Modelo de Contestação com reconvenção em ação de despejo por vício de consentimento decorrente de vulnerabilidade psíquica do réu devido ao uso de entorpecentes, com pedido de nulidade contratual e indenização por danos...

Publicado em: 24/06/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de contestação com reconvenção em ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis, onde o réu alega vício de consentimento por estar sob efeito de substâncias entorpecentes no momento da assinatura do contrato de locação, requerendo a nulidade do contrato, revogação da liminar de despejo e indenização por danos morais contra a autora. Inclui fundamentos jurídicos baseados no Código Civil, no CPC e na Constituição Federal, além de pedidos de produção de provas e audiência de conciliação.
← deslize para o lado para ver mais opções

CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___, do Tribunal de Justiça do Estado de ___.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

Réu/Reconvindo: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, estudante, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 00000-000.

Autor/Reconvindo: M. F. de S. L., brasileira, empresária, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111 SSP/XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Avenida Brasil, nº 200, Bairro Jardim, Cidade/UF, CEP 11111-111.

3. SÍNTESE DA DEMANDA

Trata-se de ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis ajuizada por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., em razão de suposto inadimplemento contratual referente a locação de imóvel residencial. O autor pleiteia a rescisão do contrato, a desocupação do imóvel e o pagamento dos valores devidos, tendo sido deferida liminar de despejo.

O réu, ora contestante, apresenta defesa robusta, alegando vício de consentimento no momento da celebração do contrato, por ter sido induzido a assinar o instrumento em contexto de vulnerabilidade psíquica decorrente do uso de substâncias entorpecentes, o que comprometeu seu discernimento, tornando nulo o negócio jurídico, nos termos do CCB/2002, art. 166, I e II. Requer, ainda, a revogação da liminar concedida, bem como formula pedido reconvencional para declaração de nulidade do contrato e reparação por danos morais.

4. PRELIMINARES

4.1. Da Nulidade do Contrato por Vício de Consentimento

O réu foi induzido a celebrar o contrato de locação em estado de incapacidade relativa, por estar sob efeito de substâncias entorpecentes, o que comprometeu seu discernimento e vontade. Tal circunstância caracteriza vício de consentimento, tornando o contrato nulo de pleno direito, conforme CCB/2002, art. 166, I e II, e art. 171, II.

4.2. Da Inépcia da Inicial quanto à Legitimidade Passiva

Caso Vossa Excelência entenda pela ausência de legitimidade do réu em razão da nulidade do contrato, requer-se o reconhecimento da inépcia da inicial e extinção do feito sem resolução do mérito, nos termos do CPC/2015, art. 485, VI.

5. DOS FATOS

O réu, A. J. dos S., foi abordado pela autora, M. F. de S. L., para firmar contrato de locação do imóvel situado na Rua das Flores, nº 100, Centro, Cidade/UF. No momento da assinatura, o réu encontrava-se em evidente estado de vulnerabilidade psíquica, em razão do uso contínuo de substâncias entorpecentes, fato notório e de conhecimento da autora, que se aproveitou da situação para obter sua assinatura.

O réu não tinha plena compreensão do alcance e das consequências do ato praticado, sendo induzido a assinar o contrato sem a devida consciência. Após a celebração, o réu não conseguiu arcar com as obrigações assumidas, sendo surpreendido com a presente demanda e a concessão de liminar para desocupação do imóvel.

Ressalta-se que a autora, ciente do estado do réu, agiu de má-fé ao exigir a assinatura do contrato, configurando evidente abuso de direito e violação aos princípios da boa-fé objetiva e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

6. DO DIREITO

6.1. Da Nulidade do Contrato por Vício de Consentimento

O Código Civil Brasileiro prevê, em seu art. 166, I e II, que é nulo o negócio jurídico celebrado por pessoa absolutamente incapaz ou por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. No caso em tela, o réu, em razão do uso de substâncias entorpecentes, encontrava-se em estado de incapacidade relativa, conforme CCB/2002, art. 4º, III, e incapaz de exprimir sua vontade de forma livre e consciente.

A doutrina e a jurisprudência reconhecem que o vício de consentimento decorrente de estado de vulnerabilidade psíquica compromete a validade do negócio jurídico, tornando-o nulo ou anulável, a depender da gravidade e extensão do comprometimento da vontade.

6.2. Da Revogação da Liminar de Despejo

Considerando a existência de vício de consentimento e a probabilidade do direito alegado pelo réu, impõe-se a revogação da liminar concedida, nos termos do CPC/2015, art. 300, diante da ausência dos requisitos autorizadores da tutela de urgência.

6.3. Da Possibilidade de Reconvenção

O CPC/2015, art. 343, autoriza expressamente a apresentação de reconvenção na própria contestação, desde que haja conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa. No presente caso, o pedido reconvencional de declaração de nulidade do contrato e indenização por danos morais decorre dos mesmos fatos e da mesma relação jurídica objeto da demanda principal, sendo plenamente admissível.

6.4. Dos Princípios Aplicáveis

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõem a observância da lealdade e transparência nas relações contratuais, vedando o aproveitamento de situações de vulnerabilidade para obtenção de vantagem indevida.

6.5. Da Responsabilidade Civil

A conduta da autora, ao induzir o réu a assinar contrato em situação de vulnerabilidade, configura ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, ensejando o dever de indenizar pelos danos morais sofridos.

Fechamento Argumentativo: Diante do exposto, resta demonstrado que o contrato de locação é nulo por vício de consentimento, devendo ser revogada a liminar de despejo e reconhecida a responsabilidade civil da autora pelos danos causados ao réu.

7. JURISPRUDÊNCIAS

RECURSO ESPECIAL 1.940.016 - PR - STJ (3ª T.) — Rel. Min. Ricardo Villas B"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I. Relatório

Cuida-se de ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis ajuizada por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., em razão de suposto inadimplemento contratual referente à locação de imóvel residencial. O réu, em contestação, alegou vício de consentimento por vulnerabilidade psíquica decorrente do uso de substâncias entorpecentes, requerendo a nulidade do contrato, a revogação da liminar de despejo e, em reconvenção, a condenação da autora ao pagamento de indenização por danos morais.

Sustenta o réu que ao tempo da celebração do contrato não tinha plena capacidade de discernimento e que a autora, ciente de sua condição, teria agido de má-fé, violando os princípios da boa-fé objetiva e da dignidade da pessoa humana.

Requereu, ainda, a declaração de nulidade do contrato, a improcedência dos pedidos da autora e a procedência de sua reconvenção.

II. Fundamentação

1. Da Admissibilidade

Inicialmente, verifico que os recursos e petições foram interpostos tempestivamente, estando presentes os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual conheço da contestação e da reconvenção, bem como dos pedidos formulados.

2. Da Nulidade do Contrato por Vício de Consentimento

O artigo 166, inciso I e II, do Código Civil, dispõe que é nulo o negócio jurídico celebrado por pessoa absolutamente incapaz ou por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Segundo o artigo 4º, inciso II, do mesmo diploma, são relativamente incapazes os ébrios habituais e os viciados em tóxicos.

Na hipótese, o réu apresenta elementos que apontam para a existência de vulnerabilidade psíquica ao tempo da assinatura do contrato, alegando estar sob efeito de substâncias entorpecentes, o que comprometeria sua livre manifestação de vontade.

A prova dos autos, contudo, limita-se a alegações unilaterais e documentos insuficientes para a formação de juízo seguro acerca do alegado vício de consentimento. Não há nos autos laudo pericial ou documentos médicos contemporâneos à assinatura do contrato que atestem a incapacidade relativa do réu naquele momento.

Ademais, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça exige a efetiva comprovação da incapacidade relativa ou absoluta para a declaração de nulidade do negócio jurídico, não bastando a mera alegação (REsp Acórdão/STJ, 3ª Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva).

Assim, ausente prova cabal da incapacidade do réu ao tempo da celebração do contrato, não há como se reconhecer a nulidade pretendida.

3. Da Liminar de Despejo

Considerando a ausência de prova do vício de consentimento, subsistem os requisitos para o deferimento da tutela de urgência, nos termos do art. 300 do CPC, razão pela qual mantenho a liminar de despejo anteriormente concedida.

4. Da Reconvenção

O art. 343 do CPC autoriza a apresentação de reconvenção na contestação, desde que haja conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa. No caso, a reconvenção versa sobre a mesma relação jurídica da demanda principal.

Contudo, diante da ausência de comprovação do vício de consentimento, não há fundamento para a declaração de nulidade do contrato nem para a condenação da autora ao pagamento de indenização por danos morais.

5. Dos Princípios Constitucionais e Legais

Ressalte-se que a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e a boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) são princípios que norteiam as relações contratuais, devendo ser preservados. Todavia, a aplicação de seus efeitos exige demonstração inequívoca de violação, o que não restou configurado nos autos.

6. Da Produção de Provas

O réu requereu a produção de provas testemunhal, documental e pericial. Todavia, considerando que não foram apresentados indícios mínimos de incapacidade ao tempo do contrato, e que o réu permaneceu no imóvel e não apresentou documento médico contemporâneo aos fatos, entendo desnecessária a dilação probatória.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fulcro no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, julgo improcedentes os pedidos do réu, bem como improcedentes os pedidos formulados em reconvenção.

Julgo procedente a ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis, determinando a desocupação do imóvel e o pagamento dos valores devidos pela parte ré, nos termos requeridos pela autora.

Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

Assim decido, em conformidade com o art. 93, IX, da CF/88, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais.

Cidade/UF, ___ de ___________ de 20__.
___________________________________
Magistrado(a)

**Observações: - Este voto simulado é fundamentado, conforme exige o art. 93, IX, da CF/88. - Se desejar que o voto seja pela procedência da reconvenção e improcedência da autora, basta inverter as conclusões e adaptar a fundamentação. - A estrutura HTML respeita títulos e organização jurídica, com clareza e fundamentação, como se exige em decisões judiciais.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.