Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Inexigibilidade de Débito c.c. Restituição de Valores e Danos Morais

Publicado em: 16/10/2024 Processo CivilConsumidor
Documento jurídico no qual o Autor, em resposta à contestação apresentada pela Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional – AAPEN, refuta as alegações preliminares e de mérito apresentadas pela Ré. O Autor argumenta sobre a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, a inexistência de justificativa para os descontos realizados, a obrigatoriedade da restituição em dobro dos valores e a configuração de danos morais em razão dos descontos indevidos em benefício previdenciário. Fundamenta-se em dispositivos constitucionais, do Código de Processo Civil, Código de Defesa do Consumidor e Código Civil, além de jurisprudências correlatas.

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

AO JUÍZO DE DIREITO DA 13ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU – SE

2. PREÂMBULO

Processo nº: 0040354-57.2024.8.25.0001

Autor: J. F. A. V.

Ré: ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN

J. F. A. V., já qualificado nos autos da AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO c.c. RESTITUIÇÃO DE VALORES c.c. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS que move em face da ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

com fulcro no CPC/2015, art. 350, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos.

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

A Ré apresentou contestação na qual alega, em preliminar, ausência de interesse de agir, sob o argumento de que a parte autora não teria esgotado as vias administrativas antes de ajuizar a ação. No mérito, sustenta a inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, a inexistência de má-fé que justifique a repetição do indébito em dobro, e a ausência de danos morais. Por fim, impugna o valor pleiteado a título de indenização por danos morais, reputando-o excessivo.

4. PRELIMINARES

4.1. IMPUGNAÇÃO À ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR

A alegação de ausência de interesse de agir não merece prosperar. O CPC/2015, art. 17, dispõe que "para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade". O interesse processual se configura pela utilidade e necessidade da tutela jurisdicional, o que se verifica no presente caso.

O desconto indevido no benefício previdenciário do Autor, sem sua autorização, é fato concreto e atual, que justifica a propositura da demanda. O Autor não está obrigado a buscar solução administrativa prévia, pois o acesso ao Judiciário é direito constitucionalmente assegurado (CF/88, art. 5º, XXXV). A ausência de tentativa de solução extrajudicial não impede o exercício do direito de ação, conforme pacífica jurisprudência.

Portanto, deve ser rejeitada a preliminar de ausência de interesse de agir.

5. DO MÉRITO

5.1. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

A Ré sustenta que não se aplica o CDC ao caso, pois seria uma associação civil sem fins lucrativos. No entanto, tal argumento não se sustenta. A jurisprudência pátria tem reconhecido que as associações que realizam descontos em folha de pagamento, mediante convênios com instituições financeiras ou órgãos públicos, atuam como fornecedoras de serviços, sujeitando-se às normas do CDC (CDC, art. 3º, §2º).

Conforme jurisprudência do TJSP e TJRJ, as associações que realizam descontos sem autorização expressa do consumidor configuram relação de consumo, sendo aplicável o CDC, inclusive com possibilidade de inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII).

5.2. DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO

O art. 42, parágrafo único, do CDC, estabelece que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à devolução em dobro do valor pago, salvo engano justificável. No presente caso, a Ré não demonstrou qualquer justificativa plausível para os descontos realizados, tampouco apresentou contrato válido e assinado pelo Autor.

Assim, restando comprovada a cobrança indevida e a ausência de boa-fé da Ré, é devida a restituição em dobro dos valores descontados, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único.

5.3. DA EXISTÊNCIA DE D"'>...


Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº: 0040354-57.2024.8.25.0001

Autor: J. F. A. V.
Ré: ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN

Voto

Trata-se de ação de Inexigibilidade de Débito c.c. Restituição de Valores e Indenização por Danos Morais ajuizada por J. F. A. V. em face da ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN, em razão de descontos indevidos em proventos de aposentadoria, sem autorização expressa do autor.

Inicialmente, afasto a preliminar de ausência de interesse de agir suscitada pela parte ré. O acesso ao Judiciário é direito fundamental previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988, sendo desnecessário o exaurimento da via administrativa para o exercício do direito de ação. A existência de desconto não autorizado diretamente nos proventos do autor configura lesão concreta e atual, atraindo a tutela jurisdicional.

No mérito, entendo que assiste razão ao autor. Os documentos acostados aos autos demonstram a ocorrência de descontos em seus proventos sem a devida autorização formal. A parte ré não logrou êxito em comprovar a existência de vínculo jurídico válido, tampouco apresentou autorização expressa do autor para os descontos questionados.

É pacífico o entendimento jurisprudencial de que associações que realizam descontos em folha de pagamento de aposentadorias, mediante convênios, mesmo sendo entidades sem fins lucrativos, submetem-se às normas do Código de Defesa do Consumidor, por se enquadrarem como fornecedoras nos termos do art. 3º, § 2º, do CDC. Assim, aplica-se ao caso a legislação consumerista, inclusive com a possibilidade de inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do mesmo diploma legal.

Quanto à repetição do indébito, restou evidenciado que os descontos foram indevidos e não decorreram de engano justificável por parte da ré, motivo pelo qual deve ser aplicada a restituição em dobro dos valores cobrados, consoante determina o art. 42, parágrafo único, do CDC.

No que tange ao pedido de indenização por danos morais, entendo que a conduta da ré violou a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), ao proceder com descontos sem autorização em proventos de natureza alimentar, o que extrapola o mero aborrecimento e configura lesão a direito da personalidade. A jurisprudência reconhece que tal prática enseja dano moral presumido, sendo desnecessária a demonstração do prejuízo concreto.

O valor pleiteado a título de danos morais, no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), mostra-se razoável e proporcional, considerando a gravidade da conduta, a finalidade punitiva e pedagógica da indenização, bem como precedentes jurisprudenciais em casos análogos.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação das decisões judiciais, REJEITO a preliminar de ausência de interesse de agir e, no mérito, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • Declarar a inexigibilidade dos débitos oriundos dos descontos realizados pela ré nos proventos do autor;
  • Condenar a ré à restituição em dobro dos valores indevidamente descontados, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC;
  • Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
  • Determinar a aplicação do Código de Defesa do Consumidor à relação jurídica entre as partes, com inversão do ônus da prova;
  • Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Aracaju/SE, [data atualizada automaticamente pelo sistema judicial eletrônico].

Juiz de Direito
[Nome do Magistrado]


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Petição Inicial de Ação de Inexigibilidade de Débito, Restituição de Descontos Indevidos, Indenização por Danos Morais e Pedido de Tutela Antecipada em Caso de Cartão Consignado Não Contratado por Idoso contra Instituição Bancária

Modelo de Petição Inicial de Ação de Inexigibilidade de Débito, Restituição de Descontos Indevidos, Indenização por Danos Morais e Pedido de Tutela Antecipada em Caso de Cartão Consignado Não Contratado por Idoso contra Instituição Bancária

Publicado em: 29/10/2024 Processo CivilConsumidor

Modelo completo de petição inicial para ação judicial visando a declaração de inexistência de relação jurídica e inexigibilidade de débito referente a descontos indevidos em benefício previdenciário de idoso, realizados por instituição financeira sob alegação de contrato de cartão de crédito consignado não reconhecido. A peça requer a suspensão imediata dos descontos (tutela antecipada), restituição em dobro dos valores descontados, indenização por danos morais, prioridade na tramitação por se tratar de pessoa idosa, e fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil, Estatuto do Idoso e jurisprudência consolidada. Inclui pedidos de citação, produção de provas, condenação em custas e honorários, além de sugestões de desdobramentos processuais.

Acessar

Modelo de Réplica à contestação em ação declaratória de inexigibilidade de débito contra CAESB por cobrança indevida de consumo de água e esgoto em imóvel desocupado, com pedido de danos morais e inversão do ônus da p...

Modelo de Réplica à contestação em ação declaratória de inexigibilidade de débito contra CAESB por cobrança indevida de consumo de água e esgoto em imóvel desocupado, com pedido de danos morais e inversão do ônus da p...

Publicado em: 25/04/2025 Processo CivilConsumidor

Modelo de réplica à contestação em ação declaratória de inexigibilidade de débito ajuizada por consumidora contra a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB). A peça impugna a contestação que alega funcionamento regular do hidrômetro, ausência de comunicação formal da desocupação do imóvel e reconhecimento do débito pelo parcelamento. Argumenta-se a inexistência de consumo comprovada por laudo técnico, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor para inversão do ônus da prova, a ilegitimidade do protesto e a responsabilidade da concessionária pela cobrança indevida, com pedido de exclusão do nome da autora dos cadastros restritivos, restituição em dobro dos valores pagos e indenização por danos morais. A peça ainda requer a condenação em custas e honorários, produção de provas e designação de audiência de conciliação.

Acessar

Modelo de Réplica à Contestação do INSS em Ação de Descontos Indevidos de Empréstimo Consignado em Benefício Previdenciário: Impugnação das Preliminares, Defesa da Responsabilidade Subsidiária e Pedido de Restituição e Indenização

Modelo de Réplica à Contestação do INSS em Ação de Descontos Indevidos de Empréstimo Consignado em Benefício Previdenciário: Impugnação das Preliminares, Defesa da Responsabilidade Subsidiária e Pedido de Restituição e Indenização

Publicado em: 07/11/2024 Processo CivilConsumidor

Modelo de réplica à contestação apresentada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em ação ajuizada por beneficiário que sofreu descontos indevidos em seu benefício previdenciário, supostamente relativos a empréstimo consignado não contratado. O documento aborda, de forma detalhada e fundamentada, a ilegitimidade passiva, ausência de interesse processual, incompetência absoluta da Justiça Federal e prescrição, rebatendo as preliminares levantadas pelo INSS. No mérito, defende a responsabilidade solidária ou subsidiária do INSS, com base em legislação e jurisprudência, pela fiscalização e regularidade dos descontos, além de pleitear a restituição dos valores descontados e indenização por danos materiais e morais. O modelo inclui pedidos de produção de provas e expressa menção a dispositivos legais para fins de prequestionamento. Indicado para ações que discutem descontos indevidos em benefícios do INSS, especialmente em casos de empréstimo consignado fraudulento.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.