Modelo de Impugnação à contestação em ação redibitória por vícios ocultos em veículo Hyundai HB20, com pedido de restituição de R$ 15.000,00 e substituição, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor e CPC

Publicado em: 24/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de impugnação à contestação em ação de vício redibitório contra empresa locadora de veículos, onde a autora requer afastamento das preliminares, reconhecimento da responsabilidade objetiva da ré, restituição do valor depreciado e substituição do veículo, com base no CDC, CPC e princípios da boa-fé e informação adequada. Inclui análise jurídica, fundamentação legal e jurisprudencial, e pedidos de produção de provas e honorários.
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IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
Processo nº 0021137-04.2025.8.16.0014

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Curitiba – Estado do Paraná

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Autora: V. B. de L., brasileira, solteira, empresária, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº X.XXX.XXX-X, residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, Curitiba/PR, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected].

Ré: Movida Locação de Veículos S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Avenida X, nº Y, Bairro Z, Curitiba/PR, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected].

Processo nº: 0021137-04.2025.8.16.0014

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO APRESENTADA

A Movida Locação de Veículos S.A. apresentou contestação alegando, em síntese, a inépcia da petição inicial, sob o argumento de que a autora não teria apresentado documentos suficientes para comprovar a existência de vício redibitório no veículo Hyundai HB20 Sense 1.0 adquirido em 20 de agosto de 2024. Sustenta que a vistoria cautelar realizada pela empresa Super Visão não apontou problemas estruturais, sinistro, leilão, furto ou roubo, e que os reparos identificados não afetariam a carroceria do veículo. A ré também argumenta que a autora não comprovou a desvalorização alegada, tampouco apresentou laudo técnico ou avaliação de mercado, além de defender a decadência do direito de reclamar dos vícios, nos termos do CDC, art. 26.

4. DOS FATOS

A autora, V. B. de L., adquiriu da ré, em 20 de agosto de 2024, um veículo Hyundai HB20 Sense 1.0, proveniente da frota de locadora. No momento da aquisição, foi informado que o veículo possuía apenas substituição do para-brisa, conforme laudo de vistoria apresentado pela própria requerida. Contudo, ao tentar revender o automóvel, a autora foi surpreendida com a constatação de que diversas partes do veículo haviam sido repintadas ou substituídas, fato que não foi informado no ato da compra e que resultou em significativa desvalorização do bem, estimada em R$ 15.000,00.

A autora buscou solução extrajudicial junto à ré, sem obter êxito. Diante da omissão da requerida e do prejuízo financeiro sofrido, ingressou com a presente ação redibitória, cumulada com pedido de indenização por danos materiais, pleiteando a restituição do valor depreciado ou a substituição do veículo, além de custas processuais e honorários advocatícios.

A ré, em sua contestação, limita-se a alegar ausência de provas e decadência do direito, sem, contudo, impugnar de forma específica os fatos narrados pela autora, tampouco apresentar elementos que afastem a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 12.

Resumo: A narrativa dos fatos evidencia que a autora adquiriu veículo com vícios ocultos não informados, sofreu prejuízo financeiro e buscou, sem sucesso, solução administrativa, restando-lhe apenas a via judicial.

5. DO DIREITO

5.1. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR

O Código de Defesa do Consumidor estabelece, em seu art. 12, a responsabilidade objetiva do fornecedor por vícios de qualidade que tornem o produto impróprio ou inadequado ao consumo, ou que lhe diminuam o valor. No caso em tela, restou demonstrado que o veículo adquirido apresentava avarias e reparos não informados, reduzindo seu valor de mercado e caracterizando vício redibitório.

O CDC, art. 18, §1º, prevê que, não sendo sanado o vício no prazo legal, pode o consumidor exigir, alternativamente, a substituição do produto, a restituição imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço.

5.2. DO ÔNUS DA PROVA

Nos termos do CPC/2015, art. 373, I, incumbe à autora provar os fatos constitutivos de seu direito. A autora apresentou laudo de vistoria e documentos que evidenciam a existência de reparos não informados e a consequente desvalorização do veículo. A ré, por sua vez, não se desincumbiu do ônus de provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, limitando-se a impugnações genéricas.

Ademais, conforme entendimento consolidado, a ausência de impugnação específica dos fatos narrados na inicial implica sua presunção de veracidade (CPC/2015, art. 341).

5.3. DA DECADÊNCIA E PRAZO PARA RECLAMAÇÃO

O prazo para reclamar de vícios ocultos em bens duráveis é de 90 dias, conforme CDC, art. 26, §3º. No caso, o vício somente foi constatado posteriormente à aquis"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação redibitória, cumulada com pedido de indenização por danos materiais, proposta por V. B. de L. em face de Movida Locação de Veículos S.A., em razão da aquisição de veículo Hyundai HB20 Sense 1.0, proveniente de frota de locadora, que apresentava vícios ocultos não informados no momento da compra, ocasionando significativa desvalorização do bem.

A ré apresentou contestação alegando, em síntese, inépcia da petição inicial, ausência de comprovação do vício e da desvalorização, bem como decadência do direito de reclamar, nos termos do CDC, art. 26.

A autora, por sua vez, impugnou os argumentos da defesa, reiterando a existência de vícios não informados e o prejuízo financeiro sofrido.

Fundamentação

1. Da Preliminar de Inépcia e Decadência

Rejeito as preliminares arguidas pela ré. A petição inicial preenche todos os requisitos do art. 319 do CPC e apresenta exposição clara dos fatos e fundamentos jurídicos. Quanto à decadência, observo que a reclamação foi realizada dentro do prazo legal de 90 dias, conforme art. 26, §3º, do CDC, a partir do efetivo conhecimento do vício, quando a autora tentou revender o veículo.

2. Dos Fatos e do Direito

Restou incontroverso que o veículo adquirido pela autora apresentava reparos, repinturas e substituições não informadas no momento da venda, reduzindo seu valor de mercado. A ré, embora alegue ausência de provas, não impugnou especificamente os fatos narrados e limitou-se a argumentação genérica, não trazendo laudo técnico ou elementos capazes de afastar a responsabilidade.

O art. 12 do Código de Defesa do Consumidor prevê a responsabilidade objetiva do fornecedor por vícios de qualidade que tornem o produto impróprio ou lhe diminuam o valor. O art. 18 do CDC, por sua vez, garante ao consumidor, não sendo sanado o vício, o direito à restituição do valor pago, à substituição do produto ou ao abatimento proporcional do preço.

Ademais, de acordo com o art. 373, I, do CPC, compete à autora provar os fatos constitutivos de seu direito. No caso, foram juntados laudo de vistoria e documentos que evidenciam a existência dos vícios e a desvalorização do veículo. A ausência de impugnação específica aos fatos (art. 341 do CPC) implica em sua presunção de veracidade.

O princípio da boa-fé objetiva (art. 422 do CC) e o direito à informação (art. 6º, III, do CDC) impõem ao fornecedor o dever de informar adequadamente todas as condições do produto. A omissão, neste caso, configura violação desses princípios e enseja a responsabilização da ré.

A jurisprudência consolidada nos tribunais pátrios corrobora o entendimento de que, comprovado o vício oculto e a consequente desvalorização do bem, é devida a restituição do valor correspondente ao prejuízo sofrido pelo consumidor.

3. Da Procedência do Pedido

Diante do exposto, reconheço que a autora faz jus à restituição da quantia de R$ 15.000,00, correspondente à desvalorização do veículo, nos termos do art. 18 do CDC e art. 186 do CC.

Não havendo impugnação específica apta a afastar o direito da autora, e estando atendidos os requisitos legais, é de rigor a procedência do pedido principal.

Dispositivo

Ante o exposto, com fulcro no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Condenar a ré Movida Locação de Veículos S.A. a pagar à autora V. B. de L. o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), a título de indenização pela desvalorização sofrida em razão dos vícios ocultos não informados do veículo;
  2. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85 do CPC;
  3. Rejeitar as preliminares de inépcia e decadência;
  4. Julgar prejudicados os demais pedidos, diante da procedência do pedido principal.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Curitiba, ___ de ____________ de 2025.

Juiz de Direito


Nota: Este voto simulado foi elaborado com base nos fatos e fundamentos jurídicos do processo nº 0021137-04.2025.8.16.0014, respeitando-se a exigência constitucional de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX).


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