Modelo de Resposta à Acusação com Fundamentação em Estado de Necessidade e Ausência de Dolo no Crime de Furto

Publicado em: 26/08/2024 Direito Penal Processo Penal
Resposta à acusação apresentada por Amadeoh Santos em processo criminal, com base nos artigos 155, 24 e 396-A do Código Penal e do Código de Processo Penal. A defesa argumenta ausência de dolo em conduta caracterizada como furto, justificando o ato por estado de necessidade para prestar socorro em situação de emergência médica. Também é pleiteada a nulidade do processo devido à suspeição do juiz, além da solicitação de absolvição com suporte em jurisprudências relevantes.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MANOEL RIBAS – PR

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

AMADEOH SANTOS, brasileiro, estudante universitário, portador do CPF nº [INSERIR], residente e domiciliado na Rua [INSERIR], nº [INSERIR], Bairro [INSERIR], Cidade de Cândido de Abreu, Estado do Paraná, por meio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua [INSERIR], nº [INSERIR], Bairro [INSERIR], Cidade [INSERIR], Estado [INSERIR], onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 396-A, apresentar sua:

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público, nos termos que seguem:

PREÂMBULO

O denunciado foi citado em 05 de agosto de 2024 (segunda-feira). Assim, considerando o prazo de 10 (dez) dias previsto no CPP, art. 396-A, a presente peça é tempestiva, sendo o último dia para protocolo em 15 de agosto de 2024 (quinta-feira).

DOS FATOS

Conforme narra a denúncia, no dia 01 de junho de 2022, por volta das 22h30min, na Cidade de Manoel Ribas, o acusado teria subtraído o automóvel de Tlcio, professor, sem o emprego de violência ou grave ameaça, sendo denunciado pela prática do crime previsto no CP, art. 155, §1º.

Contudo, o acusado, ao ser interrogado, admitiu a prática do ato, mas justificou que o fez para prestar socorro a Mévio, estudante da mesma universidade, que estava sofrendo um infarto. Tal situação foi confirmada por Mévio e corroborada por laudo médico acostado aos autos.

DO DIREITO

1. DA AUSÊNCIA DE DOLO

O crime de furto, tipificado no CP, art. 155, exige, para sua configuração, a presença do elemento subjetivo do dolo, ou seja, a intenção de subtrair coisa alheia móvel para si ou para outrem, de forma definitiva.

No caso em tela, o réu não agiu com a intenção de se apropriar do veículo de Tlcio. Sua conduta foi motivada pela necessidade de prestar socorro imediato a Mévio, que estava em situação de emergência médica, conforme atestado pelo laudo médico acostado aos autos.

Portanto, a ausência de dolo na conduta do acusado descaracteriza o crime de furto.

2. DA EXCLUDENTE DE ILICITUDE – ESTADO DE NECESSIDADE

O CP, art. 24, prevê o estado de necessidade como causa excludente de ilicitude, dispondo que "considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se".

O acusado agiu para salvar a vida de Mévio, que estava sofrendo um infarto e necessitava de atendimento médico imediato. A utilização do veículo de Tlcio"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação penal em que o acusado Amadeoh Santos foi denunciado pela prática do crime de furto, previsto no CP, art. 155, §1º, em razão da subtração de um automóvel pertencente ao Sr. Tlcio. Na resposta à acusação, o réu admitiu o fato, mas justificou sua conduta pela necessidade de prestar socorro a um terceiro, que estava em situação de emergência médica.

Os autos trazem elementos que corroboram a versão do réu, incluindo laudo médico que atesta a situação de emergência e depoimentos que confirmam sua boa-fé. A defesa requer a absolvição do réu com fundamento na ausência de dolo ou no reconhecimento da excludente de ilicitude do estado de necessidade (CP, art. 24).

Fundamentação

1. Da ausência de dolo

O crime de furto exige, para sua configuração, a presença do dolo, ou seja, a intenção deliberada de se apropriar de coisa alheia de forma definitiva. No caso em análise, restou demonstrado que o réu não agiu com o propósito de se apropriar do veículo, mas, sim, com o objetivo de prestar socorro imediato a uma pessoa em situação de perigo iminente.

A conduta do réu, portanto, não preenche os elementos subjetivos necessários para a configuração do crime de furto.

2. Da excludente de ilicitude – estado de necessidade

O CP, art. 24, prevê o estado de necessidade como causa excludente de ilicitude, aplicável quando o agente pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, direito próprio ou alheio, sendo o sacrifício de outro bem jurídico, nas circunstâncias, razoável.

No presente caso, o réu agiu para salvar a vida de Mévio, que estava sofrendo um infarto. A utilização do veículo foi o único meio disponível para garantir o socorro em tempo hábil. Tal conduta é plenamente justificável à luz do ordenamento jurídico, afastando a ilicitude do ato praticado.

3. Da alegação de nulidade por suspeição do magistrado

A defesa também suscita a nulidade do processo, alegando a suspeição do magistrado em razão de amizade íntima com a vítima, com fundamento no CPP, art. 254, I. No entanto, após análise dos autos, não foram identificados elementos suficientes para comprovar a alegada parcialidade do juiz.

Assim, rejeito a preliminar de nulidade por suspeição.

Conclusão

À luz do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, entendo que a conduta do réu está amparada pela excludente de ilicitude do estado de necessidade (CP, art. 24), razão pela qual voto pela procedência do pedido de absolvição do réu, nos termos do CPP, art. 386, VI.

Por outro lado, rejeito a preliminar de nulidade por suspeição do magistrado, por ausência de comprovação da alegação.

Dispositivo

Ante o exposto, voto por:

  1. Julgar procedente o pedido de absolvição do réu Amadeoh Santos, com fundamento no CPP, art. 386, VI, em razão do reconhecimento da excludente de ilicitude do estado de necessidade;
  2. Rejeitar a preliminar de nulidade por suspeição do magistrado.

É como voto.

[Local], [Data]

Juiz de Direito


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