Modelo de Defesa Preliminar em Processo Criminal por Tráfico e Associação para o Tráfico de Drogas com Pedido de Nulidade de Provas e Absolvição

Publicado em: 23/09/2024 Direito Penal Processo Penal
Defesa preliminar apresentada por A. J. dos S. e M. F. de S. L., em processo criminal que lhes imputa os crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, previstos nos arts. 33 e 35 da Lei 11.343/06. A peça argumenta a nulidade da busca e apreensão realizada de forma irregular, a ausência de provas suficientes para condenação e a fragilidade das evidências devido à má condução dos agentes responsáveis pela diligência. Requer a nulidade das provas, absolvição dos réus ou desclassificação da conduta, bem como o direito de recorrer em liberdade.
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DEFESA PRELIMINAR

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___

Processo nº: [inserir número do processo]

RÉUS: A. J. dos S. e M. F. de S. L.

A. J. dos S. e M. F. de S. L., já qualificados nos autos, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar DEFESA PRELIMINAR, com fulcro no art. 396-A do CPP, em face da denúncia que lhes imputa a prática dos crimes previstos nos arts. 33, caput, e 35, caput, da Lei 11.343/06, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

PREÂMBULO

A presente defesa visa demonstrar a ausência de provas suficientes para a condenação dos réus, bem como apontar as irregularidades ocorridas durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, que violaram direitos constitucionais e processuais, comprometendo a validade das provas obtidas.

DOS FATOS

Os réus foram presos em flagrante sob a acusação de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Segundo a denúncia, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, policiais civis e um Guarda Municipal Comunitário (GMC) teriam encontrado entorpecentes em uma bolsa localizada na lavanderia da residência dos réus.

Contudo, a busca foi realizada de maneira irregular, sem a presença de testemunhas idôneas ou dos pais do réu, que estavam na residência no momento da diligência. Além disso, os réus foram conduzidos para a cozinha, enquanto os agentes alegaram ter encontrado a droga em outro cômodo, sem vistoriar o restante da casa. Ressalte-se que a bolsa onde supostamente estavam os entorpecentes não pertencia aos réus.

Ademais, um dos investigadores responsáveis pela diligência foi posteriormente preso por envolvimento em atos ilícitos, o que compromete a credibilidade das provas produzidas.

DO DIREITO

1. DA ILICITUDE DAS PROVAS OBTIDAS

A busca e apreensão foi realizada em desacordo com os preceitos legais e constitucionais. O art. 5º, XI, da CF/88, assegura a inviolabilidade do domicílio, permitindo a entrada em residência apenas mediante ordem judicial, salvo em casos de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro. No caso em tela, embora houvesse mandado de busca, a diligência foi conduzida de forma irregular, sem a presença de testemunhas idôneas ou dos pais do réu, violando o CPP, art. 245, §7º.

Além disso, a ausência de vistoria em outros cômodos da casa e a alegação de que a droga foi encontrada em uma bolsa que não pertence aos réus reforçam a fragilidade das provas. A conduta dos agentes compromete a cadeia de custódia, prevista no CPP, art. 158-A, e torna as provas obtidas inadm"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I - RELATÓRIO

Trata-se de ação penal em que os réus, A. J. dos S. e M. F. de S. L., foram acusados da prática dos crimes previstos nos artigos 33, caput, e 35, caput, da Lei 11.343/06. A denúncia baseia-se em operações realizadas sob mandado de busca e apreensão, resultando na prisão em flagrante dos réus por suposto tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A defesa apresentou preliminarmente a tese de nulidade das provas obtidas, apontando irregularidades no cumprimento do mandado de busca e apreensão, além da ausência de elementos suficientes para a condenação.

Passo à análise.

II - FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Ilicitude das Provas Obtidas

Inicialmente, destaca-se que o artigo 5º, XI, da Constituição Federal de 1988 (CF/88) assegura a inviolabilidade do domicílio, ressalvando sua violação apenas nos casos de flagrante delito, desastre, prestação de socorro ou mediante ordem judicial. Embora o cumprimento do mandado de busca e apreensão tenha ocorrido com autorização judicial, verifica-se que a diligência foi conduzida de maneira irregular, sem a presença de testemunhas idôneas ou dos responsáveis legais presentes no local, em afronta ao artigo 245, §7º, do Código de Processo Penal (CPP).

A ausência de regularidade no procedimento compromete a cadeia de custódia das provas, conforme disposto nos artigos 158-A e 157 do CPP, tornando inadmissíveis as provas obtidas. Soma-se a isso a constatação de que um dos agentes responsáveis pela operação foi posteriormente preso por envolvimento em práticas ilícitas, fato que compromete a credibilidade do conjunto probatório.

2. Da Insuficiência de Provas

Quanto ao mérito, observa-se que não há elementos suficientes para demonstrar que os réus se dedicavam à prática de tráfico de drogas. A droga foi encontrada em uma bolsa cuja propriedade não foi confirmada como sendo dos réus, e a diligência não promoveu a vistoria completa do imóvel, limitando-se à apreensão de supostos entorpecentes em um único cômodo.

O princípio da presunção de inocência, consagrado no artigo 5º, LVII, da CF/88, exige que a condenação seja fundamentada em provas robustas e inequívocas, o que não se verifica no caso em tela. A jurisprudência dos tribunais superiores é clara em exigir que depoimentos de agentes policiais sejam corroborados por outros elementos de prova, o que não ocorreu nos autos.

3. Da Credibilidade Comprometida dos Agentes

Ressalto que a participação de agentes posteriormente envolvidos em atos ilícitos afeta diretamente a credibilidade das provas e dos relatos apresentados. A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dos Tribunais de Justiça estaduais estabelece a necessidade de prudência e rigor na análise de provas obtidas em condições controvertidas.

4. Da Análise Constitucional e Legal

O artigo 93, IX, da CF/88 determina que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade. No presente caso, a ausência de provas suficientes e a violação de garantias constitucionais e legais conduzem à conclusão de que a condenação dos réus seria incompatível com os princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório.

III - DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fulcro no artigo 157 do Código de Processo Penal, reconheço a nulidade das provas obtidas em decorrência da busca e apreensão irregular e, com base no artigo 386, VII, do mesmo diploma legal, julgo improcedente a denúncia, absolvendo os réus A. J. dos S. e M. F. de S. L. pela ausência de provas suficientes para a condenação.

Declaro prejudicado o exame das demais teses defensivas e determino o imediato arquivamento do processo, com a liberação dos réus, caso estejam presos, e a restituição de seus bens eventualmente apreendidos.

É como voto.

IV - CONCLUSÃO

Diante da análise hermenêutica entre os fatos e os fundamentos constitucionais e legais, concluo pela procedência das teses defensivas apresentadas, absolvendo os réus, em respeito aos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 e ao ordenamento jurídico vigente.


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