Modelo de Petição inicial de ação de indenização por danos materiais e morais contra banco por cobrança em duplicidade de fatura de cartão de crédito, com fundamentação no CDC e Código Civil

Publicado em: 23/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial proposta por consumidor contra banco privado visando a restituição em dobro do valor cobrado em duplicidade na fatura do cartão de crédito, além da reparação por danos morais, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e jurisprudências do STJ e Tribunais Estaduais. O documento apresenta qualificação das partes, exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, pedidos de citação, condenação, produção de provas e valor da causa.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [CIDADE/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 12345-678, [CIDADE/UF], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor

em face de BANCO XYZ S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-99, com sede na Avenida das Américas, nº 2000, Bairro Comercial, CEP 98765-432, [CIDADE/UF], endereço eletrônico [email protected].

3. DOS FATOS

O Autor é titular de cartão de crédito emitido pelo Réu, utilizado regularmente para suas despesas pessoais. Em [data], o Autor recebeu a fatura mensal de seu cartão de crédito, no valor de R$ 2.000,00, com vencimento em [data].

No intuito de manter sua regularidade financeira, o Autor efetuou o pagamento integral da referida fatura por meio de boleto bancário, conforme comprovante anexo. Contudo, para sua surpresa, no dia seguinte, o mesmo valor foi debitado novamente de sua conta corrente, a título de pagamento automático da mesma fatura, configurando cobrança em duplicidade.

O Autor imediatamente entrou em contato com a central de atendimento do Réu, solicitando o estorno do valor debitado em duplicidade. Apesar das promessas de resolução em 48 horas, o valor não foi restituído, gerando transtornos financeiros, inclusive a utilização do cheque especial, com a consequente incidência de juros e encargos.

A conduta do Réu, além de causar prejuízo material, ocasionou abalo moral ao Autor, que se viu privado de recursos essenciais, enfrentando angústia, insegurança e perda de tempo útil para solucionar o problema, sem qualquer justificativa plausível por parte da instituição financeira.

Diante da inércia do Réu em solucionar o erro, não restou alternativa ao Autor senão recorrer ao Poder Judiciário para ver reparados os danos sofridos.

4. DO DIREITO

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

O presente caso versa sobre relação de consumo, nos termos do CDC, arts. 2º e 3º, sendo o Autor consumidor e o Réu fornecedor de serviços bancários. A responsabilidade do fornecedor é objetiva, bastando a demonstração do dano e do nexo causal, nos termos do CDC, art. 14.

4.2. DA COBRANÇA INDEVIDA E REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Restou incontroverso que o Réu efetuou cobrança em duplicidade da fatura do cartão de crédito do Autor, apropriando-se indevidamente do valor pago em excesso. O CDC, art. 42, parágrafo único, dispõe que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável, o que não se verifica no caso concreto.

O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a repetição em dobro independe da demonstração de má-fé do fornecedor, bastando a cobrança indevida (STJ, EAREsp. 676.608/RS/STJ).

4.3. DO DANO MORAL

A conduta do Réu ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, pois privou o Autor de recursos financeiros, gerando angústia, insegurança e constrangimento, além de obrigá-lo a buscar solução administrativa e judicial para reaver o valor indevidamente retido. O dano moral, nesses casos, é presumido (in re ipsa), dispensando-se a prova do prejuízo concreto, conforme entendimento consolidado (STJ, Súmula 37).

A Constituição Federal assegura, em seu art. 5º, V e X, a inviolabilidade da honra, da imagem e da dignidade da pessoa humana, bem como o direito à indenização por dano material e moral decorrente de sua violação.

4.4. DA BOA-FÉ OBJETIVA E DO DEVER DE INDENIZAR

O Réu violou o dever de boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), ao não restituir prontamente o valor indevidamente debitado, agravando a situação do Autor. O Código Civil, arts. 186 e 927, impõe o dever de reparar o dano causado por ato ilícito.

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

Aplicam-se ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana, da proteção do consumidor, da boa-fé objetiva, da vedação ao enriquecimento sem causa e da razoabilidade e proporcionalidade na fixação do quantum indenizatório.

Em síntese, restam presentes todos os requisitos para a condenação do Réu à restituição em dobro do valor cobrado em duplicidade e ao pagamento de indenização por danos morais.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais ajuizada por A. J. dos S. em face de BANCO XYZ S.A., na qual o Autor alega ter sido vítima de cobrança em duplicidade referente à fatura de cartão de crédito, o que resultou em prejuízo financeiro e abalo moral. O Autor sustenta que, após pagamento integral da fatura via boleto bancário, o mesmo valor foi novamente debitado automaticamente de sua conta corrente. Apesar de reiteradas tentativas de solução administrativa, não houve devolução do valor por parte do Réu, gerando a necessidade de utilização do limite do cheque especial e consequente incidência de encargos. Postula-se a restituição em dobro do valor indevidamente cobrado e indenização por danos morais.

Fundamentação

1. Conhecimento do Pedido

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido, nos termos do art. 485 do CPC. A controvérsia versa sobre relação de consumo, aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor (arts. 2º e 3º).

2. Dos Fatos Comprovados

Restou incontroverso nos autos que houve a cobrança em duplicidade da fatura do cartão de crédito do Autor, não tendo o Banco Réu providenciado a imediata devolução do valor, mesmo após reclamação formal do consumidor.

3. Da Responsabilidade Objetiva do Fornecedor

O artigo 14 do CDC atribui responsabilidade objetiva ao fornecedor de serviços pelos danos causados ao consumidor, independentemente de culpa. No caso, o nexo causal entre a falha do serviço (cobrança em duplicidade) e o dano sofrido é evidente. Não restou demonstrada qualquer excludente de responsabilidade.

4. Da Repetição do Indébito

Nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC, o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito pelo valor em dobro, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo engano justificável, o que não se verifica na espécie. O entendimento está consolidado no Superior Tribunal de Justiça (EAREsp. Acórdão/STJ).

5. Do Dano Moral

A conduta do Réu ultrapassou o mero aborrecimento cotidiano, pois privou o Autor de recursos essenciais, obrigando-o a utilizar o cheque especial e submetendo-o a constrangimento e angústia. O dano moral, nesses casos, é presumido (in re ipsa), dispensando-se a prova do prejuízo concreto, conforme entendimento do STJ (Súmula 37).

A Constituição Federal, em seu art. 5º, V e X, assegura ao cidadão o direito à indenização em caso de violação da honra, imagem e dignidade da pessoa humana.

6. Da Fixação do Quantum Indenizatório

Para a fixação do valor da indenização por dano moral, observo os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como os parâmetros fixados em precedentes (por exemplo, TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; valor sugerido de R$ 5.000,00).

7. Da Boa-fé Objetiva e Vedação ao Enriquecimento sem Causa

Restou violado o princípio da boa-fé objetiva (art. 422 do CC), impondo-se o dever de indenizar (arts. 186 e 927 do CC). A devolução do valor em dobro decorre da vedação ao enriquecimento sem causa.

8. Jurisprudência Aplicada

As jurisprudências colacionadas aos autos reconhecem, em hipóteses análogas, o direito à restituição em dobro e à indenização por dano moral.

9. Observância ao Princípio da Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

A presente decisão encontra-se devidamente fundamentada, em estrita observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige que todas as decisões do Poder Judiciário sejam públicas e fundamentadas.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por A. J. dos S. contra BANCO XYZ S.A., para:

  1. Condenar o Réu à restituição em dobro do valor cobrado em duplicidade (R$ 2.000,00 x 2 = R$ 4.000,00), acrescido de correção monetária desde o desembolso e juros legais a partir da citação;
  2. Condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 5.000,00, corrigidos monetariamente a partir desta decisão e acrescidos de juros legais a partir do evento danoso;
  3. Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC;
  4. Oficiar-se para inclusão do nome do Réu em eventuais cadastros restritivos, caso haja descumprimento da presente decisão, se necessário;
  5. Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

Recurso

Nos termos do art. 41 da Lei 9.099/95, as partes poderão interpor recurso no prazo legal.

Conclusão

É como voto.

[CIDADE], [DATA].

Juiz(a) de Direito


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