Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Morais contra Empresa por Inscrição Indevida e Documentos com Assinatura Falsificada em Cadastro de Inadimplentes

Publicado em: 15/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial proposta por consumidor contra empresa privada, requerendo a declaração de inexistência de débito, exclusão do nome do autor dos cadastros de proteção ao crédito e indenização por danos morais decorrentes de inscrição indevida baseada em documentos com assinatura falsificada, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e CPC/2015, com pedido de justiça gratuita, produção de provas e condenação em custas e honorários.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [Cidade/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, comerciário, portador do CPF nº [XXX.XXX.XXX-XX], RG nº [X.XXX.XXX-X], endereço eletrônico [[email protected]], residente e domiciliado na Rua [Nome da Rua], nº [XXX], Bairro [Bairro], CEP [XXXXX-XXX], Cidade/UF, vem, por intermédio de seu advogado (procuração anexa), propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de EMPRESA X LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº [XX.XXX.XXX/0001-XX], endereço eletrônico [[email protected]], com sede na Rua [Nome da Rua], nº [XXX], Bairro [Bairro], CEP [XXXXX-XXX], Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, pessoa de reputação ilibada e sem histórico de inadimplência, foi surpreendido ao ser informado sobre a inscrição de seu nome nos cadastros de proteção ao crédito (SERASA), em razão de suposto débito junto à Ré, decorrente de uma compra de mercadoria que jamais realizou, tampouco recebeu.

Buscando esclarecimentos, o Autor constatou que a Ré apresentou nota fiscal e recibo de entrega da mercadoria, documentos estes que continham assinatura falsificada, não correspondendo à sua grafia ou consentimento. O Autor jamais firmou qualquer contrato, tampouco autorizou a aquisição ou o recebimento da referida mercadoria.

A conduta da Ré, ao promover a inscrição do nome do Autor no SERASA, sem a existência de relação jurídica válida e sem comprovação de entrega legítima da mercadoria, causou-lhe constrangimento, abalo à sua honra e restrição de crédito, afetando sua vida pessoal e profissional.

Ressalte-se que o Autor jamais foi contatado previamente para esclarecimento dos fatos, sendo surpreendido pela restrição injusta, o que evidencia a ausência de diligência e boa-fé por parte da Ré.

Diante do exposto, não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional para ver declarada a inexistência do débito e ser indenizado pelos danos morais sofridos.

4. DO DIREITO

4.1. DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA E DA INSCRIÇÃO INDEVIDA

Nos termos do CCB/2002, art. 186, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, comete ato ilícito. No presente caso, não houve relação contratual entre as partes, tampouco consentimento do Autor para a compra ou recebimento da mercadoria, sendo a assinatura apresentada pela Ré manifestamente falsa.

O CPC/2015, art. 373, II, estabelece que o ônus da prova quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor incumbe ao Réu. A Ré, ao apresentar documentos com assinatura falsificada, não se desincumbiu de comprovar a existência de relação jurídica válida.

Ademais, o CDC, art. 14, impõe responsabilidade objetiva ao fornecedor de serviços, devendo responder pelos danos causados ao consumidor, independentemente de culpa, quando não comprova a regularidade da contratação.

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à honra e imagem (CF/88, art. 5º, X) são violados quando o nome do consumidor é negativado injustamente, ensejando reparação.

4.2. DO DANO MORAL DECORRENTE DA INSCRIÇÃO INDEVIDA

A jurisprudência consolidada entende que a inscrição indevida em cadastros de inadimplentes configura dano moral in re ipsa, dispensando a prova do prejuízo, pois o constrangimento e a humilhação são presumidos.

O CCB/2002, art. 927, prevê a obrigação de reparar o dano, sendo a responsabilidade da Ré objetiva, diante da falha na prestação do serviço e da ausência de relação jurídica.

A Súmula 54/STJ estabelece que os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, e a Súmula 362 do STJ determina que a correção monetária incide a partir do arbitramento da indenização.

Assim, restam presentes todos os requisitos para a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais, em valor compatível com o abalo sofrido pelo Autor, observando-se os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

4.3. DA FALSIDADE DOCUMENTAL

A apresentação de recibo de entrega com assinatura falsificada não pode ser admitida como prova de relação contratual. A falsidade documental, além de afastar a presunção de veracidade, reforça a inexistência de débito e a ilicitude da conduta da Ré.

O CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o que se encontra devidamente preenchido nesta exordial.

Portanto, a inscrição do nome do Autor em órgão de proteção ao crédito, sem respaldo contratual e com base em documento falso, é manifestamente indevida e enseja a tutela jurisdicional pretendida.

5. JURISPRUDÊNCIAS

“Alegação de inscrição indevida em cadastro de inadimplentes. Débitos declarados inexigíveis. Réu que não prova a origem dos débitos, tampouco relação jurídica entre as partes. Sentença mantida. [...] Inscrição indevida em cadastro de inadimplentes. Dano moral configurado. Indenização fixada em R$ 5.000,00. Valor razoável e proporcional. Início da fluência que deve observar a Súmula 54/STJ, contando-se a partir do evento danoso, pois se trata de responsabilid"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com pedido de Indenização por Danos Morais, proposta por A. J. dos S. em face de Empresa X Ltda.. Sustenta o autor nunca ter realizado ou recebido a compra que ensejou a inscrição de seu nome nos cadastros de proteção ao crédito (SERASA), apontando falsidade na assinatura dos documentos apresentados pela ré como prova. Afirma que tal conduta lhe causou constrangimentos e abalo à honra, motivo pelo qual pleiteia a declaração de inexistência do débito, a exclusão de seu nome dos cadastros restritivos e indenização por danos morais.

A parte ré foi regularmente citada e apresentou defesa, afirmando a existência da relação contratual, com base na documentação apresentada.

II. Fundamentação

1. Do Conhecimento

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido.

2. Dos Fatos e Prova dos Autos

O autor comprovou a existência de inscrição de seu nome no SERASA, decorrente de débito atribuído pela ré. A documentação apresentada pela requerida, especialmente nota fiscal e recibo de entrega, foi impugnada pelo autor, com alegação de falsidade da assinatura. A ré não logrou êxito em demonstrar a efetiva contratação ou recebimento da mercadoria pelo autor.

Conforme dispõe o CPC/2015, art. 373, II, o ônus da prova da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor incumbe ao réu, que, no caso, não se desincumbiu de tal encargo, pois a assinatura constante nos documentos foi contestada e não restou comprovada sua autenticidade.

Ademais, o CDC, art. 14 estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor decorrentes de falha na prestação do serviço, dispensando a necessidade de demonstração de culpa, bastando a existência do dano e do nexo causal.

3. Da Inscrição Indevida e Dano Moral

A jurisprudência pátria, inclusive as decisões colacionadas aos autos, é pacífica no sentido de que a inscrição indevida em cadastros de inadimplentes caracteriza dano moral in re ipsa, ou seja, prescinde de comprovação do prejuízo, visto que o constrangimento é presumido.

A CF/88, art. 5º, X,  garante a inviolabilidade da honra e imagem das pessoas, sendo a proteção à dignidade da pessoa humana princípio fundamental (CF/88, art. 1º, III).

Comprovada a inscrição indevida, resta configurado o dever de indenizar, nos termos do CCB/2002, art. 927.

4. Da Falsidade Documental

A alegação de falsidade na assinatura aposta nos documentos apresentados pela ré não foi infirmada por prova hábil, o que reforça a inexistência do débito e a ilicitude da inscrição do nome do autor no órgão restritivo.

5. Da Fundamentação Constitucional

O presente voto atende ao comando da CF/88 art. 93, IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, permitindo o controle, a transparência e a motivação dos julgamentos proferidos pelo Poder Judiciário.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Declarar a inexistência do débito objeto da inscrição do nome do autor nos cadastros de proteção ao crédito (SERASA), determinando à ré a imediata exclusão do nome do autor de tais cadastros;
  2. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais ao autor, que fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente a partir do arbitramento (Súmula 362/STJ) e acrescidos de juros de mora a contar do evento danoso (Súmula 54/STJ);
  3. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Defiro os benefícios da justiça gratuita ao autor, nos termos do CPC/2015, art. 98.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

Este é o voto que submeto à apreciação, observados os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do devido processo legal e da fundamentação das decisões judiciais.

[Local], [Data].
Juiz de Direito


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