Modelo de Ação de indenização por danos morais e materiais contra o Estado por omissão no atendimento a gestante infectada pelo vírus Zika, causando microcefalia e sequelas no filho menor

Publicado em: 03/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial que propõe ação contra o Estado do ____________, fundamentada na responsabilidade civil objetiva por omissão no atendimento a gestante infectada pelo vírus Zika, resultando no nascimento do filho com microcefalia e outras sequelas, pleiteando indenização por danos morais, materiais e obrigação de custear terapias multidisciplinares, com base nos artigos 37, §6º, 196 e 227 da CF/88, no Código Civil e no CPC/2015.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Fazenda Pública da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado do ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. F. de S. L., brasileira, solteira, profissão ____________, portadora do CPF nº ____________, RG nº ____________, endereço eletrônico ____________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, neste ato representando seu filho menor R. F. de S. L., nascido em ___/___/____, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face do ESTADO DO ____________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº ____________, com sede na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, endereço eletrônico ____________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora, A. F. de S. L., durante o curso de sua gestação, foi acometida pelo vírus Zika, conforme atestados e exames médicos anexos. Apesar de ter procurado atendimento médico na rede pública de saúde, não recebeu o acompanhamento especializado e tempestivo necessário, tampouco orientações adequadas sobre os riscos da infecção pelo Zika vírus durante a gravidez.

Em decorrência da infecção e da ausência de medidas preventivas e terapêuticas eficazes por parte do Estado, seu filho, R. F. de S. L., nasceu com graves sequelas físicas, notadamente microcefalia e outras limitações funcionais, que demandam cuidados médicos, terapias multidisciplinares e acompanhamento permanente.

Ressalte-se que a negligência estatal diante da epidemia do Zika vírus, amplamente noticiada na mídia e reconhecida em decisões judiciais, agravou o quadro de saúde do menor, privando-o de uma vida plena e impondo à família sofrimento emocional e despesas extraordinárias.

Tais fatos ensejam a responsabilização do Estado, que, por omissão, deixou de garantir o direito fundamental à saúde e à vida digna, previstos na CF/88, art. 6º e art. 196, e, por conseguinte, causou danos materiais e morais à autora e a seu filho.

4. DO DIREITO

4.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO

A Constituição Federal estabelece, em seu art. 37, §6º, da CF/88, que as pessoas jurídicas de direito público respondem objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Assim, para a configuração da responsabilidade civil estatal, basta a comprovação do dano, da conduta omissiva ou comissiva e do nexo causal, independentemente de culpa.

No caso em tela, restou evidenciado que a autora procurou atendimento médico durante a gestação, tendo sido diagnosticada com Zika vírus, mas não recebeu o acompanhamento e tratamento adequados, resultando no nascimento de seu filho com microcefalia e outras sequelas. O nexo causal entre a omissão estatal e o dano sofrido é claro, conforme reconhecido em laudos médicos e decisões judiciais análogas.

4.2. DO DIREITO À SAÚDE E À VIDA DIGNA

O direito à saúde é garantido a todos e dever do Estado, nos termos do CF/88, art. 196, devendo ser assegurado mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

A omissão estatal em fornecer acompanhamento adequado à gestante infectada pelo Zika vírus afronta, ainda, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), fundamento da República, e o direito à proteção integral da criança (CF/88, art. 227).

4.3. DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS

O dano moral decorre do sofrimento, angústia e abalo psicológico experimentados pela autora e seu filho, em razão das limitações impostas pela microcefalia e demais sequelas, sendo presumido (in re ipsa) diante da gravidade do quadro. O dano material, por sua vez, consiste nas despesas médicas, terapias, medicamentos, equipamentos e adaptações necessárias à sobrevivência e ao desenvolvimento do menor, além de eventuais perdas financeiras da genitora.

O Código Civil, em seu CCB/2002, art. 186 e art. 927, prevê a obrigação de indenizar aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.

4.4. DOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS RELEVANTES

Destacam-se, ainda, os princípios da legalidade, da eficiência, da proteção integral da criança e do melhor interesse do menor, que impõem ao Estado o dever de agir de forma diligente e eficaz na prestação dos serviços de saúde, especialmente em situações de epidemia e vulnerabilidade social.

O descumprimento desses deveres configura ato ilícito e enseja a reparação integral dos danos sofridos pelos autores.

4.5. DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

Esta petição observa todos os requisitos do CPC/2015, art. 319, apresentando a qualificação das partes, a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, os pedidos com suas especificações, o valor da causa, as provas pretendidas e a opção pela audiência de conciliação/mediação.

Em síntese, estão presentes todos os elementos necessários à procedência da ação, devendo o Estado ser condenado à reparação dos danos morais e materiais sofridos pelos autores.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos morais e materiais ajuizada por A. F. de S. L., representando seu filho menor R. F. de S. L., em face do Estado do ____________, sob o fundamento de omissão estatal no acompanhamento médico durante a gestação, quando a autora foi acometida pelo vírus Zika. Sustenta que a ausência de atendimento adequado resultou no nascimento de seu filho com microcefalia e outras sequelas, requerendo a condenação do Estado ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, bem como à obrigação de custear terapias e tratamentos necessários.

II. Fundamentação

1. Preliminares

Verifico que a petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando presentes a qualificação das partes, a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, os pedidos e demais requisitos legais. Não há vícios capazes de impedir o conhecimento da demanda.

2. Mérito

A controvérsia reside na responsabilidade do Estado por suposta omissão no atendimento médico à gestante infectada pelo Zika vírus e na consequente ocorrência de microcefalia em seu filho.

2.1. Da Responsabilidade Civil Objetiva do Estado

Nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, as pessoas jurídicas de direito público respondem objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. A configuração da responsabilidade civil do Estado exige a demonstração do dano, da conduta omissiva ou comissiva e do nexo de causalidade, independentemente de culpa.

No caso dos autos, restou comprovado pelos documentos acostados que a autora, durante a gestação, buscou atendimento na rede pública de saúde, não tendo recebido o acompanhamento tempestivo e especializado necessário, o que culminou no nascimento de seu filho com microcefalia e outras graves sequelas. O laudo médico evidencia o nexo causal entre a omissão estatal e o dano experimentado.

2.2. Do Direito à Saúde e à Vida Digna

O art. 196 da CF/88 assegura o direito à saúde como dever do Estado, devendo ser garantido mediante políticas que visem à redução do risco de doença e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Ademais, o art. 1º, III consagra o princípio da dignidade da pessoa humana, e o art. 227 impõe à família, à sociedade e ao Estado o dever de assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à saúde e à proteção integral.

A omissão estatal, neste caso, afronta frontalmente tais dispositivos, privando o menor da possibilidade de um desenvolvimento saudável e impondo à família sofrimento e ônus extraordinários.

2.3. Dos Danos Morais e Materiais

Restou caracterizado o dano moral, diante do sofrimento e angústia suportados pelos autores, sendo este presumido em razão da gravidade das sequelas. Os danos materiais, por sua vez, decorrem das despesas comprovadas e futuras relativas a tratamentos, terapias, medicamentos e adaptações necessárias ao menor.

O art. 186 e o art. 927 do Código Civil preveem o dever de indenizar aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem.

2.4. Dos Princípios e Jurisprudência

A solução da presente lide deve observar os princípios da legalidade, eficiência, proteção integral da criança e melhor interesse do menor. Os precedentes jurisprudenciais colacionados pela parte autora corroboram o entendimento pela responsabilização do Estado em hipóteses análogas, inclusive com condenação à reparação integral dos danos.

Ressalte-se que a fundamentação do presente voto observa o disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige decisões judiciais fundamentadas, com indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que as embasam.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Condenar o Estado do ____________ ao pagamento de indenização por danos morais em valor a ser apurado na fase de liquidação, sugerindo-se, conforme precedentes, o patamar de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), a ser fixado conforme o prudente arbítrio deste juízo.
  2. Condenar o Estado ao pagamento de indenização por danos materiais, abrangendo todas as despesas médicas, terapias, medicamentos, equipamentos e adaptações necessárias, devidamente comprovadas, conforme apuração em liquidação de sentença.
  3. Condenar o Estado à obrigação de custear integral e continuamente todas as terapias multidisciplinares necessárias ao desenvolvimento do menor, inclusive home care, se indicado em laudo médico.
  4. Determinar a incidência de juros e correção monetária sobre os valores devidos, nos termos do Tema 905 do STJ - e da EC 113/2021.
  5. Condenar o réu ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos do CPC/2015, art. 85, a serem fixados em liquidação.
  6. Conceder à autora os benefícios da justiça gratuita, por ser pessoa hipossuficiente (CPC/2015, art. 98).
  7. Designar, se necessário, audiência de conciliação/mediação (CPC/2015, art. 319, VII).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Recurso

Considerando o regular processamento da presente demanda e a ausência de vícios formais, conheço dos eventuais recursos interpostos, desde que tempestivos e adequadamente fundamentados.

V. Considerações Finais

O voto ora proferido está devidamente fundamentado nos fatos comprovados e nos fundamentos constitucionais e legais aplicáveis, em estrita observância ao art. 93, IX, da CF/88, assegurando a prestação jurisdicional devida e a segurança jurídica das partes.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 202__.

___________________________________
Juiz(a) de Direito


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