Modelo de Petição Inicial de Ação de Obrigação de Fazer e Não Fazer com Pedido de Tutela de Urgência contra Mercado Livre Ltda. para Restabelecimento de Conta Suspensa Indevidamente e Liberação de Valores Retidos, Fundad...

Publicado em: 26/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial ajuizada por vendedor que teve sua conta suspensa pela plataforma Mercado Livre sem comprovação de infração, requerendo tutela de urgência para restabelecimento da conta, liberação dos valores retidos e abstenção de novas suspensões abusivas, com base no Código de Defesa do Consumidor, princípios da boa-fé, contraditório e ampla defesa, além do Código Civil. O autor comprova a regularidade da marca utilizada e demonstra a abusividade da suspensão unilateral, pleiteando tutela jurisdicional para cessar prejuízos financeiros e danos à reputação comercial.
← deslize para o lado para ver mais opções

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF], do Tribunal de Justiça do Estado de [UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., [nacionalidade], [estado civil], [profissão], inscrito no CPF sob o nº [xxx.xxx.xxx-xx], portador do RG nº [xx.xxx.xxx-x], endereço eletrônico: [email do autor], residente e domiciliado à [endereço completo do autor], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de Mercado Livre Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [xx.xxx.xxx/xxxx-xx], com sede na [endereço completo da ré], endereço eletrônico: [email da ré], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é titular de conta ativa na plataforma digital de intermediação de e-commerce mantida pela (Mercado Livre), onde atua regularmente como vendedor de produtos, sendo sua principal fonte de renda.

Em [data da suspensão], o Autor teve sua conta abruptamente suspensa pela , sob a alegação genérica de supostas infrações aos termos de uso da plataforma, especialmente por anúncios que violariam direitos de propriedade intelectual e de marca.

Contudo, a não apresentou qualquer prova concreta ou documentação que demonstrasse a efetiva violação das normas internas ou de direitos de terceiros pelo Autor. Ao contrário, o Autor notificou formalmente a e comprovou que a marca utilizada em seus anúncios é regularmente registrada junto ao INPI, sendo certo que o denunciante não possui qualquer direito sobre a referida marca, tampouco registro válido que justificasse a exclusão dos anúncios ou a suspensão da conta.

Apesar das notificações e da apresentação de documentos comprobatórios, a manteve-se inerte, mantendo a suspensão da conta do Autor e retendo valores de vendas já realizadas, o que vem causando graves prejuízos financeiros e abalo à reputação comercial do Autor.

Ressalte-se que não há qualquer demonstração de descumprimento contratual por parte do Autor, tampouco foi oportunizada a ele a ampla defesa ou o contraditório acerca das alegações que motivaram a suspensão, em flagrante violação aos princípios constitucionais e legais aplicáveis.

Diante da ausência de provas e da conduta abusiva da , faz-se necessária a intervenção judicial para determinar o imediato restabelecimento da conta do Autor e a liberação dos valores retidos, além de impedir novas suspensões com base nos mesmos fatos infundados.

Resumo: O Autor teve sua conta suspensa sem provas de infração, comprovou a regularidade de sua marca, notificou a plataforma, mas não obteve resposta, sendo mantida a suspensão e a retenção de valores, o que enseja a presente demanda.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)

4.1. DA RELAÇÃO CONTRATUAL E DA APLICAÇÃO DO CDC

A relação entre o Autor e a é regida por contrato de prestação de serviços, sendo aplicáveis as normas do Código Civil (CCB/2002) e do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O Autor figura como consumidor ou destinatário final dos serviços ofertados pela plataforma, atraindo a incidência das normas protetivas do CDC, inclusive quanto à inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII), à boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e à transparência nas relações contratuais.

4.2. DA ABUSIVIDADE DA SUSPENSÃO E DO ÔNUS DA PROVA

A suspensão da conta do Autor foi realizada de forma unilateral e sem a devida comprovação de infração contratual, o que viola o disposto no CPC/2015, art. 373, II, segundo o qual incumbe ao réu o ônus de provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

A ausência de provas por parte da quanto à suposta violação de direitos de propriedade intelectual ou de marca, bem como a ausência de demonstração de descumprimento dos termos de uso, tornam abusiva e injustificada a suspensão, caracterizando abuso de direito (CCB/2002, art. 187).

Ademais, a conduta da viola os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), pois não oportunizou ao Autor apresentar defesa ou esclarecer os fatos que motivaram a suspensão.

4.3. DA NECESSIDADE DE RESTABELECIMENTO DA CONTA E LIBERAÇÃO DOS VALORES RETIDOS

A manutenção da suspensão da conta do Autor e a retenção dos valores de suas vendas, sem justa causa, afrontam o princípio da boa-fé objetiva e configuram enriquecimento ilícito por parte da , vedado pelo ordenamento jurídico (CCB/2002, art. 884).

O restabelecimento da conta e a liberação dos valores retidos são medidas que se impõem para cessar os prejuízos injustamente suportados pelo Autor e restaurar o equilíbrio contratual.

4.4. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O Autor faz jus à concessão de tutela de urgência, nos termos do CPC/2015, art. 300, pois estão presentes a probabilidade do direito, demonstrada pela documentação acostada (registro da marca, notificações, ausência de provas de infração), e o perigo de dano, consubstanciado nos prejuízos financeiros e no risco de abalo à reputação comercial do Autor.

O perigo da demora é evidente, pois a manutenção da suspensão impede o Autor de exercer sua atividade econômica e de acessar valores que lhe pertencem, podendo, inclusive, comprometer sua subsistência.

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da função social do contrato (CCB/2002, art. 421), da vedação ao enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884), do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), e da proteção ao consumidor (CDC, art. 6º).

Tais princípios reforçam a necessidade de atuação judicial para coibir práticas abus"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de ação de obrigação de fazer e não fazer cumulada com pedido de tutela de urgência, proposta por A. J. dos S. em face de Mercado Livre Ltda., na qual o autor pleiteia o restabelecimento de sua conta na plataforma digital e a liberação de valores retidos, sob o fundamento de suspensão arbitrária e ausência de contraditório e ampla defesa.

I. RELATÓRIO

O autor sustenta que teve sua conta suspensa pela ré sob alegação genérica de infração aos termos de uso, especialmente por suposta violação de direitos de marca. Aduz ter comprovado a regularidade da marca utilizada e inexistir qualquer violação, bem como ausência de notificação prévia e oportunidade para apresentar defesa. Alega prejuízos financeiros e abalo à reputação comercial em razão da manutenção da suspensão e da retenção de valores.

A ré, regularmente citada, não apresentou provas concretas das alegações que motivaram a suspensão, tampouco demonstrou descumprimento contratual por parte do autor.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Análise dos Fatos e do Direito

A controvérsia cinge-se à legalidade da suspensão da conta do autor pela ré e à retenção de valores, bem como à observância dos princípios constitucionais e legais incidentes.

Conforme se extrai dos autos, a suspensão foi motivada por denúncia de suposta infração a direitos de marca. Contudo, o autor comprovou possuir o devido registro junto ao INPI, inexistindo prova de que o denunciante detenha direito sobre a marca em questão. A ré, por sua vez, limitou-se a alegações genéricas, não apresentando documentação apta a demonstrar efetiva violação dos termos de uso ou de direitos de terceiros.

Ressalte-se que, nos termos do art. 373, II, do CPC/2015, incumbe ao réu o ônus de comprovar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, ônus do qual a ré não se desincumbiu.

A conduta da ré viola os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º, LV, da Constituição Federal, pois não oportunizou ao autor a apresentação de defesa quanto aos fatos que ensejaram a suspensão.

Ademais, a relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8.078/1990), aplicando-se a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC) e o princípio da boa-fé objetiva (art. 422, CCB/2002).

A manutenção da suspensão sem justa causa e a retenção de valores, sem respaldo em provas, caracterizam abuso de direito (art. 187, CCB/2002) e enriquecimento ilícito (art. 884, CCB/2002).

Reforça tal entendimento a jurisprudência dominante, no sentido de que a suspensão unilateral de contas em plataformas digitais, desprovida de comprovação, configura prática abusiva, ensejando o restabelecimento da conta e a liberação dos valores retidos (vide Apelação Cível Acórdão/TJSP, TJSP, e demais julgados colacionados).

2. Da Tutela de Urgência

Os requisitos do art. 300, CPC/2015 restaram presentes: há probabilidade do direito do autor, comprovada pela documentação acostada, e perigo de dano, diante da impossibilidade de exercício da atividade profissional e do risco à subsistência do autor.

O deferimento da tutela de urgência é medida que se impõe para restabelecer, de imediato, a conta do autor e liberar os valores retidos.

3. Dos Princípios Constitucionais e Fundamentação do Julgamento

Cumpre ao magistrado, nos termos do art. 93, IX, da CF/88, fundamentar suas decisões, o que ora se faz, analisando detidamente os fatos, o direito e os princípios aplicáveis, especialmente a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88), a boa-fé objetiva, a função social do contrato e a vedação ao enriquecimento ilícito.

4. Dos Recursos

Conheço do pedido inicial e, diante da ausência de impugnação específica e de provas pela ré, julgo procedente a demanda.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial formulado por A. J. dos S. contra Mercado Livre Ltda., nos termos do art. 487, I, do CPC/2015, para:

  • Determinar o imediato restabelecimento da conta do autor na plataforma Mercado Livre, com a mesma reputação anterior à suspensão;
  • Determinar a liberação integral dos valores retidos referentes às vendas realizadas pelo autor;
  • Impor à ré o dever de se abster de promover nova suspensão da conta do autor com base nos mesmos fatos, salvo comprovada nova infração, devidamente apurada com contraditório e ampla defesa;
  • Confirmar a tutela de urgência deferida nos termos acima;
  • Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Fica autorizada a produção de todas as provas em direito admitidas, caso necessário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. DISPOSIÇÕES FINAIS

Assim decido, fundamentando este voto nos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa, boa-fé objetiva, dignidade da pessoa humana e função social do contrato, observando o dever de fundamentação (CF/88, art. 93, IX).

[Cidade], [data].

___________________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.