Modelo de Reclamação Trabalhista por Danos Morais: Pedido de Indenização de Empregado por Advertências e Suspensões Vexatórias em Ambiente Laboral

Publicado em: 05/11/2024 Trabalhista Processo do Trabalho
Petição inicial de reclamação trabalhista na qual o empregado (Operador de Máquinas) ajuíza ação contra a empresa Lavebras Gestão de Têxteis S.A., buscando indenização por danos morais. O autor alega ter sofrido constrangimento, humilhação e situações vexatórias decorrentes de advertências e suspensões aplicadas publicamente e sem justa causa, o que teria violado princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da boa-fé objetiva. Fundamenta o pedido na CF/88, CLT e Código Civil, requerendo a condenação da empresa ao pagamento de R$ 10.000,00 a título de danos morais, além de juros, correção monetária, custas e honorários, com produção de todas as provas admitidas em direito.

PETIÇÃO INICIAL DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ Vara do Trabalho de Arvoredo/SC.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Reclamante: J. D. P. M., brasileiro, solteiro, operador de máquinas, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Arvoredo/SC, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected].
Reclamada: Lavebras Gestão de Têxteis S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 06.272.575/0059-66, com sede na Rua Industrial, nº 1000, Bairro Centro, Arvoredo/SC, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected].

3. DOS FATOS

O Reclamante foi admitido pela Reclamada em 15/03/2024 para exercer a função de Operador de Máquinas, percebendo salários reajustados durante o pacto laboral, além de adicional de insalubridade no percentual de 20%. Durante o contrato, o Reclamante foi alvo de advertências e suspensões, supostamente por faltas injustificadas, desacato e envolvimento em brigas, fatos estes que, em sua maioria, não condizem com a realidade e não foram devidamente comprovados pela empresa.

Em 25/09/2024, o Reclamante foi desligado a pedido, tendo recebido o pagamento das verbas rescisórias no valor líquido de R$ 500,94, bem como sua Carteira de Trabalho devidamente atualizada e uma via do contrato de experiência. Contudo, durante o período contratual, o Reclamante foi submetido a situações vexatórias, humilhantes e constrangedoras, especialmente em razão das advertências e suspensões públicas, que lhe causaram profundo abalo moral, afetando sua dignidade e imagem perante colegas e superiores.

Ressalta-se que a conduta da Reclamada extrapolou o poder diretivo, violando os princípios da dignidade da pessoa humana e da boa-fé objetiva, previstos na CF/88, art. 1º, III e art. 5º, X. O Reclamante, diante do sofrimento psíquico e do prejuízo à sua honra, busca a devida reparação por danos morais.

O presente feito é proposto para que seja reconhecida a responsabilidade da Reclamada pelos danos morais sofridos pelo Reclamante, com a consequente condenação ao pagamento de indenização compatível com a extensão do dano.

4. DO DIREITO

4.1 DA COMPETÊNCIA

A competência para processar e julgar a presente demanda é da Justiça do Trabalho, nos termos da CF/88, art. 114, I, por se tratar de relação de emprego e de pedido de indenização decorrente da relação laboral.

4.2 DO DANO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

O dano moral caracteriza-se pela violação de direitos da personalidade, como a honra, a imagem e a dignidade do trabalhador, sendo desnecessária a comprovação de prejuízo material, bastando a demonstração do ato ilícito e do nexo causal. A CF/88, art. 5º, X, assegura a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, garantindo o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

A CLT, em seu art. 223-B, dispõe que "causa dano moral a ação ou omissão que ofenda a honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física do empregado". No caso em tela, as reiteradas advertências e suspensões, sem justa causa e realizadas de forma pública e vexatória, configuram abuso do poder diretivo e violação à dignidade do trabalhador.

O CCB/2002, art. 186, estabelece que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Assim, restando comprovado o dano moral, é devida a reparação.

4.3 DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) é fundamento da República e deve ser observado nas relações de trabalho, impondo limites ao poder diretivo do empregador. O princípio da boa-fé objetiva exige que as partes atuem com lealdade e respeito mútuo, sendo vedadas condutas abusivas e desproporcionais.

O princípio da razoabilidade e da proporcionalidade deve nortear a fixação do valor da indenização, de modo a evitar enriquecimento sem causa e garantir a efetiva reparação do dano, bem como o caráter pedagógico da medida.

4.4 DA FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO

A indenização por dano moral deve ser arbitrada considerando-se a extensão do dano, a gravidade da conduta, a capacidade econômica das partes e o caráter punitivo e pedagógico da medida, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

O CPC/2015, art. 319, IV, exige que o pedido seja certo, determinado e com valor atribuído, razão pela qual o Reclamante indica o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) como adequado à reparação pretendida.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de reclamação trabalhista proposta por J. D. P. M. em face de Lavebras Gestão de Têxteis S.A., na qual o Reclamante pleiteia, em síntese, indenização por danos morais decorrentes de alegadas situações vexatórias e constrangedoras sofridas durante o pacto laboral, notadamente em virtude de advertências e suspensões públicas que, segundo a inicial, extrapolaram o poder diretivo do empregador, violando sua dignidade e imagem.

A Reclamada foi citada, apresentou defesa, e as partes produziram provas documentais e testemunhais. Encerrada a instrução, vieram os autos para julgamento.

Fundamentação

1. Do Conhecimento

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço da presente reclamação trabalhista. A competência desta Justiça Especializada decorre do art. 114, I, da Constituição Federal de 1988, por versar a demanda sobre relação de emprego e pedido de indenização decorrente de vínculo laboral.

2. Dos Fatos e do Direito

Conforme se extrai dos autos, o Reclamante exercia a função de Operador de Máquinas, tendo sido alvo de advertências e suspensões por supostas faltas injustificadas, desacato e envolvimento em brigas. Contudo, restou evidenciado, pelos depoimentos colhidos e pela ausência de comprovação robusta por parte da Reclamada, que as penalidades aplicadas, além de carecerem de respaldo probatório suficiente, foram impostas de forma pública e vexatória.

Tal conduta, além de desproporcional, afronta diretamente o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à honra, à imagem e à intimidade do trabalhador, protegidos pelo art. 5º, X, da Constituição Federal. Ademais, a CLT, em seu art. 223-B, e o Código Civil, art. 186, estabelecem o dever de reparação em caso de violação de direitos da personalidade.

A prova testemunhal confirmou que as advertências e suspensões foram anunciadas perante outros colegas, expondo o Reclamante a constrangimento e humilhação, o que configura abuso do poder diretivo e enseja o dever de indenizar.

3. Da Responsabilidade Civil e do Dano Moral

Restou comprovado que a conduta da Reclamada ultrapassou os limites do poder diretivo, causando dano moral ao Reclamante. O dano moral, na seara trabalhista, prescinde de prova do prejuízo material, bastando a demonstração do ato ilícito e do nexo causal, consoante entendimento consolidado e amparo na jurisprudência colacionada.

Assim, presentes o ato ilícito (aplicação pública e vexatória de punições), o dano (abalo à honra e à dignidade do Reclamante) e o nexo causal, impõe-se o reconhecimento da responsabilidade civil da Reclamada.

4. Da Fixação da Indenização

A indenização por danos morais deve ser fixada de modo a atender aos critérios da razoabilidade e proporcionalidade, levando em consideração a gravidade do dano, a capacidade econômica das partes e o caráter pedagógico da medida, conforme reiteradamente afirmado pela jurisprudência (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP e outros).

Tendo em vista a extensão do abalo sofrido, a reprovabilidade da conduta patronal e os parâmetros adotados em casos análogos, entendo adequada a fixação do valor da indenização em R$ 10.000,00 (dez mil reais), conforme pleiteado na inicial.

5. Dos Demais Pedidos

Os pedidos de juros e correção monetária encontram respaldo na legislação vigente e deverão incidir na forma da lei. Quanto às custas processuais e honorários advocatícios, observem-se as normas da CLT e do CPC, conforme o caso. Defiro o pedido de justiça gratuita, ante a declaração de hipossuficiência e ausência de impugnação idônea.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a devida fundamentação das decisões judiciais, julgo procedente a presente reclamação trabalhista para:

  1. Reconhecer a responsabilidade da Reclamada pelos danos morais sofridos pelo Reclamante.
  2. Condenar a Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), acrescidos de juros e correção monetária na forma da lei.
  3. Condenar a Reclamada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, se cabíveis.
  4. Conceder ao Reclamante os benefícios da justiça gratuita.

Ficam deferidas as provas já produzidas. Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

É como voto.

Arvoredo/SC, ____ de ____________ de 2025.

___________________________________________
Magistrado(a)


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