Modelo de Alegações Finais em Representação Eleitoral por Abuso de Poder Político e Econômico Praticado por Policial Militar em Desfavor de Coligação Adversa

Publicado em: 05/11/2024 Eleitoral
Modelo de alegações finais apresentado em representação eleitoral movida pela Coligação “Guaraciaba para Todos” contra R. G. Guimarães, policial militar, perante a Zona Eleitoral de Guaraciaba do Norte/CE. O documento detalha condutas de abuso de poder político e econômico, consistentes em ameaças e intimidação de eleitores, fundamentando o pedido de declaração de inelegibilidade, aplicação de multa e suspensão dos direitos políticos do representado, com base na Lei Complementar 64/1990 e dispositivos constitucionais. Inclui análise de provas, princípios constitucionais violados, jurisprudências relevantes e requerimentos finais.
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ALEGAÇÕES FINAIS EM REPRESENTAÇÃO ELEITORAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ª Zona Eleitoral de Guaraciaba do Norte/CE,
Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Ceará – TRE/CE

Representante: Coligação “Guaraciaba para Todos”
Endereço eletrônico: [email protected]
Endereço: Rua das Flores, 123, Centro, Guaraciaba do Norte/CE, CEP 62380-000
CNPJ: 12.345.678/0001-90

Representado: R. G. Guimarães
Estado civil: Casado
Profissão: Policial Militar
CPF: 123.456.789-00
Endereço eletrônico: [email protected]
Endereço: Rua do Sol, 456, Bairro Novo, Guaraciaba do Norte/CE, CEP 62380-000

Valor da causa: R$ 10.000,00

2. DOS FATOS

A presente representação eleitoral foi proposta em face de R. G. Guimarães, policial militar, em razão de condutas praticadas fora do horário de serviço, nas quais o representado utilizou sua posição de autoridade para ameaçar e intimidar apoiadores da coligação representante, em Guaraciaba do Norte, durante o período eleitoral.

Conforme os elementos constantes nos autos, o representado, de forma reiterada, abordou eleitores e simpatizantes da coligação adversária, utilizando-se de sua condição de agente público e da arma que portava para coagir e intimidar pessoas opostas à sua posição política. Testemunhas relataram episódios em que o representado, valendo-se de sua autoridade policial, proferiu ameaças veladas e explícitas, com o claro intuito de influenciar o comportamento eleitoral dos cidadãos.

Tais condutas configuram, de modo inequívoco, abuso de poder político e abuso de poder econômico, práticas vedadas pela legislação eleitoral, pois comprometem a isonomia do pleito e a liberdade de escolha dos eleitores. Ressalta-se que o representado não apenas agiu em afronta à legislação eleitoral, mas também violou princípios constitucionais basilares, como a legalidade e a moralidade administrativa (CF/88, art. 14, §9º).

Em síntese, os fatos demonstram que o representado utilizou de sua função pública e dos meios a ela inerentes para desequilibrar o processo eleitoral, afrontando a lisura e a legitimidade do pleito.

3. DO DIREITO

3.1. DA CONFIGURAÇÃO DO ABUSO DE PODER POLÍTICO E ECONÔMICO

O abuso de poder político caracteriza-se pelo uso indevido do cargo ou função pública para influenciar o resultado do pleito, comprometendo a igualdade de oportunidades entre os candidatos e a liberdade de escolha dos eleitores. No caso em tela, restou comprovado que o representado, policial militar, utilizou-se de sua autoridade e do porte de arma para intimidar eleitores, conduta que se enquadra no conceito de abuso de poder político, nos termos da Lei Complementar 64/1990, art. 22.

O abuso de poder econômico, por sua vez, ocorre quando há utilização de recursos financeiros, materiais ou da estrutura estatal para beneficiar determinada candidatura ou prejudicar adversários. A conduta do representado, ao utilizar-se de recursos públicos (autoridade policial e armamento) para fins eleitorais, também se amolda a essa hipótese, atraindo a incidência da Lei Complementar 64/1990, art. 23.

3.2. DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS

A Constituição Federal estabelece, em seu art. 14, §9º, que a lei deve estabelecer casos de inelegibilidade visando proteger a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato. O abuso de poder, seja político ou econômico, atenta contra esses princípios, justificando a aplicação das sanções previstas em lei.

Ademais, a CF/88, art. 15, V, prevê a suspensão dos direitos políticos em caso de condenação por improbidade administrativa, o que se mostra pertinente diante da gravidade dos fatos narrados.

3.3. DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE DAS SANÇÕES

O ordenamento jurídico pátrio exige que as sanções aplicadas sejam proporcionais e razoáveis, conforme os princípios constitucionais e a legislação infraconstitucional (Lei 9.784/1999, art. 2º). No presente caso, a gravidade das condutas praticadas pelo representado, que atentaram contra a lisura do processo eleitoral e a liberdade do voto, justifica a aplicação das sanções máximas previstas em lei, como a declara�"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de representação eleitoral proposta pela Coligação “Guaraciaba para Todos” em face de R. G. Guimarães, policial militar, que, segundo narrado nos autos, teria praticado condutas de abuso de poder político e econômico, utilizando-se de sua função pública e do porte de arma para coagir e intimidar eleitores adversários durante o período eleitoral no município de Guaraciaba do Norte/CE.

Requer-se, em síntese, a declaração de inelegibilidade do representado por oito anos, aplicação de multa, suspensão dos direitos políticos, condenação ao pagamento de custas processuais, além da produção de provas e dispensa de audiência de conciliação, nos termos da legislação eleitoral e da Constituição Federal.

II. Fundamentação

1. Da apreciação dos fatos e provas

A instrução processual evidenciou, a partir dos depoimentos testemunhais e documentos acostados, que o representado, fora do horário de serviço, abordou eleitores de oposição, valendo-se de sua autoridade policial e do porte de arma, proferindo ameaças e constrangimentos com o intuito de influenciar o comportamento eleitoral dos cidadãos.

Restou comprovado que tais condutas não se deram de forma isolada, mas sim reiterada, ensejando desequilíbrio na disputa eleitoral e comprometendo a liberdade de escolha dos eleitores, conforme atestam os relatos constantes nos autos.

2. Do enquadramento jurídico

O abuso de poder político está caracterizado pelo uso indevido do cargo e da autoridade policial com o objetivo de influenciar o pleito eleitoral, em afronta à Lei Complementar 64/1990, art. 22. Igualmente, verifica-se abuso de poder econômico, pois o representado valeu-se de recursos públicos (autoridade e armamento) para tal finalidade (LC 64/1990, art. 23).

A Constituição Federal, art. 14, §9º, veda práticas que atentem contra a moralidade e a probidade administrativa para fins eleitorais, razão pela qual o abuso de poder reclama resposta estatal proporcional à gravidade da conduta.

Cumpre ressaltar que o devido processo legal e o contraditório foram plenamente observados (CF/88, art. 5º, LIV e LV), não havendo nulidades a serem reconhecidas.

3. Da proporcionalidade e razoabilidade das sanções

A jurisprudência pátria orienta que as sanções eleitorais devem ser aplicadas de forma proporcional e razoável, resguardando a soberania popular e a lisura do processo democrático (AgInt no AREsp 2.392.353/STJ). No caso concreto, a gravidade e reiteração das condutas justificam a imposição das sanções máximas previstas em lei, especialmente diante da clara violação dos princípios constitucionais da isonomia, legalidade e moralidade.

4. Da competência e regularidade processual

O juízo eleitoral é competente para a apreciação da presente demanda, estando o procedimento em consonância com a Lei Complementar 64/1990, art. 22 e a Resolução TSE 23.735/2024. Não há óbices ao regular prosseguimento e julgamento do feito.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal – que exige decisão judicial devidamente fundamentada –, JULGO PROCEDENTE a presente representação eleitoral para:

  1. Declarar a inelegibilidade do representado R. G. Guimarães pelo prazo de 8 (oito) anos, nos termos do art. 22, XIV, da LC 64/1990;
  2. Aplicar multa ao representado, conforme art. 23 da LC 64/1990;
  3. Determinar a suspensão dos direitos políticos do representado, nos termos do art. 15, V, da CF/88;
  4. Condenar o representado ao pagamento das custas processuais e demais cominações legais;
  5. Homologo a produção das provas já constantes nos autos e dispenso a audiência de conciliação/mediação, por se tratar de matéria de direito eleitoral e de ordem pública (CPC/2015, art. 319, VII).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

IV. Referências Normativas e Jurisprudenciais

Constituição Federal: art. 5º, LIV e LV; art. 14, §9º; art. 15, V; art. 93, IX.
Lei Complementar 64/1990: arts. 22 e 23.
Lei 9.784/1999: art. 2º.
Resolução TSE 23.735/2024.
CPC/2015: art. 319, VII.
Jurisprudência: AgInt no AREsp 2.392.353/STJ, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP/TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP/TJSP.

Guaraciaba do Norte/CE, 10 de junho de 2024.

_________________________________________
Juiz Eleitoral


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