Modelo de Contrarrazões ao Recurso Ordinário na Reclamação Trabalhista de O. F. dos S. contra Construtora ETAM Ltda., contestando estabilidade provisória acidentária e responsabilidade civil do empregador com base na CLT e L...

Publicado em: 04/06/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Documento apresenta as contrarrazões da Construtora ETAM Ltda. ao recurso ordinário interposto por O. F. dos S., que pleiteia reintegração, estabilidade provisória acidentária e indenização por acidente de trabalho. A defesa sustenta a regularidade da dispensa, ausência de nexo causal e culpa, e requer o não provimento do recurso com base na legislação trabalhista e jurisprudência do TST.
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CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região – Amazonas e Roraima.

2. PREÂMBULO

Processo nº: 0000454-XX.2024.5.11.0012
Recorrente: O. F. dos S.
Recorrida: Construtora ETAM Ltda.
Vara de Origem: 12ª Vara do Trabalho de Manaus

Construtora ETAM Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-99, com sede na Rua Exemplo, nº 1000, Bairro Centro, Manaus/AM, CEP 69000-000, endereço eletrônico [email protected], por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO interposto por O. F. dos S., brasileiro, solteiro, mecânico, portador do CPF nº 123.456.789-00, residente na Rua Modelo, nº 200, Bairro Industrial, Manaus/AM, CEP 69000-001, endereço eletrônico [email protected], pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O. F. dos S. foi empregado da Construtora ETAM Ltda. no período de 2012 a 2024, exercendo a função de mecânico de máquinas pesadas. Durante o pacto laboral, em 2023, sofreu acidente de trabalho que resultou em cegueira total do olho direito, sendo afastado pelo INSS e recebendo auxílio-doença acidentário (B-91). Após alta médica e retorno ao trabalho, foi dispensado sem justa causa.

O reclamante ajuizou reclamação trabalhista pleiteando, entre outros pedidos, a reintegração ao emprego, estabilidade provisória e indenizações por danos materiais e morais, alegando que a dispensa teria ocorrido em período de garantia de emprego, além de requerer justiça gratuita. A sentença da 12ª Vara do Trabalho de Manaus julgou improcedentes os pedidos principais, reconhecendo a regularidade da dispensa e a ausência de nexo causal suficiente para responsabilizar a empregadora.

Inconformado, O. F. dos S. interpôs Recurso Ordinário, alegando equívoco na sentença, sustentando o preenchimento dos requisitos para estabilidade acidentária e a existência de responsabilidade civil da empregadora, postulando a reforma da decisão para restabelecimento de seus direitos.

4. DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

As presentes contrarrazões são tempestivas, considerando a intimação regular da parte recorrida e a apresentação dentro do prazo legal (CLT, art. 895; CPC/2015, art. 1.003, §5º). A parte recorrente encontra-se devidamente representada por advogado habilitado, conforme instrumento de mandato nos autos, e a matéria recursal versa sobre questões de fato e de direito apreciáveis em sede de Recurso Ordinário, nos termos da CLT, art. 895, I.

Ressalte-se que não há óbice ao conhecimento do recurso, pois foram observados os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade, inclusive a concessão da justiça gratuita ao recorrente, em conformidade com o CPC/2015, art. 99, §3º, e CLT, art. 790, §3º.

Portanto, preenchidos os requisitos legais, requer-se o conhecimento das presentes contrarrazões.

5. DO DIREITO

5.1. DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA ACIDENTÁRIA

O recorrente sustenta que teria direito à estabilidade provisória prevista na Lei 8.213/1991, art. 118, em razão do acidente de trabalho que resultou em cegueira total do olho direito. Todavia, a sentença de origem corretamente reconheceu a inexistência de direito à reintegração, pois a dispensa ocorreu após o término do período estabilitário, não havendo prova de que o auxílio-doença acidentário perdurou até a data da dispensa, tampouco de que a dispensa tenha sido discriminatória.

A jurisprudência do TST é firme no sentido de que a estabilidade acidentária exige a concessão do benefício acidentário e a dispensa sem justa causa durante o período de garantia, sendo imprescindível a comprovação do nexo causal e da incapacidade laborativa (Lei 8.213/1991, art. 118; Súmula 378/TST). No caso, o benefício cessou antes da dispensa, e não há nos autos elementos que demonstrem a continuidade da incapacidade ou a existência de dispensa discriminatória.

5.2. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR

O recorrente pleiteia indenização por danos materiais e morais, alegando que a cegueira decorreu de acidente de trabalho e que a empregadora teria agido com culpa. Contudo, a sentença analisou detidamente a prova pericial e documental, concluindo que não restou comprovada a culpa da empregadora, tampouco a existência de nexo causal direto entre o acidente e eventual conduta omissiva ou comissiva da empresa.

Nos termos do CCB/2002, art. 927, a responsabilidade civil do empregador depende da demonstração do dano, do nexo causal e da culpa ou dolo. A prova dos autos não aponta para conduta negligente da empresa, que fornecia equipamentos de proteção e promovia treinamentos regulares, conforme laudo pericial e documentos anexados.

Ademais, a jurisprudência do TST é pacífica ao exigir a demonstração da culpa para a responsabilização subjetiva do empregador em casos de doença ou acidente do trabalho, salvo hipóteses excepcionais de responsabilidade objetiva, não configuradas no presente caso (CF/88, art. 7º, XXVIII).

5.3. DA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS DE REINTEGRAÇÃO E INDENIZAÇÃO

A sentença de origem deve ser mantida, pois corretamente afastou o direito à reintegração e à indenização, diante da ausência de elementos que comprovem a subsistência da estabilidade acidentária ou a responsabilidade civil da empregadora. Ressalte-se que a concessão da justiça gratuita ao recorrente não afasta a necessidade de comprovação dos requisitos legais para o deferimento dos pedidos principa"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Recurso Ordinário interposto por O. F. dos S. em face de sentença proferida pela 12ª Vara do Trabalho de Manaus, nos autos da Reclamação Trabalhista nº 0000454-XX.2024.5.11.0012, ajuizada em desfavor de Construtora ETAM Ltda.

O autor, empregado da reclamada no período de 2012 a 2024, desempenhando a função de mecânico de máquinas pesadas, alega ter sofrido acidente de trabalho em 2023, resultando em cegueira total do olho direito, o que ensejou afastamento previdenciário (auxílio-doença acidentário B-91). Após retorno ao trabalho e posterior dispensa sem justa causa, pleiteou, em juízo, reintegração ao emprego, estabilidade provisória e indenizações por danos materiais e morais, além do benefício da justiça gratuita.

A sentença de origem julgou improcedentes os pedidos principais, reconhecendo a regularidade da dispensa e a ausência de nexo causal suficiente para a responsabilização da empregadora. Inconformado, o autor interpôs Recurso Ordinário, aduzindo o preenchimento dos requisitos para estabilidade acidentária e responsabilidade civil da empresa, postulando a reforma da decisão.

As contrarrazões foram apresentadas tempestivamente, requerendo o não provimento do recurso e a manutenção da sentença.

II. Admissibilidade

Verifico que o Recurso Ordinário é tempestivo, subscrito por advogado devidamente habilitado, e preenche os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 895 da CLT e 1.003, §5º, do CPC/2015. Não há óbices ao seu conhecimento. Assiste razão à parte recorrente quanto à concessão da justiça gratuita, conforme artigos 790, §3º da CLT e 99, §3º do CPC/2015.

Conheço do Recurso Ordinário.

III. Fundamentação

1. Da Estabilidade Provisória Acidentária

O recorrente pleiteia a estabilidade provisória prevista no art. 118 da Lei 8.213/1991, sob fundamento de ter sofrido acidente de trabalho e recebido auxílio-doença acidentário.

A estabilidade acidentária, nos termos da Lei 8.213/1991, art. 118 e Súmula 378, II, do TST, pressupõe a concessão de auxílio-doença acidentário e a dispensa sem justa causa durante o período de garantia, que é de 12 meses após a cessação do benefício.

No caso dos autos, restou incontroverso que o autor recebeu o benefício B-91, mas a dispensa ocorreu após o término do período estabilitário, não havendo comprovação de que a cessação do benefício coincidiu com a data da dispensa. Tampouco há elementos que apontem para dispensa discriminatória, conforme salientado na sentença e ausentes provas em sentido contrário.

Ademais, a jurisprudência do TST é firme no sentido de que a estabilidade acidentária não subsiste após o decurso do prazo legal, salvo em casos de dispensa discriminatória, o que não restou demonstrado (cf. ROT 23351-97.2022.5.04.0000, TST).

2. Da Responsabilidade Civil da Empregadora

Para a configuração da responsabilidade civil do empregador por acidente de trabalho, exige-se a demonstração do dano, do nexo causal e da culpa (art. 927 do Código Civil; art. 7º, XXVIII, da CF/88).

Do exame dos autos, a prova pericial e documental indica que a reclamada forneceu equipamentos de proteção, realizou treinamentos e adotou medidas preventivas de segurança. Não se comprovou conduta dolosa ou culposa da empresa, tampouco nexo causal direto entre a cegueira e eventual omissão da empregadora.

A responsabilidade objetiva do empregador, em regra, somente se aplica às atividades de risco, o que não se configurou no caso concreto. Assim, ausentes os requisitos legais para a responsabilização civil, não há falar em indenização por danos materiais e morais.

3. Dos Demais Pedidos

Quanto à reintegração, como já fundamentado, inexistindo estabilidade vigente à época da dispensa e não se verificando dispensa discriminatória, é improcedente o pedido.

Quanto à justiça gratuita, mantenho a concessão ao recorrente, por preencher os requisitos legais.

Ressalte-se, ainda, que o processo observou o contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal, em conformidade com os arts. 5º, LIV e LV, e 93, IX, da Constituição Federal.

IV. Dispositivo

Diante do exposto, voto pelo conhecimento do Recurso Ordinário de O. F. dos S. e, no mérito, pelo seu desprovimento, mantendo-se integralmente a sentença de primeiro grau, por seus próprios fundamentos.

Custas e honorários advocatícios na forma da sentença, observando-se a gratuidade de justiça deferida ao recorrente.

V. Fundamentação Constitucional

Fundamenta-se o presente voto no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, bem como nos princípios constitucionais da legalidade, contraditório, ampla defesa e devido processo legal (CF/88, art. 5º, II, LIV e LV).

VI. Conclusão

É como voto.

 

Manaus, 25 de junho de 2024.

___________________________________
Magistrado Relator


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