Modelo de Ação de Regresso ajuizada por escritório de advocacia contra estagiário por negligência e omissão na comunicação de acordo judicial que resultou em multa de R$ 8.500,00 suportada pelo autor
Publicado em: 23/06/2025 AdvogadoCivelProcesso CivilPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE REGRESSO
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de [UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
AUTOR: E. A. de A. S. Advogados Associados, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-99, com sede na Rua das Acácias, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-000, na cidade de [Cidade]/[UF], endereço eletrônico: [email protected].
RÉU: J. F. dos S., brasileiro, solteiro, estudante de Direito, estagiário, inscrito no CPF sob o nº 123.456.789-00, residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 456, Bairro Jardim, CEP 00000-000, na cidade de [Cidade]/[UF], endereço eletrônico: [email protected].
3. DOS FATOS
O Autor é escritório de advocacia que, à época dos fatos, mantinha vínculo de estágio com o Réu, estudante de Direito, para atuação em demandas judiciais, inclusive na condição de preposto em audiências.
Em processo trabalhista movido em face do Condomínio Residencial Park 395, o Réu foi designado como preposto, tendo participado de audiência em que foi celebrado acordo judicial, com vencimento para o dia 05/02/2024.
O Réu recebeu, ainda na audiência, todas as informações relativas ao acordo, inclusive dados bancários para pagamento, e tinha o dever funcional e contratual de comunicar imediatamente tais informações à administração do condomínio e ao escritório, para viabilizar o cumprimento da obrigação no prazo.
Contudo, o Réu permaneceu inerte por mais de 10 (dez) dias, vindo a encaminhar as informações essenciais apenas às 23 horas do dia 05/02/2024, quando a administradora financeira do condomínio (Diggilar) já não operava mais movimentações bancárias, conforme previsto contratualmente.
Tal conduta omissiva e negligente resultou no descumprimento do acordo judicial, ensejando a aplicação de multa no valor de R$ 8.500,00 ao condomínio, valor este que foi integralmente suportado pelo Autor, que, na qualidade de responsável técnico e profissional, assumiu o prejuízo para resguardar o cliente e sua reputação.
Assim, busca o Autor o ressarcimento do prejuízo sofrido, em ação regressiva, diante da inequívoca responsabilidade do Réu por sua conduta omissiva e negligente.
Resumo: O Réu, por negligência e omissão, deixou de cumprir dever funcional, causando prejuízo direto ao Autor, que arcou com multa de R$ 8.500,00 imposta ao cliente.
4. DO DIREITO
4.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTAGIÁRIO
A responsabilidade civil decorre do dever jurídico de reparar o dano causado a outrem por ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186. O estagiário, ainda que em formação, responde por seus atos quando, por ação ou omissão, causar prejuízo a terceiro ou ao contratante, especialmente quando atua como preposto em nome do empregador.
O Réu agiu com manifesta negligência e omissão ao não comunicar tempestivamente os termos do acordo e os dados bancários necessários para o cumprimento da obrigação, descumprindo o dever de diligência e boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).
O vínculo de estágio não exime o estagiário da responsabilidade por danos causados por sua conduta, sendo-lhe aplicável o regime geral da responsabilidade civil, inclusive regressiva, conforme entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência.
4.2. DO DIREITO DE REGRESSO
O direito de regresso é assegurado àquele que, tendo suportado prejuízo em decorrência de ato de terceiro, pode buscar o ressarcimento do valor despendido, nos termos do CCB/2002, art. 927 e CPC/2015, art. 322.
No caso em tela, o Autor arcou com o pagamento da multa imposta ao cliente, valor que somente foi devido em razão da conduta omissiva do Réu, caracterizando-se, assim, o direito de regresso.
A jurisprudência é pacífica ao reconhecer a possibilidade de ação regressiva para ressarcimento de valores pagos em razão de ato culposo de preposto, estagiário ou empregado, desde que comprovado o nexo de causalidade, como no presente caso.
4.3. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Aplicam-se ao caso os princípios da boa-fé objetiva, responsabilidade e reparação integral do dano, previstos na CF/88, art. 5º, XXXV e CCB"'>...
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