Modelo de Petição inicial de ação anulatória de débito fiscal estadual contra o Estado, com pedido de tutela de urgência para suspensão da exigibilidade do crédito tributário e repetição de indébito baseado na ilegali...

Publicado em: 18/06/2025 Processo Civil
Petição inicial proposta por pessoa jurídica contra o Estado para anular débito fiscal estadual indevidamente lançado relativo a crédito de ICMS não utilizado, requerendo tutela de urgência para suspender a exigibilidade do débito, além da repetição de valores pagos indevidamente, fundamentada nos princípios da legalidade, segurança jurídica, boa-fé objetiva e não confisco, conforme artigos do CTN, Código Civil e CPC.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL ESTADUAL C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara da Fazenda Pública da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado de __.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº __.___.___/____-__, com sede na Rua ____, nº __, Bairro ____, CEP ____, Município de ____, Estado de ____, endereço eletrônico ____, neste ato representada por seu sócio administrador M. F. de S. L., brasileiro(a), estado civil ____, profissão ____, portador(a) do CPF nº ___.___.___-__, residente e domiciliado(a) na Rua ____, nº __, Bairro ____, CEP ____, Município de ____, Estado de ____, endereço eletrônico ____, por intermédio de seu advogado infra-assinado, com escritório profissional na Rua ____, nº __, Bairro ____, CEP ____, Município de ____, Estado de ____, endereço eletrônico ____, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL ESTADUAL C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face do ESTADO DE __, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº __.___.___/____-__, com sede na Praça ____, nº __, Bairro ____, CEP ____, Município de ____, Estado de ____, endereço eletrônico ____, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora é contribuinte regularmente inscrita no cadastro estadual de contribuintes do ICMS, exercendo suas atividades empresariais em estrita observância à legislação tributária vigente.

Em 2022, por equívoco da própria Administração Fazendária, foi lançado um crédito fiscal indevido a favor da autora, o qual, contudo, jamais foi utilizado para fins de compensação, dedução ou qualquer outra finalidade. Desde então, o saldo credor referente à apuração do ICMS permaneceu inalterado, sem qualquer movimentação ou aproveitamento por parte da autora.

Passados quatro anos do referido lançamento indevido, o Estado, de forma surpreendente e injustificada, lavrou auto de infração contra a autora, exigindo a restituição do suposto crédito fiscal, acrescido de multas e juros, sob o argumento de creditamento indevido de ICMS.

Ressalte-se que, durante todo o período, a autora manteve sua escrituração fiscal regular, não tendo sido identificada qualquer conduta dolosa, fraudulenta ou de má-fé. O saldo credor permaneceu constante, sem qualquer movimentação que pudesse ensejar a autuação ora combatida.

A cobrança ora impugnada, além de inexistente e indevida, representa flagrante violação aos princípios da legalidade, segurança jurídica, boa-fé objetiva e razoabilidade, impondo à autora ônus financeiro e reputacional injustificável.

Diante da iminência de inscrição do débito em dívida ativa, protesto extrajudicial e demais restrições, faz-se necessária a concessão de tutela de urgência para suspender a exigibilidade do crédito fiscal até o julgamento final da presente demanda.

Resumo: O Estado está exigindo da autora valor referente a crédito fiscal estadual que, embora lançado indevidamente em 2022, jamais foi utilizado, permanecendo inalterado o saldo credor. A cobrança, realizada quatro anos após o lançamento, é manifestamente indevida e carece de respaldo fático e jurídico.

4. DO DIREITO

4.1. DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITO FISCAL E DA ILEGALIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO

O crédito fiscal lançado indevidamente pela Administração não foi utilizado pela autora, não havendo qualquer compensação, dedução ou aproveitamento do referido valor. Assim, não há que se falar em enriquecimento ilícito ou em prejuízo ao erário estadual.

Nos termos do CTN, art. 142, o lançamento tributário deve observar a estrita legalidade, não podendo ser exigido tributo sem a ocorrência do fato gerador. No caso em tela, não houve fato gerador apto a ensejar a cobrança do ICMS, tampouco a utilização de crédito indevido.

O princípio da legalidade, insculpido na CF/88, art. 150, I, veda a exigência ou aumento de tributo sem lei que o estabeleça. Ademais, o princípio da segurança jurídica e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõem à Administração o dever de atuar com lealdade e previsibilidade, não podendo surpreender o contribuinte com exigências descabidas e retroativas.

4.2. DA IMPOSSIBILIDADE DE COBRANÇA DE CRÉDITO FISCAL NÃO UTILIZADO

A mera existência de saldo credor, sem sua efetiva utilização, não configura hipótese de incidência tributária ou de infração à legislação fiscal. O entendimento pacífico das Cortes Superiores é no sentido de que apenas o aproveitamento indevido de crédito enseja a atuação fiscal, o que não ocorreu no presente caso.

A cobrança de crédito fiscal não utilizado viola o princípio do não confisco (CF/88, art. 150, IV) e da razoabilidade, impondo ao contribuinte penalidade sem fundamento legal ou fático.

4.3. DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

Caso, porventura, tenha havido qualquer pagamento indevido em decorrência da cobrança ora impugnada, faz jus a autora à restituição do valor, acrescido de correção monetária e juros, nos termos do CTN, art. 165 e CCB/2002, art. 876.

4.4. DA TUTELA DE URGÊNCIA

A concessão da tutela de urgência encontra amparo no CPC/2015, art. 300, que exige a demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, a probabilidade do direito decorre da inexistência de utilização do crédito fiscal e da flagrante ilegalidade da cobrança. O perigo de dano se evidencia diante da iminente inscrição do débito em dívida ativa, protesto e demais restrições que podem comprometer a regularidade das atividades da autora.

Ademais, o CTN, art. 151, V prevê a suspensão da exigibilidade do crédito tributário mediante concessão de medida liminar em ação judicial.

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao presente caso os princípios da legalidade (CF/88, art. 150, I), segurança jurídica, boa-fé objetiva "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Anulatória de Débito Fiscal Estadual c/c Repetição de Indébito e Pedido de Tutela de Urgência ajuizada por A. J. dos S. em face do Estado de ___, objetivando a anulação de débito fiscal lançado a título de ICMS, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário e, ao final, a restituição de valores eventualmente pagos.

Alega a parte autora que, em 2022, houve o lançamento indevido de crédito fiscal em seu favor, porém jamais utilizado para fins de compensação, dedução ou qualquer outra finalidade. Passados quatro anos, o Estado lavrou auto de infração exigindo a restituição do suposto crédito, acrescido de multas e juros, sob a alegação de creditamento indevido de ICMS.

Aduz, ainda, inexistirem conduta dolosa, fraudulenta ou de má-fé, permanecendo o saldo credor inalterado e sem movimentação, de modo que a cobrança, além de indevida, viola os princípios constitucionais da legalidade, segurança jurídica, boa-fé objetiva e razoabilidade.

Requer a concessão de tutela de urgência para suspender a exigibilidade do crédito fiscal, a anulação do débito e a repetição de indébito.

II. Fundamentação

II.1. Do Conhecimento da Demanda

Estão presentes os pressupostos processuais e condições da ação, razão pela qual conheço da presente demanda.

II.2. Dos Fatos e do Direito

Conforme documentos acostados, o crédito fiscal foi lançado indevidamente pela Administração Fazendária e, conforme demonstrado, não foi utilizado pela autora para qualquer finalidade. O saldo credor permaneceu inalterado, não havendo qualquer compensação, dedução ou aproveitamento.

Nos termos do art. 142 do CTN, o lançamento tributário deve observar a estrita legalidade, sendo vedada a exigência de tributo sem a ocorrência do fato gerador. No caso, não restou comprovado o fato gerador apto para a cobrança do ICMS ou a utilização indevida do crédito fiscal.

O art. 150, I da CF/88 consagra o princípio da legalidade tributária, vedando a exigência de tributo sem lei que o estabeleça. Ademais, os princípios da segurança jurídica e da boa-fé objetiva (art. 422 do Código Civil) impõem à Administração Pública o dever de atuar com lealdade e previsibilidade, não sendo admissível surpreender o contribuinte com exigências descabidas e desprovidas de fundamento fático ou jurídico.

O entendimento consolidado nos tribunais superiores é no sentido de que apenas a efetiva utilização indevida de crédito enseja a atuação fiscal. A mera existência de saldo credor, sem aproveitamento, não configura hipótese de incidência tributária ou infração fiscal, conforme precedentes transcritos e jurisprudência citada, notadamente:

  • “A mera transferência entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, por si só, não caracteriza hipótese de incidência do ICMS, pois não se vislumbra a circulação jurídica do bem.” (TJRJ, AI Acórdão/TJRJ)
  • “Concessão da tutela de urgência requerida para suspender a exigibilidade do crédito tributário imposto à autora, nos termos do art. 151, V, CTN.” (TJRJ, AI Acórdão/TJRJ)

No tocante à tutela de urgência, verifica-se a presença dos requisitos do art. 300 do CPC/2015, haja vista a probabilidade do direito diante da demonstração da ilegalidade da cobrança e o perigo de dano ante a iminente inscrição do débito em dívida ativa e adoção de medidas restritivas.

Por fim, quanto ao pedido de repetição de indébito, caso tenha havido pagamento indevido, a autora faz jus à restituição, nos termos do art. 165 do CTN e art. 876 do Código Civil.

II.3. Fundamentação Constitucional e Legal (CF/88, art. 93, IX)

O presente voto está devidamente fundamentado, em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige que todos os julgamentos do Poder Judiciário sejam públicos e fundamentados, sob pena de nulidade.

Diante do exposto, entendo que a cobrança impugnada carece de respaldo fático e jurídico, violando princípios constitucionais e legais, devendo ser afastada.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para:

  1. Anular integralmente o débito fiscal estadual lançado indevidamente em face da autora, reconhecendo a inexistência de crédito tributário exigível;
  2. Declarar a suspensão da exigibilidade do referido crédito fiscal e determinar a abstenção de inscrição em dívida ativa, protesto ou inclusão em cadastros restritivos, tornando definitiva a tutela de urgência concedida;
  3. Condenar o Estado à repetição de indébito, restituindo à autora, se houver, os valores eventualmente pagos, acrescidos de correção monetária e juros legais, nos termos do art. 165 do CTN e art. 876 do Código Civil;
  4. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as cautelas de praxe.

______, __ de ________ de 2025.

_______________________________________
Juiz(a) de Direito


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