Modelo de Apelação Criminal de A. da S. M. contra condenação por roubo majorado, com pedido de nulidade do reconhecimento fotográfico e em juízo, fundamentada na insuficiência de provas e no devido proce...

Publicado em: 22/04/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal
Apelação criminal interposta por A. da S. M. contra sentença condenatória por roubo majorado, alegando nulidade do reconhecimento fotográfico e em juízo por violação do CPP, art. 226, e insuficiência de provas, requerendo absolvição com base no princípio da presunção de inocência e nos direitos constitucionais ao devido processo legal e ampla defesa. Contém fundamentação jurídica, jurisprudências e pedidos subsidiários para exclusão de provas e nova instrução.

APELAÇÃO CRIMINAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de [COMPLETAR], Estado de [COMPLETAR]

Processo nº: [COMPLETAR]
Apelante: A. da S. M.
Apelado: Ministério Público do Estado de [COMPLETAR]

A. da S. M., brasileiro, solteiro, profissão [COMPLETAR], portador do CPF nº [COMPLETAR], RG nº [COMPLETAR], endereço eletrônico: [COMPLETAR], residente e domiciliado à [COMPLETAR], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor APELAÇÃO CRIMINAL com fulcro no CPP, art. 593, I, em face da r. sentença que o condenou nos autos do processo em epígrafe, pelas razões a seguir expostas, requerendo o regular processamento do recurso e posterior remessa ao Tribunal de Justiça do Estado de [COMPLETAR].

2. PRELIMINARES

2.1. NULIDADE DO RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO REALIZADO EM DESCONFORMIDADE COM O CPP, ART. 226

O reconhecimento do apelante, realizado na fase policial, deu-se por meio fotográfico, sem observância das formalidades legais estabelecidas no CPP, art. 226, que exige a apresentação do suspeito ao lado de outros com características semelhantes, a fim de evitar induzimento ou erro por parte da vítima. Tal procedimento, realizado de forma isolada e sem o contraditório, compromete a validade da prova e viola o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

Ademais, o reconhecimento em juízo foi realizado de maneira duvidosa, uma vez que a vítima mencionou o nome do réu, o que indica possível acesso prévio a informações privilegiadas, contaminando a espontaneidade e a credibilidade do ato.

Assim, requer-se o reconhecimento da nulidade do reconhecimento fotográfico e do reconhecimento em juízo, com a exclusão de tais elementos do conjunto probatório.

3. DOS FATOS

O apelante A. da S. M. foi condenado pela prática de crime de roubo majorado, com base em reconhecimento fotográfico realizado na delegacia e posterior reconhecimento em juízo, onde a vítima, ao ser ouvida, citou o nome do réu. Importante destacar que, na mesma sentença, o réu foi absolvido da imputação de associação criminosa, demonstrando que não havia vínculo ou ligação com os demais acusados, tampouco com a organização dos fatos delituosos.

O reconhecimento realizado na fase policial não observou as formalidades legais, tendo sido feito apenas por meio de fotografia, sem a presença de outros indivíduos com características semelhantes. Em juízo, a vítima, ao ser questionada, mencionou o nome do réu, o que indica possível contaminação do ato, já que não se pode descartar o acesso a informações privilegiadas.

Ressalte-se que não foram produzidas provas robustas e independentes capazes de corroborar a autoria delitiva atribuída ao apelante, sendo a condenação fundamentada, essencialmente, em reconhecimentos viciados e frágeis.

Por fim, a absolvição do apelante quanto ao crime de associação criminosa evidencia a ausência de elementos que o vinculem ao grupo supostamente responsável pelos crimes, afastando a possibilidade de condenação por mera presunção.

4. DO DIREITO

4.1. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E ÔNUS DA PROVA

O princípio da presunção de inocência, consagrado pela CF/88, art. 5º, LVII, determina que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. O ônus da prova incumbe à acusação, cabendo-lhe demonstrar, de forma inequívoca, a autoria e materialidade do delito. Não se admite condenação fundada em meras presunções ou indícios frágeis, sob pena de violação ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

4.2. RECONHECIMENTO DE PESSOA – EXIGÊNCIA DE FORMALIDADES LEGAIS

O CPP, art. 226 estabelece critérios rigorosos para o reconhecimento de pessoas, exigindo que o suspeito seja colocado ao lado de outros com características semelhantes, para evitar induzimento ou erro. O reconhecimento fotográfico, realizado de forma isolada e sem observância das formalidades, é considerado prova de baixa confiabilidade, sendo insuficiente para fundamentar condenação, especialmente quando não corroborado por outros elementos robustos.

A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o reconhecimento pessoal realizado em desconformidade com o CPP, art. 226, sem apoio em outros elementos probatórios, não pode sustentar condenação (STJ, AgRg no REsp. 1.905.338/PR/STJ).

4.3. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS E ABSOLVIÇÃO

O conjunto probatório dos autos é manifestamente insuficiente para sustentar a condenação do apelante. Não há confissão, tampouco provas materiais ou testemunhais que corroborem, de forma inequívoca, a autoria delitiva. O reconhecimento realizado em juízo, por sua vez, foi contaminado pela menção ao nome do réu pela vítima, o que c"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de apelação criminal interposta por A. da S. M., em face da sentença que o condenou pela prática do crime de roubo majorado, requerendo, em síntese, a declaração de nulidade do reconhecimento fotográfico realizado em desconformidade com o art. 226 do Código de Processo Penal, a exclusão de tais elementos do conjunto probatório e, por conseguinte, sua absolvição por insuficiência de provas.

I – Admissibilidade

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto.

II – Dos Fatos e das Preliminares

O apelante foi condenado com base, essencialmente, em reconhecimento fotográfico realizado na fase policial, sem a observância das formalidades legais previstas no art. 226 do CPP, e reconhecimento em juízo permeado por dúvidas quanto à espontaneidade do ato, visto que a vítima mencionou o nome do réu, indicando possível contaminação do processo de identificação.

Ressalta-se que o próprio juízo de origem absolveu o recorrente da imputação de associação criminosa, o que revela a fragilidade dos elementos que buscavam vinculá-lo a eventual grupo organizado.

Destaco que o reconhecimento fotográfico, isolado e desacompanhado de outras provas robustas, não se presta, por si só, à fundamentação de um juízo condenatório, nos termos da jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (AgRg no REsp. Acórdão/STJ).

III – Do Direito

A Constituição Federal, em seu art. 5º, LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, estabelecendo que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

O devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV) impõem que a condenação criminal somente se dê à luz de provas produzidas de forma lícita e sob o crivo do contraditório.

O art. 226 do CPP prevê, de maneira clara, o procedimento a ser observado no reconhecimento de pessoas, exigindo que o suspeito seja colocado ao lado de outros com características semelhantes, para evitar induzimento ou erro, o que não ocorreu na hipótese dos autos.

Consoante entendimento do TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal, Apelação Criminal Acórdão/TJSP), “o reconhecimento do acusado, realizado na fase extrajudicial, sem observância dos requisitos previstos no CPP, art. 226, implica o comprometimento da prova. Ademais, o mesmo reconhecimento extrajudicial, sequer confirmado em juízo, não pode fundamentar a condenação de forma isolada e sem apoio em outros elementos probatórios robustos”.

No caso concreto, não há confissão do acusado, tampouco provas materiais ou testemunhais independentes que corroborem a autoria. O reconhecimento realizado em juízo se mostrou contaminado, ante a menção ao nome do réu pela vítima, não havendo, pois, certeza quanto à autoria delitiva.

A insuficiência de provas, nos termos do art. 386, VII do CPP, impõe a absolvição do apelante.

IV – Da Fundamentação Constitucional e Legal

Em fiel observância ao art. 93, IX da Constituição Federal, que exige fundamentação das decisões judiciais, consigno que a absolvição decorre da ausência de provas seguras de autoria e materialidade, bem como da inobservância das garantias constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa.

Destaco, ainda, que a jurisprudência dos tribunais pátrios é pacífica quanto à necessidade de respeito às formalidades legais no reconhecimento de pessoas e à impossibilidade de condenação baseada em elementos probatórios frágeis ou viciados.

V – Dispositivo

Diante do exposto, dou provimento ao recurso de apelação para ABSOLVER A. da S. M. da imputação que lhe foi feita, nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal, em razão da insuficiência de provas.

Fica prejudicada a análise dos demais pedidos recursais.

É como voto.

VI – Referência à Fundamentação

Este voto encontra-se devidamente fundamentado nos termos do art. 93, IX da Constituição Federal de 1988, garantindo-se a motivação das decisões judiciais e a transparência do convencimento deste magistrado.



[Cidade], [Data].

___________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

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