Modelo de Recurso Ordinário em Juizado Especial Cível para Reforma de Sentença em Ação de Indenização por Acidente de Trânsito

Publicado em: 11/03/2025 CivelProcesso Civil Trânsito
Recurso ordinário interposto por A. J. dos S. contra sentença proferida no Juizado Especial Cível que acolheu o pedido contraposto da Empresa de Transporte Coletivo. O documento argumenta a necessidade de reforma da decisão com base na análise inadequada dos elementos probatórios e na aplicação incorreta de dispositivos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O recorrente pleiteia o reconhecimento da culpa exclusiva da recorrida no acidente, a condenação ao pagamento de indenização por danos materiais e as custas processuais, fundamentando-se em normas do CTB, do Código Civil e princípios constitucionais.
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RECURSO ORDINÁRIO

JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

RECORRENTE: A. J. dos S.

RECORRIDO: Empresa de Transporte Coletivo

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade W, Estado V, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, conforme procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento no art. 41 da Lei 9.099/95, em face da sentença proferida nos autos do processo nº XXXXXXX, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

O Recorrente, proprietário de um veículo de passeio, estava estacionado de maneira oblíqua em via pública. Ao empreender marcha à ré, com o pisca-alerta ligado e em velocidade reduzida, teve sua visão parcialmente prejudicada. Durante a manobra, ao colocar a roda traseira direita na pista, foi atingido por um ônibus de grande porte pertencente à Recorrida.

O motorista do ônibus admitiu que não viu o veículo do Recorrente, apesar de possuir ampla visão da via, característica de veículos de grande porte com visão panorâmica. O ônibus desviou para a pista contrária e colidiu com o veículo do Recorrente.

O Juízo de primeiro grau, no entanto, acolheu o pedido contraposto da Recorrida e condenou o Recorrente, fundamentando sua decisão nos artigos 28, 34 e 36 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dispositivos que não guardam relação direta com a dinâmica do acidente em questão.

DO DIREITO

A decisão recorrida merece reforma, pois não analisou adequadamente os elementos probatórios constantes nos autos, tampouco aplicou corretamente as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

O artigo 28 do CTB dispõe que "o condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito". No caso em tela, o motorista do ônibus, veículo de grande porte com ampla visão panorâmica, não observou o veículo do Recorrente, que estava realizando manobra de marcha à ré com o pisca-alerta ligado, configurando a culpa exclusiva da Recorrida.

Ademais, o artigo 34 do CTB trata de regras gerais de circulação e conduta, que não possuem relação direta com a dinâmica do acidente. Já o artigo 36 do CTB refere-se à preferência de passagem em cruzamentos, o que também não se aplica ao caso concreto.

O princípio da responsabilidade objetiva, previsto no artigo 927 do Código Civil (CCB/2002), combinado com o artigo 734 do mesmo diploma legal, impõe à Recorrida "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

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RELATÓRIO

Trata-se de recurso ordinário interposto por A. J. dos S. contra a sentença proferida pelo Juízo do Juizado Especial Cível, que acolheu o pedido contraposto da Empresa de Transporte Coletivo e condenou o Recorrente ao pagamento de indenização, com fulcro nos artigos 28, 34 e 36 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O Recorrente busca a reforma da decisão, alegando que a culpa pelo acidente foi exclusiva da Recorrida.

FUNDAMENTAÇÃO

Inicialmente, cumpre destacar que o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, determina que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e do direito aplicável ao caso.

Dos Fatos

O Recorrente, ao realizar manobra de marcha à ré em via pública, foi atingido por um ônibus de grande porte pertencente à Recorrida. Consta nos autos que o motorista do ônibus admitiu não ter observado o veículo do Recorrente, mesmo possuindo ampla visão panorâmica, característica intrínseca a veículos de grande porte.

A sentença de primeiro grau fundamentou-se nos artigos 28, 34 e 36 do CTB, os quais não se aplicam diretamente à dinâmica do acidente. Importa reforçar que o artigo 28 do CTB exige que o condutor mantenha domínio sobre seu veículo, responsabilidade que não foi observada pelo motorista da Recorrida.

Do Direito

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é claro ao estabelecer que o condutor deve ter controle sobre seu veículo e adotar todas as cautelas necessárias para evitar acidentes. No caso em análise, o motorista do ônibus não foi diligente, sendo evidente a culpa exclusiva da Recorrida, conforme os elementos probatórios constantes nos autos.

Ademais, o artigo 927 do Código Civil, combinado com o artigo 734 do mesmo diploma legal, impõe à Recorrida o dever de reparar os danos causados por seu preposto, no exercício de atividade de transporte coletivo, à luz da responsabilidade objetiva.

A sentença de primeiro grau também afronta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, previstos no artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal, ao atribuir ao Recorrente a responsabilidade pelo acidente, mesmo diante de provas robustas que indicam a culpa exclusiva da Recorrida.

Da Jurisprudência

A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer a responsabilidade do condutor que, ao não adotar as cautelas necessárias, causa acidente de trânsito. Exemplos disso são os acórdãos do Tribunal de Justiça de São Paulo, que reforçam a necessidade de cautela por parte dos condutores de veículos de grande porte.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, com fundamento no artigo 93, IX, da Constituição Federal, conheço do recurso interposto por A. J. dos S. e, no mérito, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar a sentença de primeiro grau, reconhecendo a culpa exclusiva da Recorrida pelo acidente de trânsito e determinando:

  1. A condenação da Recorrida ao pagamento de indenização pelos danos materiais sofridos pelo Recorrente, conforme os orçamentos apresentados nos autos;
  2. A condenação da Recorrida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da lei;
  3. A exclusão da condenação imposta ao Recorrente na sentença de primeiro grau.

É como voto.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, e considerando os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e responsabilidade objetiva, julgo procedente o pedido do Recorrente para reformar a sentença de primeiro grau, reconhecendo a responsabilidade exclusiva da Recorrida pelo acidente de trânsito.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

____________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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