Modelo de Contestação em Ação de Indenização por Danos Morais – Representação Ética à OAB: Defesa de Exercício Regular de Direito, Ausência de Ato Ilícito e Pedido de Gratuidade da Justiça

Publicado em: 14/11/2024 Civel
Modelo de contestação apresentada em ação de indenização por danos morais movida contra pessoa que, no exercício regular do direito de petição, formulou representação à OAB para apuração de possível infração ética cometida por advogado. O documento destaca a inexistência de ato ilícito, a ausência de dano moral indenizável, fundamentando-se no artigo 5º, XXXIV, da Constituição Federal e no artigo 188, I, do Código Civil. Inclui pedidos de concessão de gratuidade da justiça, arguição de preliminares sobre inépcia e ausência de interesse de agir, improcedência do pedido, eventual condenação do autor por litigância de má-fé, além de produção de provas e demais requerimentos processuais pertinentes.

CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

D. S., brasileira, solteira, portadora do RG nº ____________, inscrita no CPF sob o nº ____________, endereço eletrônico: ____________, residente e domiciliada à Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO à ação de indenização por danos morais proposta por X. L., brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB/___ sob o nº ____________, endereço eletrônico: ____________, residente e domiciliado à Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O autor, X. L., ajuizou a presente demanda em face da ré, D. S., alegando ter sido vítima de suposta ofensa à sua honra e reputação em razão de representação formulada pela ré junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na qual apontou possível violação de princípios éticos por parte do autor, advogado de sua ex-cliente.

O autor afirma que a ré teria extrapolado o exercício regular de direito ao representar perante a OAB, sustentando que tal conduta lhe causou abalo moral, motivo pelo qual pleiteia indenização no valor de R$ 25.000,00.

A ré, por sua vez, esclarece que sua conduta limitou-se ao exercício do direito de petição, previsto na CF/88, art. 5º, XXXIV, e que as informações levadas à OAB são verídicas e revestidas de interesse público, não havendo qualquer intuito de difamar ou prejudicar o autor, mas sim de resguardar a ética profissional e o interesse coletivo.

Ressalta-se, ainda, que a ré enfrenta dificuldades financeiras, inclusive para prover o próprio sustento e de sua família, agravadas pela presente demanda, que lhe causa profunda indignação, uma vez que apenas buscou a apuração de conduta ética do autor, que, ao final, recebeu apenas advertência da OAB.

4. PRELIMINARES

4.1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A ré encontra-se em situação de hipossuficiência econômica, não possuindo condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, nos termos do CPC/2015, art. 98. Requer, desde já, a concessão dos benefícios da gratuidade da justiça.

4.2. DA INÉPCIA DA INICIAL E AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR

A inicial carece de elementos mínimos que demonstrem o alegado dano moral, limitando-se a narrar fatos genéricos e sem lastro probatório. Ademais, inexiste interesse de agir, pois a representação à OAB constitui exercício regular de direito, não caracterizando ato ilícito, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

5. DO DIREITO

5.1. DO EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO E DA AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO

O direito de petição é assegurado a todos os cidadãos pela CF/88, art. 5º, XXXIV, a, permitindo que qualquer pessoa leve ao conhecimento das autoridades competentes fatos que entenda relevantes, especialmente quando se trata de possível infração ética por profissional da advocacia.

O Código Civil, em seu art. 188, I, expressamente dispõe que não constituem atos ilícitos os praticados no exercício regular de direito reconhecido. No caso em tela, a conduta da ré limitou-se a comunicar à OAB fatos que, em sua ótica, mereciam apuração, sem qualquer intuito de difamar ou prejudicar o autor, mas sim de resguardar a ética e o interesse público.

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer que o simples exercício do direito de petição, sem demonstração de dolo ou má-fé, não configura ato ilícito e, portanto, não enseja indenização por danos morais (CCB/2002, art. 186 c/c art. 188, I).

5.2. DA AUSÊNCIA DE DANO MORAL

Para a configuração do dano moral indenizável, é imprescindível a demonstração de conduta ilícita e de efetivo prejuízo à honra ou imagem do autor, o que não se verifica no caso concreto. A representação à OAB, órgão competente para apuração de infrações éticas, não extrapolou os limites do exercício regular de direito, tampouco foi movida por animus difamandi.

Ademais, a própria OAB, após apuração dos fatos, limitou-se a aplicar advertência ao autor, o que evid"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos morais ajuizada por X. L. em face de D. S., sob alegação de que a ré teria extrapolado o exercício regular de direito ao representar o autor, advogado, perante a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), imputando-lhe conduta supostamente ofensiva à sua honra e reputação. O autor requer indenização de R$ 25.000,00.

A ré, em contestação, sustenta que exerceu direito de petição (CF/88, art. 5º, XXXIV, "a"), agindo no interesse público e ausente qualquer animus difamandi. Afirma dificuldade econômica e pede gratuidade da justiça. Defende a ausência de ato ilícito, ausência de dano moral e, em caso de improcedência, pede condenação do autor por litigância de má-fé.

II. Fundamentação

1. Preliminares

Inicialmente, defiro à ré D. S. os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 do CPC, diante da declaração de hipossuficiência não infirmada nos autos.

Quanto à alegação de inépcia da inicial e ausência de interesse de agir, verifico que a petição inicial atende aos requisitos do art. 319 do CPC, expondo os fatos, fundamentos e pedido de indenização por suposto dano moral, estando presentes os requisitos de interesse e legitimidade. Rejeito, portanto, as preliminares.

2. Mérito

A controvérsia central reside em apurar se a conduta da ré, ao representar o autor perante a OAB, configura abuso de direito capaz de gerar dever de indenizar por dano moral.

A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXIV, "a", assegura a todos o direito de petição aos poderes públicos para defesa de direitos ou contra ilegalidades ou abuso de poder, estando o exercício desse direito protegido pelo ordenamento jurídico. O Código Civil, em seu art. 188, I, dispõe que não constitui ato ilícito o praticado no exercício regular de direito reconhecido.

No caso concreto, não restou comprovada conduta dolosa ou com má-fé por parte da ré. Sua representação junto à OAB teve por objetivo a apuração de suposta infração ética, não havendo elementos nos autos que indiquem animus difamandi ou abuso do direito de petição.

Ademais, a própria OAB, órgão competente, entendeu por advertir o autor, o que demonstra que, ao menos em parte, havia elementos que justificavam a provocação da ré. A mera submissão de representação a órgão fiscalizador, sem prova de abuso ou falsidade, não caracteriza ato ilícito.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que o simples exercício regular do direito de petição não enseja indenização por dano moral, salvo comprovada má-fé, o que não se verifica no presente caso (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

Inexistente prova de conduta ilícita, dolo ou abuso de direito, não há falar em dano moral indenizável.

3. Pedido Contraposto de Indenização por Parte da Ré

Quanto ao pedido subsidiário da ré para condenação do autor por litigância de má-fé, não se vislumbra nos autos conduta processual temerária, alteração da verdade dos fatos ou uso do processo para fins manifestamente protelatórios, nos termos do art. 80 do CPC. Assim, indefiro o pedido contraposto de indenização por danos morais.

III. Dispositivo

Ante o exposto, julgo improcedente o pedido de indenização por danos morais proposto por X. L. em face de D. S., reconhecendo o exercício regular do direito de petição por parte da ré, nos termos do art. 188, I, do Código Civil e art. 5º, XXXIV, "a", da Constituição Federal.

Rejeito o pedido contraposto de indenização por danos morais formulado pela ré.

Condeno o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC, observada a concessão de justiça gratuita, se for o caso.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Constitucional

Em observância ao princípio constitucional da motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), a presente sentença encontra-se devidamente fundamentada na análise dos fatos provados nos autos e na aplicação dos dispositivos legais e constitucionais pertinentes, inclusive quanto ao livre exercício do direito de petição e à necessidade de demonstração de ilicitude para configuração de dano moral.

V. Conclusão

É como voto.


Cidade/UF, ___ de ____________ de 202__.

_______________________________________
Magistrado (a)


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