Modelo de Recurso Ordinário Trabalhista para Reversão de Justa Causa e Reconhecimento de Estabilidade Gestacional

Publicado em: 12/02/2025 Advogado Trabalhista Processo do Trabalho
Petição inicial de Recurso Ordinário Trabalhista interposto por Analista de Departamento Pessoal Pleno, demitida por justa causa, com o objetivo de reverter a penalidade aplicada, reconhecer a estabilidade gestacional garantida constitucionalmente e solicitar o pagamento de verbas rescisórias, indenização por danos morais, além de honorários advocatícios sucumbenciais. O recurso alega abuso de direito por parte da empregadora e fundamenta-se em dispositivos da CLT, Constituição Federal e Código Civil, além de jurisprudências do TST que reforçam a necessidade de justa causa comprovada.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ___ VARA DO TRABALHO DE DIADEMA - SP

Processo nº: [inserir número do processo]

PREÂMBULO

D. G. P., brasileira, solteira, Analista de Departamento Pessoal Pleno, portadora do CPF nº [inserir], RG nº [inserir], residente e domiciliada na Rua [inserir endereço completo], por meio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua [inserir endereço completo], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente:

RECURSO ORDINÁRIO TRABALHISTA

Em face de EVSA Comércio e Serviços Industriais Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [inserir], com sede na Rua [inserir endereço completo], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A reclamante foi admitida pela reclamada em 17/01/2024, exercendo a função de Analista de Departamento Pessoal Pleno, com salário mensal de R$ 4.200,00. Durante o contrato de trabalho, a reclamante desempenhou diversas atividades além das inicialmente contratadas, acumulando funções e responsabilidades que extrapolavam suas atribuições.

Em abril de 2024, a reclamante foi enviada às pressas para a filial da reclamada em Ouro Branco/MG e, posteriormente, para a filial no Rio de Janeiro/RJ, onde descobriu estar grávida. Por razões pessoais e devido à fragilidade inicial da gestação, optou por não informar sua chefia imediata em Diadema/SP.

Em 10/06/2024, a reclamante foi demitida por justa causa, sob a alegação de que seu companheiro teria se hospedado no mesmo hotel e visitado o escritório da filial do Rio de Janeiro sem autorização. A reclamada utilizou tais fatos como pretexto para justificar a dispensa, ignorando a estabilidade gestacional da reclamante e agindo em flagrante abuso de direito.

DO DIREITO

A dispensa por justa causa deve ser aplicada somente em casos de extrema gravidade, conforme disposto no CLT, art. 482. No presente caso, a reclamada não demonstrou qualquer conduta grave por parte da reclamante que justificasse a penalidade máxima.

A estabilidade gestacional é garantida pela CF/88, art. 10, II, "b", que assegura à empregada gestante a manutenção do vínculo empregatício desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. A reclamada, ao demitir a reclamante, violou frontalmente tal garantia constitucional.

Ademais, a alegação de que o companheiro da reclamante esteve no escritório da filial do Rio de Janeiro não conf"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

RELATÓRIO

Trata-se de Recurso Ordinário interposto por D. G. P. em face de EVSA Comércio e Serviços Industriais Ltda., em que a reclamante alega demissão por justa causa de forma abusiva, enquanto estava grávida, o que violaria a estabilidade gestacional garantida pela Constituição Federal e a Consolidação das Leis do Trabalho. Requer a nulidade da justa causa, reconhecimento da estabilidade gestacional e indenização por danos morais.

FUNDAMENTAÇÃO

Do Direito Constitucional

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 10, inciso II, alínea \"b\", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, assegura à empregada gestante a estabilidade no emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Tal preceito visa à proteção da maternidade e da dignidade da mulher no ambiente de trabalho.

A dispensa por justa causa, sendo a penalidade mais severa ao trabalhador, deve observar o disposto no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sendo exigida comprovação inequívoca de falta grave que justifique a ruptura do contrato de trabalho.

Da Análise dos Fatos

A reclamada alegou que a justa causa decorreu de conduta irregular do companheiro da reclamante, o qual teria visitado o escritório da filial do Rio de Janeiro sem autorização. Contudo, não há elementos nos autos que comprovem qualquer prejuízo efetivo à empresa ou conduta grave da reclamante que ensejasse a aplicação da justa causa.

Ademais, restou demonstrado que a reclamante estava grávida no momento da dispensa, gozando de estabilidade provisória no emprego, conforme artigo 10, II, \"b\" da CF/88. A alegação utilizada pela reclamada revela abuso de direito, conforme disposto no artigo 187 do Código Civil, uma vez que houve violação aos princípios da dignidade da pessoa humana e da proteção à maternidade.

Da Jurisprudência

A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho é firme no sentido de que a dispensa por justa causa exige prova robusta e inequívoca da conduta faltosa do empregado:

  • TST (4ª Turma) - RRAg Acórdão/TST
    \"A ausência de comprovação de falta grave impõe a nulidade da justa causa, sendo devida a reversão para dispensa sem justa causa.\"
  • TST (3ª Turma) - RRAg 1172-40.2019.5.12.0005
    \"A estabilidade gestacional é garantia constitucional e afasta a possibilidade de dispensa arbitrária ou discriminatória.\"
  • TST (6ª Turma) - RRAg 10500-69.2014.5.17.0121
    \"A dispensa discriminatória ou sem fundamento legal afronta direitos fundamentais do trabalhador, ensejando a reparação.\"

CONCLUSÃO

Diante do exposto, com base na interpretação sistemática dos fatos e do direito, nos fundamentos constitucionais e legais apresentados, voto pelo provimento parcial do recurso interposto pela reclamante, para:

  1. Declarar a nulidade da justa causa aplicada;
  2. Reconhecer a estabilidade gestacional da reclamante, condenando a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, salários vencidos e vincendos até o término do período de estabilidade;
  3. Condenar a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, arbitrados em R$ 10.000,00 (dez mil reais);
  4. Conceder os benefícios da justiça gratuita à reclamante.

Determino, ainda, a expedição de guias para levantamento do FGTS e habilitação no seguro-desemprego, conforme legislação vigente.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, conheço do recurso interposto e, no mérito, dou-lhe parcial provimento para declarar a nulidade da justa causa, reconhecer a estabilidade gestacional e condenar a reclamada conforme fundamentação supra.

Simulação de voto elaborada com base em interpretação hermenêutica dos fatos e fundamentos jurídicos. CF/88, art. 93, IX.

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