Modelo de Ação de indenização por danos morais e materiais contra o Estado por omissão no atendimento a gestante infectada pelo vírus Zika, causando microcefalia e sequelas no filho menor
Publicado em: 03/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Fazenda Pública da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado do ____________.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. F. de S. L., brasileira, solteira, profissão ____________, portadora do CPF nº ____________, RG nº ____________, endereço eletrônico ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, neste ato representando seu filho menor R. F. de S. L., nascido em ___/___/____, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
em face do ESTADO DO ____________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº ____________, com sede na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, endereço eletrônico ____________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
A autora, A. F. de S. L., durante o curso de sua gestação, foi acometida pelo vírus Zika, conforme atestados e exames médicos anexos. Apesar de ter procurado atendimento médico na rede pública de saúde, não recebeu o acompanhamento especializado e tempestivo necessário, tampouco orientações adequadas sobre os riscos da infecção pelo Zika vírus durante a gravidez.
Em decorrência da infecção e da ausência de medidas preventivas e terapêuticas eficazes por parte do Estado, seu filho, R. F. de S. L., nasceu com graves sequelas físicas, notadamente microcefalia e outras limitações funcionais, que demandam cuidados médicos, terapias multidisciplinares e acompanhamento permanente.
Ressalte-se que a negligência estatal diante da epidemia do Zika vírus, amplamente noticiada na mídia e reconhecida em decisões judiciais, agravou o quadro de saúde do menor, privando-o de uma vida plena e impondo à família sofrimento emocional e despesas extraordinárias.
Tais fatos ensejam a responsabilização do Estado, que, por omissão, deixou de garantir o direito fundamental à saúde e à vida digna, previstos na CF/88, art. 6º e art. 196, e, por conseguinte, causou danos materiais e morais à autora e a seu filho.
4. DO DIREITO
4.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO
A Constituição Federal estabelece, em seu art. 37, §6º, da CF/88, que as pessoas jurídicas de direito público respondem objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Assim, para a configuração da responsabilidade civil estatal, basta a comprovação do dano, da conduta omissiva ou comissiva e do nexo causal, independentemente de culpa.
No caso em tela, restou evidenciado que a autora procurou atendimento médico durante a gestação, tendo sido diagnosticada com Zika vírus, mas não recebeu o acompanhamento e tratamento adequados, resultando no nascimento de seu filho com microcefalia e outras sequelas. O nexo causal entre a omissão estatal e o dano sofrido é claro, conforme reconhecido em laudos médicos e decisões judiciais análogas.
4.2. DO DIREITO À SAÚDE E À VIDA DIGNA
O direito à saúde é garantido a todos e dever do Estado, nos termos do CF/88, art. 196, devendo ser assegurado mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
A omissão estatal em fornecer acompanhamento adequado à gestante infectada pelo Zika vírus afronta, ainda, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), fundamento da República, e o direito à proteção integral da criança (CF/88, art. 227).
4.3. DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS
O dano moral decorre do sofrimento, angústia e abalo psicológico experimentados pela autora e seu filho, em razão das limitações impostas pela microcefalia e demais sequelas, sendo presumido (in re ipsa) diante da gravidade do quadro. O dano material, por sua vez, consiste nas despesas médicas, terapias, medicamentos, equipamentos e adaptações necessárias à sobrevivência e ao desenvolvimento do menor, além de eventuais perdas financeiras da genitora.
O Código Civil, em seu CCB/2002, art. 186 e art. 927, prevê a obrigação de indenizar aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.
4.4. DOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS RELEVANTES
Destacam-se, ainda, os princípios da legalidade, da eficiência, da proteção integral da criança e do melhor interesse do menor, que impõem ao Estado o dever de agir de forma diligente e eficaz na prestação dos serviços de saúde, especialmente em situações de epidemia e vulnerabilidade social.
O descumprimento desses deveres configura ato ilícito e enseja a reparação integral dos danos sofridos pelos autores.
4.5. DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Esta petição observa todos os requisitos do CPC/2015, art. 319, apresentando a qualificação das partes, a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, os pedidos com suas especificações, o valor da causa, as provas pretendidas e a opção pela audiência de conciliação/mediação.
Em síntese, estão presentes todos os elementos necessários à procedência da ação, devendo o Estado ser condenado à reparação dos danos morais e materiais sofridos pelos autores.
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