Modelo de Defesa prévia administrativa para exclusão de responsabilidade por infração de trânsito após venda e transferência documental do veículo entre antigo proprietário J. I. e comprador D. G. de M., com base no CTB e...

Publicado em: 20/06/2025 AdministrativoConsumidor Trânsito
Modelo de defesa prévia administrativa para autuação de trânsito, visando afastar a responsabilidade do antigo proprietário que vendeu o veículo antes da infração, comprovando a alienação e transferência documental para o real infrator, com fundamentação no Código de Trânsito Brasileiro, princípios constitucionais e jurisprudência atualizada. Inclui pedidos de reconhecimento da ilegitimidade passiva, transferência da penalidade ao comprador e anulação da multa.
← deslize para o lado para ver mais opções

DEFESA PRÉVIA ADMINISTRATIVA DE AUTUAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO

1. ENDEREÇAMENTO

À JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÕES – JARI
Do Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos – STRANS
Município de Patos, Estado da Paraíba

2. QUALIFICAÇÃO DO INTERESSADO

Interessado: J. I.
Estado civil: [informar]
Profissão: [informar]
CPF: [informar]
Endereço eletrônico: [informar]
Domicílio e residência: [informar endereço completo]
Veículo: Fiat Uno, cor azul turquesa, 4 portas, ano 2006, RENAVAM 0087502608-7
Auto de Infração: AIT EPTA096314

3. DOS FATOS

O interessado, J. I., foi surpreendido com a notificação de autuação de infração de trânsito referente ao veículo Fiat Uno, azul turquesa, 4 portas, ano 2006, RENAVAM 0087502608-7, sob o Auto de Infração de Trânsito n.º EPTA096314.

Contudo, não mais detém a propriedade do referido veículo desde 14 de abril do ano corrente, data em que foi formalizada a venda ao Sr. D. G. de M., conforme se comprova pelo ATPV (Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo) devidamente assinado e com firma reconhecida em cartório, bem como pelo contrato particular de compra e venda (documentos anexos).

Ressalte-se que o adquirente, D. G. de M., procedeu à transferência da propriedade junto ao órgão de trânsito dentro do prazo legal, passando a ser o legítimo responsável pelo veículo e, consequentemente, por quaisquer infrações cometidas a partir da data da alienação.

Ocorre que, mesmo após a efetivação da transferência, a autuação foi direcionada ao antigo proprietário, ora interessado, que não mais detinha a posse ou responsabilidade sobre o veículo no momento da infração.

Por tais razões, busca-se, nesta defesa prévia, o reconhecimento da ilegitimidade do interessado para responder pela infração, bem como a indicação do real proprietário e infrator, para fins de transferência da responsabilidade pela penalidade e pontuação na CNH.

Resumo: O interessado não era mais proprietário do veículo na data da infração, tendo ocorrido a alienação regular e a transferência perante o órgão competente, o que afasta sua responsabilidade pelo fato gerador da autuação.

4. DO DIREITO

4.1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA E DA TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADE

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece, em seu art. 134, que a responsabilidade pelas infrações cometidas após a alienação do veículo recai sobre o novo proprietário, desde que comprovada a transferência da posse e da propriedade:

CTB, art. 134: "No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado, dentro de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ser solidariamente responsável pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data da comunicação."

No caso em tela, restou comprovada a alienação do veículo em 14 de abril do ano corrente, com a devida formalização documental e reconhecimento de firma, bem como a efetivação da transferência junto ao órgão competente dentro do prazo legal, afastando-se, assim, qualquer responsabilidade solidária do antigo proprietário.

4.2. DA POSSIBILIDADE DE INDICAÇÃO DO REAL INFRATOR

O art. 257, §7º, do CTB prevê que, não sendo possível identificar o condutor responsável pela infração no prazo administrativo, a responsabilidade recairá sobre o proprietário. Contudo, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e dos tribunais estaduais tem admitido, mesmo após o prazo administrativo, a possibilidade de comprovação, por meio de prova documental robusta, de que o real infrator era terceiro, afastando a responsabilidade do proprietário alienante (STJ, REsp. 1.774.306/RS/STJ).

Ademais, a CF/88, art. 5º, XXXV, assegura o direito de acesso à Justiça e à ampla defesa, não podendo o interessado ser penalizado por infração que não cometeu, especialmente quando há prova inequívoca da transferência do veículo e da identidade do real infrator.

4.3. DOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO

O princípio da legalidade (CF/88, art. 37, caput) impõe à Administração Pública o dever de agir estritamente conforme a lei, não podendo imputar penalidade a quem não deu causa ao fato gerador da infração.

Igualmente, os princípios do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV) garantem ao administrado o direito de demonstrar, em procedimento regular, a inexistência de responsabil"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de recurso administrativo interposto por J. I., antigo proprietário do veículo Fiat Uno, azul turquesa, 4 portas, ano 2006, RENAVAM 0087502608-7, em face de autuação de infração de trânsito registrada sob o Auto de Infração n.º EPTA096314.

O recorrente sustenta que, à época da infração, já havia alienado o referido veículo ao Sr. D. G. de M., com a devida formalização documental e reconhecimento de firma, bem como efetivação da transferência junto ao órgão de trânsito competente. Apresenta como prova cópia autenticada do ATPV, contrato particular de compra e venda, comprovante de residência e CNH dos envolvidos.

Requer, em síntese, o reconhecimento de sua ilegitimidade para responder pela infração, a transferência da responsabilidade ao real infrator e a anulação da autuação e das penalidades eventualmente impostas.

2. Fundamentação

2.1. Da fundamentação constitucional e legal

O art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, impõe o dever de fundamentação das decisões judiciais e administrativas, requisito que ora se observa.

O art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro prevê expressamente que, após a comunicação da transferência da propriedade do veículo ao órgão executivo competente, a responsabilidade por infrações cometidas recai sobre o novo proprietário, afastando o antigo da responsabilidade solidária caso haja comprovação documental da alienação e da transferência regular.

O art. 5º, XXXV, da CF/88, garante o direito de acesso à justiça e à ampla defesa, e o art. 5º, LV, prevê o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo, assegurando ao administrado a possibilidade de demonstrar a ausência de responsabilidade pelos fatos imputados.

2.2. Dos fatos comprovados

Restou documentalmente comprovado que o recorrente, J. I., alienou o veículo em 14 de abril do ano corrente ao Sr. D. G. de M., conforme ATPV com firma reconhecida e contrato particular de compra e venda, além de outros documentos juntados.

A transferência da propriedade foi realizada perante o órgão competente dentro do prazo legal, sendo possível identificar o real proprietário e, por conseguinte, o responsável pelas infrações que eventualmente venham a ocorrer após a alienação.

2.3. Da jurisprudência aplicável

A jurisprudência dos tribunais pátrios, citada pelo recorrente, é uníssona no sentido de que, uma vez comprovada a transferência regular do veículo, não subsiste responsabilidade do antigo proprietário por infrações cometidas posteriormente. Cite-se, por exemplo, o seguinte julgado:

\"Pretensão à exclusão dos pontos oriundos de infrações cometidas por terceiro após a venda do veículo. Possibilidade. Comprovação satisfatória da alienação do bem. Se o recorrido não infringiu as regras de trânsito, não pode ter computado em seu prontuário pontos apenas em razão de não ter cumprido obrigação administrativa de comunicação da venda...\" (TJSP, 8ª Turma Recursal de Fazenda Pública, Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP).

No mesmo sentido, outros precedentes (TJRJ, TJSP) reconhecem a necessidade de exclusão da responsabilidade do alienante quando comprovada a efetiva transferência.

2.4. Da fundamentação hermenêutica

A interpretação sistemática e teleológica dos dispositivos legais e constitucionais supracitados conduz ao entendimento de que a responsabilidade por infração de trânsito deve recair sobre quem efetivamente deu causa ao fato gerador, não se podendo penalizar o antigo proprietário quando há prova inequívoca da alienação e da transferência do veículo.

Ademais, o princípio da razoabilidade e da segurança jurídica impõem que a Administração Pública atue de acordo com os fatos efetivamente demonstrados nos autos, em respeito ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

3. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro, e demais dispositivos aplicáveis, CONHEÇO do recurso, pois presentes os pressupostos de admissibilidade, e, no mérito, JULGO PROCEDENTE o pedido do interessado J. I., para:

  • Reconhecer sua ilegitimidade para responder pela infração constante do Auto de Infração EPTA096314, em razão da alienação regular do veículo antes da data da infração;
  • Determinar a transferência da responsabilidade pela penalidade e pontuação ao real proprietário e infrator, D. G. de M.;
  • Anular a autuação e eventuais penalidades impostas ao interessado em razão do referido auto de infração;
  • Determinar a intimação do real proprietário para que responda pela infração, conforme documentação anexa;
  • Determinar a juntada e análise dos documentos anexados como prova da alienação e transferência do veículo.

Sem custas. Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.

4. Conclusão

É como voto.

Patos/PB, [data atual].

_______________________________________
Magistrado(a)


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.