Modelo de Contestação à Ação de Improbidade Administrativa com preliminares de inépcia da inicial e prescrição, defesa de ausência de dolo e pedido de extinção do processo contra servidor público pelo Ministério Públ...

Publicado em: 26/05/2025 AdministrativoProcesso Civil
Modelo de contestação à ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público contra servidor público, apresentando preliminares de inépcia da inicial e prescrição, defesa fundamentada na ausência de provas do dolo, individualização da conduta e respeito aos princípios do contraditório e ampla defesa, com pedido de extinção do processo sem julgamento do mérito e, subsidiariamente, improcedência da ação. Inclui requerimentos de produção probatória e sustentação em jurisprudência atualizada.
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CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Fazenda Pública da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado de ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, casado, servidor público, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador do RG nº X.XXX.XXX, profissão ___, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, por seu advogado infra-assinado (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO à Ação de Improbidade Administrativa ajuizada pelo Ministério Público do Estado de ___, já qualificado nos autos, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de Ação de Improbidade Administrativa proposta pelo Ministério Público em face de A. J. dos S. e outros, sob a alegação de supostos atos ímprobos praticados no exercício de função pública, relacionados a questões políticas e administrativas, com possível desvio de verbas públicas e prejuízo ao erário. A inicial sustenta que o Requerido teria concorrido para a prática de atos que violariam princípios da Administração Pública, sem, contudo, apresentar provas concretas do alegado dolo ou da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.

Ressalta-se que o ajuizamento da presente demanda ocorreu após o término do mandato do Requerido, sendo imputada a ele conduta genérica, sem individualização precisa dos fatos e sem demonstração de nexo causal entre sua atuação e eventual prejuízo ao erário.

4. PRELIMINARES

4.1. INÉPCIA DA INICIAL

A petição inicial carece de elementos essenciais exigidos pelo CPC/2015, art. 319, notadamente quanto à individualização da conduta do Requerido e à demonstração de indícios mínimos de materialidade e autoria, conforme exige a Lei 8.429/1992, art. 17, §6º. A inicial limita-se a imputar genericamente atos de improbidade, sem descrever de forma clara e objetiva a participação do Requerido nos supostos fatos, o que prejudica o exercício do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

A jurisprudência é pacífica ao exigir a individualização da conduta e a apresentação de indícios mínimos para o recebimento da inicial (TJMG, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.038449-5/002; STJ, AgRg no REsp. 1.384.970/RN/STJ).

Assim, requer-se o reconhecimento da inépcia da inicial e a extinção do feito sem resolução do mérito, nos termos do CPC/2015, art. 330, I.

4.2. PRESCRIÇÃO

O Requerido exerceu mandato até ___/___/____. A presente ação foi ajuizada em ___/___/____, ou seja, após o decurso do prazo de cinco anos previsto na Lei 8.429/1992, art. 23, I (redação anterior à Lei 14.230/2021), aplicável aos fatos ocorridos antes da vigência da nova lei, conforme entendimento do STF no Tema 1199 da Repercussão Geral.

O novo regime prescricional trazido pela Lei 14.230/2021 é irretroativo, devendo ser observado o marco temporal vigente à época dos fatos (TJMG, Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.401174-8/002). Assim, está configurada a prescrição da pretensão punitiva estatal, devendo ser extinto o feito, ressalvando-se apenas eventual pedido de ressarcimento ao erário, que é imprescritível (STF, RE 852.475, Tema 897).

5. DOS FATOS

O Ministério Público imputa ao Requerido a prática de atos de improbidade administrativa, sem, contudo, apresentar elementos probatórios concretos que demonstrem o dolo ou a intenção de obter vantagem indevida. A narrativa dos fatos é genérica, fundada em meras conjecturas e em contexto político-administrativo, sem individualização da conduta ou comprovação de prejuízo ao erário.

Ressalta-se que a atuação do Requerido sempre se pautou pela legalidade, moralidade e transparência, inexistindo qualquer elemento que indique desvio de finalidade, má-fé ou enriquecimento ilícito. Ademais, não há nos autos documentos ou provas que demonstrem a efetiva participação do Requerido nos supostos ilícitos narrados na inicial.

6. DO DIREITO

6.1. AUSÊNCIA DE PROVAS E ÔNUS PROBATÓRIO

A responsabilização por ato de improbidade administrativa exige a demonstração inequívoca do dolo, nos termos da Lei 8.429/1992, art. 1º, §2º (com redação dada pela Lei 14.230/2021), e do entendimento consolidado pelo STF no Tema 1199 (ARE 843.989). O Ministério Público, como autor da ação, detém o ônus de provar a existência do elemento volitivo ímprobo (CPC/2015, art. 373, I).

No caso em tela, não há qualquer prova concreta de que o Requerido tenha agido com dolo ou má-fé, tampouco de que tenha causado prejuízo ao erário ou obtido vantagem indevida. A mera suspeita ou contexto político não é suficiente para ensejar a condenação por improbidade administrativa (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.477093-9/001).

6.2. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, AMPLA DEFESA E CONTR"'>...


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Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de Ação de Improbidade Administrativa proposta pelo Ministério Público do Estado de ___ em face de A. J. dos S. e outros, sob a alegação de supostos atos ímprobos praticados no exercício de função pública, relacionados a questões políticas e administrativas, com possível desvio de verbas públicas e prejuízo ao erário.

A inicial imputa ao Requerido conduta genérica, sem individualização precisa dos fatos e sem demonstração de nexo causal entre sua atuação e eventual dano ao patrimônio público. O Requerido, em sua contestação, suscita, em preliminar, a inépcia da inicial e a prescrição, além de rebater o mérito, alegando ausência de provas e dolo, bem como a inexistência de prejuízo ao erário.

É o relatório. Decido.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Fundamentação do Julgamento (CF/88, art. 93, IX)

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. A exigência de motivação dos pronunciamentos jurisdicionais garante a transparência, o controle e a legitimidade do exercício da jurisdição.

2. Das Preliminares

2.1 Inépcia da Inicial

Sustenta o Requerido que a petição inicial é inepta por ausência de individualização da conduta e falta de indícios mínimos de materialidade e autoria, em afronta ao art. 319 do CPC/2015 e ao art. 17, §6º, da Lei 8.429/1992.

Examino.
A jurisprudência consolidada exige a individualização da conduta e a apresentação de elementos mínimos para o recebimento da inicial, conforme decidido pelo STJ (AgRg no REsp. Acórdão/STJ) e TJMG (Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.24.038449-5/002).
No caso em tela, verifico que a exordial limita-se a imputar genericamente atos de improbidade ao Requerido, sem descrição clara e objetiva de sua participação ou demonstração de nexo causal entre sua conduta e eventual dano ao erário. Tal deficiência compromete o exercício do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), tornando a inicial inepta.

Assim, acolho a preliminar de inépcia da inicial.

2.2 Prescrição

O Requerido alega, ainda, a ocorrência da prescrição quinquenal prevista no art. 23, I, da Lei 8.429/1992, considerando que o ajuizamento da ação se deu após o prazo de cinco anos contados do término do mandato, conforme entendimento do STF - no Tema 1199 da Repercussão Geral.

Da análise dos autos, verifica-se que os fatos imputados ao Requerido ocorreram durante seu mandato, que se encerrou em ___/___/____, sendo a ação ajuizada apenas em ___/___/____, já decorrido o prazo legal de cinco anos. Ressalto que o novo regime prescricional introduzido pela Lei 14.230/2021 é irretroativo, nos termos do STF (Tema 1199).

Portanto, reconheço a prescrição da pretensão punitiva estatal, ressalvando-se apenas eventual pedido de ressarcimento ao erário, que é imprescritível (STF, RE 852.475, Tema 897).

3. Do Mérito

Superadas as preliminares, e apenas por cautela, passo à análise do mérito.

A responsabilização por ato de improbidade administrativa exige a demonstração inequívoca do dolo, nos termos do art. 1º, §2º, da Lei 8.429/1992 (com redação da Lei 14.230/2021), e do entendimento consolidado pelo STF (Tema 1199). O ônus da prova incumbe ao autor (CPC, art. 373, I).

No presente caso, não há nos autos qualquer elemento probatório concreto que indique dolo, má-fé ou enriquecimento ilícito por parte do Requerido. A narrativa dos fatos é genérica, fundada em conjecturas e contexto político-administrativo, sem individualização da conduta ou comprovação de dano ao erário.

A ausência de provas e de nexo causal impede a responsabilização do Requerido, sendo certo que a mera suspeita ou divergência política não configura ato de improbidade (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.477093-9/001).

4. Dos Princípios Constitucionais

O devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV) são princípios fundamentais que não podem ser mitigados. A ausência de individualização da conduta e de provas concretas viola tais princípios, impedindo o legítimo exercício da defesa pelo Requerido.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, e com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, com fulcro no art. 485, I e IV, do CPC/2015, em razão da inépcia da inicial e do reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva estatal, ressalvando-se eventual pedido de ressarcimento ao erário.

Caso superadas as preliminares, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, diante da ausência de provas do dolo e de nexo causal entre a conduta do Requerido e eventual prejuízo ao erário.

Condeno o Autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, na forma da lei.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.



Cidade/UF, ___ de ____________ de 20__.
_______________________________________
Magistrado(a)


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