Modelo de Ação de Exoneração de Alimentos com Pedido de Tutela de Urgência contra Ré maior de idade e financeiramente independente, fundamentada no artigo 1.699 do CCB e súmulas do STJ

Publicado em: 01/06/2025 Processo Civil Familia
Modelo de petição inicial para ação de exoneração de alimentos ajuizada por servidor público contra filha maior de idade e financeiramente independente, com pedido liminar de suspensão da obrigação alimentar, com fundamentação no binômio necessidade-possibilidade, artigos 1.694 e 1.699 do Código Civil, Súmula 358 e Súmula 621 do STJ, além da solicitação de citação por meio eletrônico para maior celeridade processual.
← deslize para o lado para ver mais opções

AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ___, do Tribunal de Justiça do Estado de ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. E. da S., brasileiro, casado, servidor público, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, CEP ___, Cidade/UF, por intermédio de seu advogado (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face de M. F. da S., brasileira, solteira, estudante/profissional autônoma, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua ___, nº ___, Bairro ___, CEP ___, Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, A. E. da S., é genitor e alimentante da Ré, M. F. da S., em virtude de decisão judicial que fixou alimentos em favor da filha menor. Contudo, a situação fática sofreu substancial alteração, ensejando o presente pedido de exoneração.

Inicialmente, cumpre destacar que a Ré atingiu a maioridade em 29 de maio de 2025, conforme certidão de nascimento anexa, nascida em 2007. A maioridade civil, nos termos do CCB/2002, art. 5º, implica o término da presunção absoluta de necessidade alimentar, cabendo à alimentada, doravante, demonstrar a real necessidade da continuidade da prestação.

Ademais, restou evidenciado que M. F. da S. possui condições de prover o próprio sustento, sendo financeiramente independente. A Ré ostenta, inclusive, aparelho celular de alto valor (Iphone 11, avaliado em aproximadamente R$ 3.000,00), além de exercer atividade remunerada, fatos que denotam ausência de necessidade alimentar.

O Autor, por sua vez, enfrenta grave crise financeira, não conseguindo prover sequer suas necessidades básicas, como a própria alimentação. Junta-se contracheque e comprovantes de despesas, especialmente aluguel, que demonstram a total incompatibilidade entre a renda auferida e o valor da pensão fixada. Ressalte-se ainda que a esposa do Autor, dona de casa e portadora de depressão, precisou se mudar para a residência materna para amenizar os gastos familiares, conforme certidão de casamento anexa.

Diante do exposto, resta evidente a alteração do binômio necessidade-possibilidade, autorizando a exoneração da obrigação alimentar, nos termos do CCB/2002, art. 1.699.

Por fim, requer-se que a citação da Ré seja realizada, preferencialmente, via WhatsApp, em razão da celeridade e efetividade, nos termos do CPC/2015, art. 246, §1º.

4. DO DIREITO

4.1. DA MAIORIDADE E DA NECESSIDADE DE EXONERAÇÃO

O dever de prestar alimentos decorre do parentesco, conforme CCB/2002, art. 1.694, e deve observar o binômio necessidade-possibilidade. Com a maioridade civil, cessa a presunção de necessidade, cabendo ao alimentado comprovar a imprescindibilidade da verba alimentar (Súmula 358/STJ).

O artigo 1.699 do CCB/2002 prevê expressamente a possibilidade de revisão ou exoneração dos alimentos diante de alteração na situação financeira do alimentante ou do alimentado: “Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.”

A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que a obrigação alimentar não se perpetua após a maioridade, salvo comprovada necessidade do alimentado (STJ, Rec. Esp. 1.584.503 - RS). Assim, a exoneração depende de decisão judicial, assegurado o contraditório.

4.2. DA ALTERAÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO ALIMENTANTE

O Autor enfrenta grave dificuldade financeira, não conseguindo arcar com o valor fixado a título de alimentos, sem prejuízo de sua própria subsistência e de sua esposa, que se encontra em situação de vulnerabilidade. O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) impõe que o alimentante não seja compelido a prestar alimentos em valor que comprometa sua própria sobrevivência.

O CCB/2002, art. 1.694, §1º, estabelece que “os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada”. A impossibilidade do alimentante é causa legítima para exoneração, conforme reiterada jurisprudência.

4.3. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, a manutenção da obrigação alimentar em face da maioridade e da independência financeira da Ré, aliada à situação de penúria do Autor, configura perigo de dano irreparável, justificando a suspensão liminar da obrigação alimentar até decisão final"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de ação de exoneração de alimentos proposta por A. E. da S. em face de M. F. da S., na qual o autor requer a suspensão e posterior exoneração definitiva da obrigação alimentar, alegando, em síntese, o atingimento da maioridade civil pela requerida, bem como sua independência financeira e alteração substancial da situação econômica do alimentante.

Sobreveio pedido de tutela de urgência para suspensão imediata dos alimentos.

As partes foram devidamente citadas e instruíram os autos com documentos comprobatórios das respectivas alegações.

II. FUNDAMENTAÇÃO

II.1. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido e do recurso, caso manejado.

II.2. Dos Fatos e do Direito

A controvérsia versa sobre a manutenção ou exoneração da obrigação alimentar fixada em favor de filha que, conforme a inicial e documentos acostados, atingiu a maioridade civil em 29 de maio de 2025, conforme certidão de nascimento.

Conforme dispõe o art. 5º do Código Civil, a maioridade civil é adquirida aos 18 anos, momento em que cessa a presunção absoluta de necessidade alimentar, passando a ser ônus da alimentada demonstrar a real necessidade da manutenção da verba alimentar (Súmula 358/STJ).

No caso, a requerida não logrou êxito em comprovar sua dependência econômica, havendo nos autos indícios claros de independência financeira, tais como a posse de bens de valor (aparelho celular) e exercício de atividade remunerada.

O autor, por sua vez, demonstrou grave crise financeira, inclusive com prejuízo à própria subsistência e de sua esposa, em situação de vulnerabilidade. Ressalte-se que o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) assegura a ambos, alimentante e alimentada, a proteção mínima à existência digna.

O art. 1.699 do Código Civil autoriza a revisão ou exoneração dos alimentos sempre que houver alteração na situação financeira do alimentante ou alimentado:

“Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.”

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que a obrigação alimentar não é perpétua, e sua manutenção após a maioridade depende de efetiva demonstração da necessidade:

“A obrigação alimentar não cessa automaticamente em virtude da maioridade do filho, subsistindo o dever de assistência do pai fundado no parentesco consanguíneo. O pedido de cancelamento da obrigação está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos, nos termos da Súmula 358/STJ.”
(STJ, REsp Acórdão/STJ)

No presente caso, além da maioridade, está comprovada a ausência de necessidade da requerida e a impossibilidade do autor em manter os pagamentos sem prejuízo próprio, levando à alteração do binômio necessidade-possibilidade.

Ademais, a tutela de urgência encontra respaldo no art. 300 do CPC, diante da verossimilhança das alegações e do perigo de dano irreparável ao alimentante.

Quanto à citação por meio eletrônico, o art. 246, §1º do CPC autoriza a utilização de meios eletrônicos para garantir celeridade e efetividade processual.

Ressalto, ainda, a observância aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da solidariedade familiar (CF/88, art. 226), da proporcionalidade, da razoabilidade e do contraditório e ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), bem como o princípio da efetividade da prestação jurisdicional.

II.3. Da Fundamentação Constitucional – Art. 93, IX, da CF/88

O art. 93, IX, da Constituição Federal estabelece que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. O presente voto está devidamente motivado, com análise dos fatos, provas e fundamentos jurídicos pertinentes.

III. DISPOSITIVO

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Exonerar definitivamente o autor da obrigação alimentar fixada em favor da requerida, a partir da data da citação, nos termos da Súmula 621/STJ;
  2. Confirmar a tutela de urgência anteriormente concedida, tornando-a definitiva;
  3. Determinar a citação da requerida por meio eletrônico, conforme requerido, desde que garantida a ciência inequívoca;
  4. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, se houver resistência, na forma da lei.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Transitada em julgado, arquivem-se.

IV. CONCLUSÃO

É como voto.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2025.

_______________________________________
Magistrado
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.