus domini, função social da propriedade e direito à moradia, instruída com provas documentais, testemunhais e periciais, conforme artigos 1.238 e 1.240 do Código Civil e princípios constitucionais.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE USUCAPIÃO URBANO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, aposentado, analfabeto, portador do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], residente e domiciliado à Rua [Nome da Rua], nº [xxx], Bairro [Nome do Bairro], CEP [xxxxx-xxx], Cidade/UF, endereço eletrônico: [[email protected]], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE USUCAPIÃO URBANO em face dos eventuais interessados, especialmente J. A. dos S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico: [[email protected]], e demais confrontantes e terceiros eventualmente interessados, cujas qualificações serão oportunamente informadas, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O autor, A. J. dos S., exerce a posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta do imóvel urbano situado à Rua [Nome da Rua], nº [xxx], Bairro [Nome do Bairro], nesta cidade, há mais de 40 anos, utilizando-o como sua moradia habitual, juntamente com sua família.

O referido imóvel pertenceu formalmente a J. dos S., irmão do autor, já falecido. Após o falecimento deste, o autor permaneceu no imóvel, sem qualquer oposição dos demais irmãos, que reconhecem expressamente que a posse e propriedade do bem pertencem ao autor, conforme declarações anexas.

Contudo, o único filho do falecido, J. A. dos S., contestou a posse do autor, aproveitando-se do analfabetismo deste para, há cerca de um ano, induzi-lo a assinar um contrato de comodato, com pedido de desocupação do imóvel, e posteriormente ajuizou ação de reintegração de posse.

Ressalta-se que, durante todo o período de mais de quatro décadas, o autor exerceu a posse com animus domini, realizando benfeitorias, pagando tributos, contas de consumo e zelando pelo imóvel, sem qualquer oposição concreta até o recente episódio promovido pelo contestante.

O imóvel possui as seguintes características: [descrever o imóvel, área, confrontações, matrícula ou transcrição, se houver, e demais elementos identificadores], conforme memorial descritivo e planta assinados por profissional habilitado, com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), em anexo.

Diante da recusa do filho do falecido em reconhecer a propriedade do autor, e visando a regularização do domínio, propõe-se a presente ação de usucapião urbano.

4. DO DIREITO

4.1. DA USUCAPIÃO URBANA

A usucapião é modo originário de aquisição da propriedade, fundado na posse prolongada, contínua, mansa e pacífica, com animus domini, nos termos do CCB/2002, art. 1.238 e CCB/2002, art. 1.240.

O artigo 1.240 do Código Civil prevê a usucapião especial urbana, aplicável ao caso concreto, nos seguintes termos: “Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.”

O autor exerce a posse do imóvel há mais de 40 anos, de forma ininterrupta, mansa, pacífica e com animus domini, utilizando-o como moradia, preenchendo todos os requisitos legais para a aquisição da propriedade por usucapião urbano.

4.2. DA POSSE MANSA, PACÍFICA E ININTERRUPTA

Conforme dispõe o CCB/2002, art. 1.238, a posse deve ser contínua, mansa e pacífica, sem oposição. O autor jamais foi perturbado em sua posse até o recente episódio do comodato, que se deu por meio de vício de consentimento, dada sua condição de analfabeto e ausência de compreensão do ato praticado.

Ressalta-se que a oposição do contestante é recente, não sendo suficiente para descaracterizar a posse qualificada e o lapso temporal já consolidado, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

4.3. DA BOA-FÉ E DO ANIMUS DOMINI

O autor sempre exerceu a posse como se proprietário fosse, realizando benfeitorias, arcando com tributos e despesas inerentes ao imóvel, demonstrando o animus domini exigido pela legislação.

4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII e CF/88, art. 182, §2º) e o direito à moradia (CF/88, art. 6º) fundamentam a proteção à posse prolongada e ao reconhecimento da propriedade àquele que cumpre sua função social e reside no imóvel há décadas.

4.5. DA LEGITIMIDADE E INTERESSE DE AGIR

O autor é parte legítima para requerer a declaração de domínio, nos termos do CPC/2015, art. 319, estando presentes o interesse de agir e a necessidade de regularização da propriedade.

4.6. DOS REQUISITOS PROCESSUAIS

A petição inicial está instruída com os documentos indispensáveis, conforme CPC/2015, art. 320, incluindo planta, memorial descritivo, certidões, comprovantes de residência e de pagamento de tributos, além de declarações dos irmãos e demais provas que demonstram a posse qualificada.

O autor manifesta, desde já, interesse na designação de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de usucapião urbano ajuizada por A. J. dos S. em face de J. A. dos S. e eventuais interessados, visando à declaração de domínio sobre imóvel urbano situado à Rua [Nome da Rua], nº [xxx], Bairro [Nome do Bairro], nesta cidade, onde reside o autor há mais de 40 anos, conforme descrito na inicial.

O autor narra que exerce a posse do imóvel de maneira mansa, pacífica, contínua e ininterrupta, com animus domini, utilizando-o como sua moradia e de sua família. Relata que, após o falecimento do formal proprietário, seu irmão, permaneceu no imóvel sem oposição, exceto pelo filho do falecido, que recentemente promoveu contestação à posse do autor, inclusive induzindo-o a assinar contrato de comodato e ajuizando ação de reintegração de posse.

Após regular instrução do feito, com a juntada de documentos, declarações e demais provas, vieram os autos para julgamento.

Fundamentação

1. Da Análise dos Fatos e da Prova Produzida

Restou comprovado nos autos que o autor exerce a posse do imóvel há mais de quatro décadas, de forma ininterrupta, mansa e pacífica, utilizando o bem como sua moradia habitual, realizando benfeitorias e arcando com os encargos inerentes ao imóvel. Tal circunstância é corroborada pelos depoimentos testemunhais e pelas declarações dos irmãos, que reconhecem a posse do autor, bem como pelos documentos juntados.

Não obstante a recente oposição formalizada pelo contestante, filho do antigo proprietário, verifica-se que tal resistência é recente e, conforme entendimento jurisprudencial consolidado, não é suficiente para descaracterizar o lapso temporal e a natureza da posse já consolidada.

2. Do Direito à Usucapião Urbana

A usucapião urbana está disciplinada no art. 1.240 do Código Civil/2002, que exige: (i) posse mansa, pacífica e ininterrupta, com animus domini; (ii) utilização do imóvel para moradia própria ou de sua família; (iii) área urbana de até 250m²; e (iv) ausência de oposição por cinco anos.

O autor preenche todos os requisitos legais, tendo exercido a posse qualificada por período muito superior ao exigido, fato corroborado pela robusta prova documental e testemunhal acostada aos autos.

Ressalte-se, ainda, que o princípio da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII e art. 182, §2º) e o direito fundamental à moradia (CF/88, art. 6º) conferem especial proteção à situação do autor, que reside há décadas no imóvel, cumprindo sua função social.

3. Da Regularidade Processual

Verifico que a inicial atende aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC/2015, estando instruída com todos os documentos indispensáveis, inclusive planta, memorial descritivo, certidões e comprovantes de residência e de pagamento de tributos. As partes legítimas foram citadas, e não há vícios que maculem o procedimento.

4. Dos Recursos Interpostos

Não constam recursos pendentes ou questões preliminares que impeçam o julgamento do mérito. Eventuais insurgências quanto à legitimidade ou à posse do autor foram devidamente analisadas e afastadas pelas provas produzidas.

5. Do Dever de Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Em fiel observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, este voto fundamenta-se na análise hermenêutica dos fatos e do direito, observando os elementos probatórios dos autos e a legislação aplicável, bem como a orientação jurisprudencial dominante, destacando-se os precedentes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em casos análogos.

Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o pedido formulado por A. J. dos S., declarando o domínio do imóvel urbano descrito na inicial em favor do autor, nos termos do art. 1.240 do Código Civil/2002.

Determino a expedição de mandado para registro da sentença no Cartório de Registro de Imóveis competente.

Condeno o réu, caso haja resistência, ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, a serem fixados na forma do art. 85 do CPC/2015.

Defiro ao autor os benefícios da justiça gratuita, se comprovados os requisitos legais (CPC/2015, art. 98).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

É como voto.

[Cidade/UF], [data].

[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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